Relato dos Seis Dias [PNRB]

VIDE: Escrituras, Gênese, genesis, Criação; Leo Schaya Gênesis 1-3; Eisenberg Gênesis 1-2

RELATO DOS SEIS DIAS

Segundo Paul Nothomb, se baseando em Gerhardt von Rad, para se fazer a exegese do Gênesis I, é preciso estar claro sobre um ponto: este primeiro capítulo da Bíblia, que na verdade é cronologicamente posterior ao segundo capítulo, e inclusive dito da “escola elohista”, é um ensinamento sacerdotal. Ele contém sob forma concentrada a essência de um saber dos sacerdotes. Não foi “escrito” um dia, mas é uma doutrina que se enriqueceu muito lentamente, com circunspecção no curso de um crescimento secular. Não há aí nada que se sinta um “mais ou menos”; tudo é meditado, sopesado, e deve ser acolhido com precisão. Na verdade, a exegese deveria analisar esta doutrina condensada e propriamente esotérica em todos seus detalhes, frase por frase, até palavra por palavra.
O Relato dos Seis Dias (Gen 1,1 até Gen 2,3) cuja redação antecede cronologicamente o Segundo Relato, Gen 2,4 a Gen 3,24, teria sido escrito por volta do século X antes de nossa era. O Relato dos Seis Dias parece se apresentar como “evolucionista”, sob a ordem de um “Deus cósmico” (cujo nome Elohim é um plural de intensidade, significando algo como a energia divina). A abertura deste relato e, portanto, da Bíblia é a expressão traduzida comumente por “No princípio”, Bereshith. Expressão chave para seu estudo posto que aponta, segundo Paul Nothomb para o sentido do que vai ser relatado, qual seja a criação da Realidade na cabeça do Homem. Este sentido, inovador, é que será desvelado passo a passo no exame de cada versículo, seguindo a exegese de Nothomb. Apelamos também para outras interpretações mesmo que apresentem discordâncias, pois este confronto de análise só pode ser salutar na difícil interpretação do Gênesis.

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