Sansão

Bíblia – Sansão

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TABS(tabs=”Robert Graves|Holbach|João da Cruz”)A essência concentrada da filosofia druídica, bem como do orfismo grego, era Rheo, “eu escorro, fluo”, o nome que Gwion dá à letra R: Panta Rhei, “todas as coisas fluem”. O principal problema do paganismo está contido em Riuben, o nome alternativo para R, se tal estiver no lugar de Rymbonao: “Devem todas as coisas girar eternamente? ou, como podemos escapar da Roda?” Este era o dilema de Sansão, o herói solar, quando foi atado a um moinho em Gaza; e convém observar que o termo “moinho” era empregado na filosofia grega para designar as esferas giratórias dos céus. Sansão resolveu muito bem o problema, derrubando as duas colunas do templo, de modo que o teto desabou sobre todos. Os órficos tinham outra solução mais tranquila e as gravavam em código sobre tabletes de ouro que amarravam em torno do pescoço de seu ente querido. Era ela: não esquecer; recusar-se a beber das águas do lago de Lete sombreado por ciprestes, por mais sedento que estivesse; aceitar água apenas do lago consagrado a Perséfone (sombreado por aveleiras?), assemelhando-se, assim, aos imortais Senhores dos Mortos, livrando-se de novos esquartejamentos, destruições, ressurreições e renascimentos. O cipreste, que tipifica o renascimento, era consagrado a Héracles)), e fora plantado por ele próprio, em Dafne, o famoso bosque destas árvores. A palavra “cipreste” deriva de Cipris, batizado assim em honra de sua mãe, a Afrodite cipriota. O culto do cipreste sagrado é de origem minóica e deve ter sido levado de Creta para Chipre.


Em King Jesus sugiro também que as duas ordens misteriosas dos ((essênios, os sansonianos (sampsonians) e os heliceanos, eram peritos nos mistérios do calendário e deviam seus nomes a Sansão (cujo segundo s, em alguns textos gregos, é ps), herói solar, e a Helix, o círculo cósmico. (O essênio que desejasse meditar deveria isolar-se do mundo dentro de um círculo traçado a seu redor, na areia.)


Sansão era um deus solar da Palestina incluído de maneira imprópria no corpo dos mitos religiosos judaicos, cuja história recebeu uma redação final como um herói israelita do tempo dos Juizes. Ele pertencia a uma sociedade exogâmica e, assim, matrilinear, conforme se prova pelo fato de Dalila ter permanecido com sua própria tribo depois do casamento; em sociedade patriarcal, a esposa vai para a tribo do marido. O nome “Sansão” significa “do Sol” e “Dan”, sua tribo, é a denominação de uma divindade assíria. Assim como Héracles, Sansão matou um leão com as próprias mãos, e seu enigma sobre as abelhas que infestam a carcaça do leão que matara, se remontada à forma iconográfica, mostra Aristeu, o Héracles pelasgo — pai de Actéon, rei do culto do veado e filho do Centauro Quirão — matando um leão-montês no monte Pelião, de cuja carne ferida saiu o primeiro enxame de abelhas. (Robert Graves, A Deusa Branca)
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[[…] se destruirdes em um homem a paixão que o anima, o tereis privado no mesmo instante de todas as sueis luzes; sob esse aspecto, a cabeleira de Sansão parece ser o símbolo das paixões: cortados os seus cabelos, Sansão não é nada mais que homem comum (…). A ausência total das paixões, se pudesse existir, produziria em nós total embrutecimento (…). Com efeito, as paixões são o fogo celeste que vivifica o mundo moral: é a estas que as ciências e as artes devem suas descobertas e a alma a sua elevação. Se a humanidade deve-lhes também os seus vícios e a maior parte de suas chagas, isto não dá em absoluto aos moralistas o direito de condenar as paixões e considerá-las mera loucura. A virtude sublime e a sabedoria iluminada são dois resultados muito belos de tal loucura, capazes portanto de torná-la respeitável aos seus olhos. (Holbach)
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Quanto mais intenso é o apetite tanto maior tormento traz à alma, de sorte que ela tanto mais tormento tem, quanto mais os apetites a possuem. Vê-se, então, desde esta vida, cumprir-se nela a sentença do Apocalipse: «Quanto se tem glorificado e tem vivido em deleites, tanto lhe dai de tormento e pranto» ( Apoc 18, 7 ). A alma presa dos seus apetites sofre dor e suplício comparáveis aos da pessoa que cai em mãos de inimigos. O forte Sansão disso nos oferece exemplo: era Juiz de Israel, célebre por seu valor, gozava de grande liberdade. Tendo caído em poder de seus inimigos, privaram-no de sua força, vazaram-lhe os olhos, obrigaram-no a rodar a mó do moinho e lhe infligiram as mais cruéis torturas. Tal é a condição da alma na qual os seus apetites vivem e vencem. Causam-lhe um primeiro mal que é o de enfraquecê-la e cegá-la, como explicaremos mais adiante. Atormentam-na e afligem-na depois, atando-a à mó da concupiscência. E os laços com que está presa são seus próprios apetites. (João da Cruz)TABS

Escrituras, Tipologia Bíblica