Deus

DIVINO — DEUS

VIDE: Divino; Absoluto; Deus Absconditus; Existência de Deus; Face de Deus; Todo-Poderoso; Deuses

Primero, como quiera que pueda decir M. X., su Dios no es ciertamente el nuestro, pues él cree evidentemente, como además todos los Occidentales modernos, en un Dios “personal” (por no decir individual) y un poco antropomorfo, el cual, en efecto, “nada tiene en común” con el Infinito metafísico. Por lo demás, la misma palabra Dios está tan ligada a la concepción antropomórfica, ha devenido tan incapaz de corresponder a otra cosa, que preferimos evitar su empleo lo más posible, aunque no fuera más que para marcar mejor el abismo que separa la Metafísica de las religiones. [[René Guénon: Guenon Gnosis Escolas]

Shankara não cogita em negar a validade relativa dos exoterismos, que, por definição, se interessam pela consideração de um Deus pessoal. Este é o Absoluto refletido no espelho limitativo e diversificador de Maya; é Ishwara, o Príncipe criador, destruidor, salvador e punidor, e o protótipo “relativamente absoluto” de todas as perfeições. Esse Deus pessoal e todo-poderoso é perfeitamente real em si e, principalmente, em relação ao mundo e ao homem; mas não está menos ligado a Maya que ao Absoluto propriamente dito. [[Frithjof Schuon: Schuon Esoterismo Principio Via]

TABS(tabs=”Stephen Hirtenstein|Michel Henry”)A distinção entre as duas presenças [[não-manifesto e manifesto] não encontra melhor descrição que na breve sura Ikhlas (Pureza ou Liberdade) no Alcorão, citada no início deste capítulo. Foi revelada quando os judeus disseram a Muhammad: “Descreve-nos o teu Senhor.” A descrição forma a base do pensamento islâmico e é uma completa confirmação das verdades reveladas nas doutrinas judaica e cristã. Por exemplo, o primeiro verso (“Diga: Ele é Deus, O Único”) reafirma diretamente o credo judeu: “Escuta, ó Israel! O Senhor, vosso Deus, é Um.”

A seguinte passagem de uma das mais famosas obras de Ibn Arabi, o Fusus al-Hikam (Os Engastes da Sabedoria) inclui sua explicação incisiva dessa sura:

Glória a Ele que é indicado por nenhum outro que não Seu próprio Eu, e cuja criação não é estabelecida, exceto por Sua própria Essência! No mundo criado há somente aquilo que a Unidade (ahadiyya) indica, enquanto na imaginação há somente o que a multiplicidade indica. Aquele que permanece na multiplicidade está com a criação, com os Nomes Divinos e com os nomes mundanos. Aquele que permanece com a Unidade está com Deus, o Real por virtude de Sua Essência, que é independente dos universos. Ser independente dos universos é o mesmo que ser independente da relação dos Nomes, uma vez que os Nomes, enquanto A denotam [[a Essência], também denotam as coisas que são nomeadas e seus efeitos verificam isso.

“Diga: Ele, Deus é Unicamente Um (Ahad)”, em relação à Sua realidade essencial (ayn); “Deus, o Suporte e o Refúgio (Samad) Universal”, em relação à nossa completa dependência d’Ele; “Ele não gera” em relação à sua Ipseidade e a nós; “nem é gerado”, igualmente; “e não há ninguém como Ele” pela mesma razão. Esta é Sua própria descrição: Ele isola Sua Essência ao dizer: “Deus é Único”, e a multiplicidade é manifestada por meio de Seus [[vários] atributos que são conhecidos por nós. Somos nós que geramos e somos gerados e somos nós que dependemos D’Ele e somos nós que somos iguais, um ao outro. Mas este Um (Wahid) é transcendente dessas características, pois Ele é independente delas, do mesmo modo que Ele é independente de nós. Para Deus, o Real, não existe relação, exceto [[do modo descrito] pela sura lkhlas e que foi assim revelada. A Unidade de Deus em relação aos Nomes Divinos que nos requisitam é a Unicidade da multiplicidade, enquanto a Unidade de Deus em relação a ser independente de nós e dos Nomes é a Unicidade da Essência. A ambos está aplicado o Nome “O Único”. Então saiba disso!

[[Stephen Hirtenstein, O compassivo ilimitado: a vida e o pensamento espiritual de Ibn Arabi] /////
Segundo o cristianismo não existe senão uma única Vida, a única essência de tudo o que vive. Não se trata de uma essência imóvel à maneira de um arquétipo ideal como aquele do círculo presente em todos os círculos, mas de uma essência agente, se desdobrando com uma força invencível, fonte de poder, poder de engendramento imanente a tudo o que vive e não cessando de lhe dar a vida. Na medida que esta Vida é aquela de Deus e se identifica a ele, Paulo Apostolo pode escrever: “Só há um Deus e Pai de todos, que está acima de todos, age em todos e está em todos” (Ef 4,6). Na medida onde o único Deus é esta Vida única que gera todos os viventes o cristianismo aparece como um monoteísmo. O que o separa dos outros monoteísmos (à exceção do judaísmo) assim como das teologias racionais ou naturais nas quais estes monoteísmos buscaram uma expressão própria a reagrupar a eles todos os homens razoáveis, é que este Deus único não é pensado pela mente. Não é um Ser provido de todos os atributos concebíveis levados à potência absoluta, ou ainda o Ser infinito, um ser tal que “não se pode dele conceber maior” (Santo Anselmo) e que por esta razão existe necessariamente. Se o Deus cristão nada tem de comum com este Ser infinitamente grande de Santo Anselmo, que será retomado em todas as provas clássicas da existência de Deus e lhes servirá de suporte, não mais que com o primeiro motor de Aristóteles, ou ainda com o autor do melhor dos mundos possíveis, ou com o simples conceito de um Deus único com o qual nenhum outro, consequentemente, não poderia entrar em concorrência, é por esta razão decisiva que ele nada é que possa nos dar acesso nosso pensamento. De sorte que toda representação racional, e com mais razão toda prova de sua existência, é absurda em princípio. E isso porque provar, é “fazer ver”, fazer ver na luz de uma evidência inelutável, neste horizonte de visibilidade que é o mundo e no qual a vida não se mostra jamais. [[Michel Henry: Michel Henry Verdade]TABS



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