PHILOKALIA-AUTORES — DIADOCO DE PHOTIKI
Bispo de Fótico, em Epiro ( meados do século V mais ou menos ). Autor, entre outras obras, dos Cem Capítulos sobre a perfeição espiritual, que tiveram o crédito de toda a tradição bizantina. Como o pseudo-Macário, ele concede um lugar privilegiado à simbolização do coração e trata as fases da vida mística sob o aspecto de experiências imediatas, cada vez mais ricas. Volta continuamente ao “sentido do coração”, ao “sentido da alma”, à sua experiência de “plenitude” ( plerophoria ) e prolonga a doutrina dos sentidos espirituais, propagada por Orígenes ( ver J. Daniélou, Platonisme et théologie mystique, Paris, 1944, pp. 235s. ). A esse respeito ele enriquece a herança evagriana com uma nota “sentimental” mais entusiasta.
Ao lado da solidão e da despreocupação, a oração constitui o alimento e a expressão da união (anakrasis) consciente com Deus, isto é, do dom da ciência, por oposição ao dom da sabedoria, do ensinamento, que é o fruto de uma humilde meditação (melete) das Escrituras e da graça.
A oração (euche) recorda ao coração o que ele jamais deveria ter esquecido: a lembrança constante de Deus (mneme Theou), que ela traduz e mantém ao mesmo tempo, através da invocação perpétua de Jesus (Kyrie Eleison).
Diádoco desempenhou papel considerável na difusão da oração de Jesus. Sua autoridade é das mais frequentemente invocadas, como por exemplo pela Centúria de Calisto e Inácio. Na Patrologia Grega de Migne, tomo 65, poderá ser encontrada uma tradução latina de Diádoco. A melhor edição crítica é a do Pe. Edes Places ( Sources chrét., Paris, 1955 ), acompanhada de uma excelente tradução.
Pequena Philokalia, Jean Gouillard
Diadoch of Photikos — OrthodoxWiki
Segundo a apresentação da tradução inglesa da Philokalia, em sua obra “DO CONHECIMENTO ESPIRITUAL E DA DISCRIMINAÇÃO”, como salienta Nicodemos o Hagiriota, “os segredos mais profundos da virtude da oração” são revelados. Diádoco toma emprestado muitos termos técnicos de Evagrio, mas sua obra contém algumas características próprias: ênfase na primazia do amor, nos sacramentos, no coração e no intelecto (nous). Seu ensinamento sobre o batismo é paralelo ao de Marcos o Asceta, sempre adotando uma crítica severa ao messalianismo. Diádoco acentua a unidade fundamental do corpo e da alma: sendo nossa divisão atual decorrente da queda. Não menos importante é a importância que dá à contínua lembrança e invocação do “Senhor Jesus” (v. Nome de Jesus).
Na apresentação da tradução francesa da Philokalia, é dito que nas obras de Diádoco a linguagem é límpida, simples e bela. Como todos os bispos de sua época, Diádoco teve uma formação na cultura grega reinante, mas também herdou muito dos anacoretas egípcios. Para ele só importa a passagem do criado ao incriado: o amor da glória, a renúncia a tudo que não é ação de graças. Defende a pobreza, a nudez, o jejum, a compaixão evangélica, a ascese da morte ao mundo: permanecer em seu próprio coração (v. guarda do coração); fechar todas as questões pela lembrança de Deus; invocar o nome do Senhor Jesus (v. Nome de Jesus); não orar uma hora e outra não, mas continuamente (v. kyrie eleison), mesmo fora dos mosteiros; e saber que a aquisição das virtudes não poderia ser uma garantia de perfeição, posto que se é ameaçado da direita e da esquerda pela presunção e a intemperança; enfim encontrar a paz na doçura “similar às lágrimas”.
Na Internet
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Excertos
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