Nilo do Sinai — Excertos da Philokalia
Introdução — A verdadeira filosofia Resumo da tradução francesa da Philokalia
Os gregos não tinham verdadeiros filósofos. Filosofar, muitos gregos e mais de um entre os judeus nisto se aplicaram, mas apenas os discípulos do Cristo perseguiram a verdadeira filosofia (philosophia), pois apenas eles tiveram por mestre a Sabedoria suprema, manifestando por suas obras (praxis) a conduta que convém a uma tal investigação. Com efeito, os primeiros (os gregos), como atores em cena, se punham uma masca de estrangeiro, portando um título vazio e faltando da verdadeira filosofia; pelo manto, a barba e o cajado, eles se apresentam como filósofos, mas cuidam do corpo e estão submetidos às concupiscências como a mestres, escravos do ventre e adotando os prazeres do sexo como atos naturais; em preza da cólera, atrás da fama, se precipitando avidamente sobre as mesas bem guarnecidas à maneira de cães; não sabendo que a filosofia deve ser antes de tudo mais livre e fugir muito mais da escravidão das paixões que do dinheiro e da servidão dos escravos. Pois o fato de ser escrevo dos homens não aborrece em nada àquele que vive retamente, mas o hábito de se submeter às paixões como a mestres, pelos prazeres, busca a desonra e a grande perdição.