PRAXIS
PHILOKALIA-TERMOS — PRAXIS = AÇÃO, TRABALHO, PRÁXIS, OBRA
VIDE: AÇÃO, THEORIA, PRAKTIKE
EVANGELHO DE JESUS:
Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras (praxis). (Mt 16:27)
Que não tinha consentido no conselho e nos atos (praxis) dos outros, de Arimateia, cidade dos judeus, e que também esperava o reino de Deus; (Luc 23:51)
Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras (praxis) do corpo, vivereis. (Rom 8:13)
Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação (praxis), (Rom 12:4)
Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos (praxis), (Col 3:9)
CRISTOLOGIA
PADRES — em nosso site francês
Mestre Eckhart: OPERAR
PHILOKALIA-AUTORES
Tradução Francesa:
Não uma ação no mundo, mas a ação sobre si mesmo, singularmente pela a ascese (askesis) corporal e prece (euche) litúrgica. Esta ação prepara e permite a contemplação (theoria).
Pequena Philokalia: AÇÃO (PRAXIS) X CONTEMPLAÇÃO THEORIA
Os dois lados complementares da vida espiritual. A ação é a purificação (katharsis) das paixões (pathos) mas é igualmente a prática praktike das virtudes (arete), as auteridades, a oração (euche) vocal (a salmodia segundo sua designação habitual) etc. A contemplação (theoria) não dispensa a ação. Há simultaneidade, a medida que a ação se simplifica mais e mais.
Evágrio: ESTUDO DE ANTOINE E CLAIRE GUILLAUMONT
A praktike, segundo Evágrio, é a via pela qual o monge adquire a impassibilidade.
Isaque o Sírio:
Se queres contemplar os mistérios, cultive os mandamentos pela prática efetiva.
Aceite sem falha as palavras faladas da experiência, mesmo se aquele que fala não é versado em livros.
Não pronuncies diante de Deus nada que venha do conhecimento... O sábio no mundo renunciou seu conhecimento... Todo sabedoria de sofrimento não é adquirida pelo aprendizado nos livros.
Não confie em teu conhecimento.
Confie em um homem que tenha estudado o trabalho na prática ao invés do filósofo culto, que raciocina com base em especulação sem nenhum conhecimento prático.
É impossível que o conhecimento espiritual possa ser recebido pelo conhecimento mental, ele não pode nem ser experimentado em sentimento por um homem que zelosamente exercita a si mesmo em conhecimento natural. Se algum destes deseja aproximar-se deste conhecimento espiritual, não pode chegar perto dele até que renuncie o conhecimento natural com todo as suas sutilezas e múltiplos métodos... pelo contrário os hábitos e ideias do conhecimento natural são de grande impedimento para ele... O conhecimento espiritual é simples e não brilha em pensamentos naturais. Até que a mente esteja livre da multiplicidade de pensamentos e tenha alcançado a única simplicidade de pureza, não pode experienciar o conhecimento espiritual.
Os mistérios espirituais estão acima do conhecimento e não podem ser apreendidos pelos sentidos físicos ou o poder de raciocínio da mente.
O que estamos sempre encontrando (no trabalho espiritual) é sutil e incompreensível, e não pode abarcar pelo conhecimento de nossa mente aos estados nos quais involuntariamente nos encontramos.
Marcos o Asceta:
Conhecimento sem a prática correspondente é ainda inseguro. Tudo é feito firme pela prática efetiva.
Doroteo de Gaza:
Nunca aprenderás o trabalho do esforço espiritual pelas palavras apenas.
Gregório do Sinai:
Aquele que trabalha por ouvir dizer ou leitura e não tem nenhum instrutor prático trabalha em vão.
O homem que ministra os evangelhos que, tendo participado neles ele mesmo, pode ativamente passar para outros a luz de Cristo.
Simeão o Novo Teólogo:
Ter a palavra de Deus significa o estado de contemplação e não teologia abstrata.
FILOSOFIA
Michel Henry:
A praxis remete à vida, ou seja, à subjetividade, à essência de toda receptividade. A noção de praxis, por conseguinte, define a relação primeira do sujeito ao ser, determinando o correlato primitivo desta experiência: a necessidade, a privação, a ação, o trabalho. Deste modo o objeto sensível encontra na praxis sua essência e seu fundamento. A praxis é o ser do ente, na medida que a dissociação da praxis da teoria significa uma relação fundadora: “a anterioridade do ser ao olhar que sobre ele se dirige”.