E chegamos no dia seguinte a Sidom, e Júlio, tratando Paulo humanamente, lhe permitiu ir ver os amigos, para que cuidassem (epimeleia) dele. (Act 27:3)
E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou (epimeleomai) dele; E, partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida (epimeleomai) dele; e tudo o que de mais gastares eu to pagarei quando voltar. (Lc 10:34-35 – Bom Samaritano)
Termo comum desde Heródoto, usado pela LXX e Fílon de Alexandria, com o sentido de atenção, vigilância; epimeleia tou somatos = cuidado com o corpo.
Isidoro de Sevilha:
Atento (adtentus) é o que retém o que ouve (audiens teneat). Etimologias
Segundo Richard Temple, o instrumento para reacender a centelha implantada no homem por Deus como algo divino (v. Centelha Divina), é a atenção. É pela atenção em si mesmo que um homem pode retirar os poderes de sua mente de seu estado de dispersão entre os sentidos e na multidão de pensamentos que levantam. A atenção é o talismã mágico que torna as proposta do Hesicasmo possibilidades práticas.
Hesíquio de Jerusalém
As santas Escrituras são a imagem da atenção.
A riqueza é levada à alma pela prática diária da atenção.
Nicéforo o Solitário:
Alguns chamaram a atenção a segura guarda da mente, outros a guarda do coração, ainda outros sobriedade, outros ainda silêncio mental.
Atenção é: o apelo da alma a si mesma; o começo da contemplação; a serenidade da mente, ou melhor sua firmeza e não vaguear; o corte dos pensamentos; o tesouro de poder para suportar tudo que há de vir; a origem de fé, amor e esperança.
Simeão o Novo Teólogo:
Alguns dos Padres chamam este fazer silêncio do coração, outro o chamam atenção, ainda outros sobriedade e oposição aos pensamentos, enquanto outros o chamam exame dos pensamentos e guarda da mente.
Calisto e Inácio:
Traga a mente de seu costumeiro circular e vaguear exterior e calmamente a conduza para dentro do coração por meio da sopro – respiração.
O silêncio mata os sentidos exteriores, mas traz movimentos interiores à vida.
Olhe além dos limites do sensorial.
Marcos o Asceta:
Se queres tomar conhecimento da verdade sempre se empenhe em ir além das coisas sensoriais… assim se compelindo a voltar-se para dentro. Encontrarás principalidade e poderes que combatem contra ti por sugestões e pensamentos.
Isaque da Síria:
Entro em um estado onde meus sentidos e pensamento estão concentrados.
É impossível subjugar estes sentidos externos à autoridade da alma sem silêncio e retiro.
Máximo o Confessor:
A percepção sensorial, ou a percepção das imagens sensoriais pertence ao “homem de ação”, que trabalha sobre alcançar virtudes. A não percepção pelos sentidos, ou ser inatingível pelas percepções sensoriais pertence ao contemplativo que concentra sua mente em Deus.
Deus o Verbo aparece de uma maneira desconhecida não de acordo com a ordem dos eventos sensoriais.
O poder da amor irracional da vida, ou animalidade, se tornou tão profundamente enraizado na natureza humana através dos sentidos, que muitos veem o homem como sendo nada mais que carne, que é capaz de desfrutar somente a vida presente.
Teodoro o Grande Asceta:
Nunca nos deixemos ser roubados pelo sensorial.
Gregório Palamas:
Aos sentidos prescrevemos o que devem receber e em que medida; esta prática da lei espiritual é chama autodomínio.
Teolepto da Filadélfia:
O afrouxamento dos sentidos lança correntes na alma; correntes nos sentidos dão liberdade à alma.