Divindade

DIVINO — DIVINDADE

Filosofia
Mario Ferreira dos Santos: O HOMEM PERANTE O INFINITO

As analogias podem ser: de proporcionalidade intrínseca ou extrínseca, de atribuição intrínseca e de atribuição extrínseca, o que já estudamos na “Ontologia”.

Ao examinar os símbolos das diversas religiões, podemos ver que eles nos revelam uma certa analogia de proporcionalidade e também de atribuição intrínseca. O Sol, quando adorado pelos povos, é símbolo da divindade, pois a vida terrestre depende dele, como a vida universal depende da divindade. Se concebemos o espaço como homogêneo, infinito, simultâneo e eterno, é bem ele um símbolo da divindade, por isso, não é de admirar que certas concepções hindus apresentem Brahma como símbolo do espaço.

Desta forma, por analogias várias, podemos referir-nos à divindade. O finito, que é sempre um apontar além de si mesmo, e que dialeticamente é um afirmar do infinito, pois dialeticamente o conceito “finito-infinito” são inseparáveis, aponta um além de todo limite, o que é próprio do limite, que é limite deste e do que não é deste, como muito bem nos mostrou Hegel. Portanto, da nossa limitação, podemos, por proporcionalidade, atingir o que a ultrapassa infinitamente.


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Mestre Eckhart: SERMÃO LII

Dionísio o Areopagita: JOSEP SOLER

«La naturaleza de Dios le obliga a ser amor, a amar» (Eckhart, tratado Von abegescheidenheit, vid. bibliografía, Les Traités, págs. 157-171); la experiencia espiritual de unos hombres que intentan establecer un análisis de la Divinidad, como objeto y como vivencia, y a la que definen (o no-definen) como desierto, no-ser, tiniebla suprema, carente de ser, más allá de cualquier no y que, al mismo tiempo, por suprema paradoja, le caracterizan, a este no-ser, a este desierto, como ser (istikeit en Eckhart, ser puro e indeterminado de la Deidad; hyker on en el Pseudo Dionisio. Eckhart, en el sermón Renovamini, lo expresa así: …«debes venir a ser un solo «yo» para que, unido a Él, seas eternamente su istikeit, sin tiempo, y seas su nada sin nombre») o entidad carente de nombres y obligado a amar, es la empresa intelectual más notable que haya podido nunca emprenderse: el místico o el que intuye la experiencia de esta búsqueda se siente dominado y trascendido por una presencia inefable: …«si la naturaleza de Dios es mi naturaleza, el ser divino es mi ser. Dios está más íntimamente presente en todas las criaturas que las criaturas en ellas mismas…» (Eckhart, sermón lusti vivent in aeternuni); esta presencia condiciona su pensar y su interrogar. Por ello, la pregunta sobre el ser antecede a toda pregunta; es en Grecia donde por vez primera se plantea como la única pregunta existente, interrogación universal y total: el camino que se traza a partir de Parménides, Gorgias, Platón, Aristóteles y los neoplatónicos, halla sus cimas en Pablo de Tarso, en el Pseudo Dionisio, en Eckhart y en Juan de la Cruz para concluir, momentáneamente — ya que su interrogar durará lo que dure el hombre — , en el análisis del ser, de Heidegger.


Frithjof Schuon: O ESOTERISMO COMO PRINCÍPIO E COMO VIA
Quanto ao conhecimento, não basta que essa relação seja simplesmente pensada para conferir ao raciocínio um caráter de divindade, portanto, de verdade e de infalibilidade. É certo que, objetivamente, todo pensamento manifesta — sob o aspecto metafísico de identidade — o Pensador divino, se assim podemos nos expressar.
A bhakti ou o amor da Divindade pessoal é, para o vedânti shankariano, uma etapa necessária para a Liberação — moksha — e até mesmo uma concomitância quase indispensável e bem natural do conhecimento supremo, o jnana.
Para Ramanuja, a Divindade pessoal, o Deus criador e salvador, identifica-se com o Absoluto sem nenhuma restrição; segundo esse modo de ver, não há possibilidade de se considerar uma Atma ou uma Essência que transcenda uma Maya e, consequentemente, nem uma Maya que provoque ou determine a limitação hipostática de urna Essência.


Theosophia
Pierre Deghaye: JACOB BOEHME — O NASCIMENTO DE DEUS

A Divindade nada mais é que puro espírito. No entanto ela aspira a se tornar sensível, perceptível1. A Divindade se torna sensível para ser percebida pelo homem. Mas também ela se dota de uma sensibilidade para se apreender ela mesma. Se conhecer, é se saborear a si mesmo em uma contemplação a qual todos os poderes da alma concorrem.

O homem participante da natureza divina verá Deus. A Divindade primordial não é capaz deste olhar sobre ela mesma? De imediato parece que sim. Em seguida, considerando as coisas de mais perto, se duvida.





  1. ”Eu era uma Tesouro oculto que queria ser conhecido”. Esta proposição doa teosofia oriental (Sufismo) explica perfeitamente o movimento que, em Boehme, leva a Deidade pura a sair de seu eterno repouso para se manifestar. Esta moção implica em uma aspiração, um desejo. Pode-se conceder a Deus o desejo? Deus não é por excelência o Ser que se basta a si mesmo? O desejo parece pressupor uma falta . Se Deus é tudo, como Deus pode ter falta de algo?