1 Ele entra no barco, faz a travessia e chega à sua cidade.
2 E eis, lhe apresentam um paralítico deitado numa cama.
Iéshoua’ vê a adesão daquelas pessoas e diz ao paralítico: «Coragem, filho. Tuas faltas te são perdoadas.»
3 E eis, alguns dos Sopheríms comentam entre si:
«Ele blasfema.»
4 Iéshoua penetra suas maquinações e diz:
«Por que estas maquinações criminosas em vossos corações?
5 Sim, o que é mais fácil?
Dizer: “Tuas faltas estão perdoadas”, ou dizer: “Acorda e anda”?
6 Ora, para que saibais,
o filho do homem tem autoridade sobre a terra de perdoar as faltas…»
Diz então ao paralítico:
«Acorda, pega tua cama e vai a tua casa.»
7 E acordado, ele vai para sua casa.
8 Vendo isto, as multidões estremecem e glorificam Elohîms,
doador de tal autoridade aos homens. [Chouraqui]
VIDE: PISTIS; FÉ; EXEMPLOS DE FÉ; PECADO
Bruno Barnhart: The Good Wine: Reading John from the Center [BBGW]
O paralítico desta cura assim como outros em outros milagres (p. ex. Enfermo de Bezata) são um símbolo vivo da «carne» e sua inércia. O paralítico, impotente até a chegada de Jesus, é curado por um movimento positivo que consegue fazer: à palavra de Jesus levanta-se e toma sua cama.
Pode também se entendida a paralisia como um símbolo eloquente da impotência da tradição religiosa existente, de como a Torah estava sendo ensinada e exemplificada naquele tempo. A Palavra de Jesus, por outro lado, imediatamente efetiva a cura, restaura a habilidade de movimento e ação. A estória de um paralítico curado, com as nuances simbólicas próprias de cada uma, é de um modo geral, a afirmação, como em outras curas, do poder da palavra, sobre a comunicação da palavra de Deus, e sobre o contraste entre a transmissão da vida pela Palavra viva e a tradição doutrinal e moral que “paralisou” a Palavra viva e a transformou em letra morta e “paralítica”.