“Toda a nossa doutrina nada mais é do que uma instrução de como o homem pode criar um reino de luz dentro de si mesmo… Aquele em quem flui esta fonte de poderes divinos carrega consigo a IMAGEM divina e a substancialidade celeste. Nele Jesus nasceu da Virgem, e ele não irá perecer na eternidade”. (Seis Pontos…, VII 33).
“O espírito do homem não veio meramente das estrelas e dos elementos; ele traz oculta em si uma centelha da luz e do poder de Deus. Não é à toa que Moisés (Gênesis I) diz: “Deus criou o homem à Sua própria IMAGEM. Para ser Sua própria IMAGEM Ele o criou”. (Aurora, Prefácio, 96).
“A sabedoria coloca-se diante de Deus como um espelho ou reflexo, onde a Divindade vê seu próprio ser e todas as grandes maravilhas da eternidade, que não tem começo, nem fim, no tempo, cujo princípio e o fim são eternos. A sabedoria é uma revelação da Santíssima Trindade; isso não deve ser compreendido como se ela revelasse a si mesma à Deus, através de seu próprio poder ou escolha, mas o centro divino, o coração e essência de Deus, torna-se revelado nela. Ela é como um espelho da Divindade, e como qualquer outro espelho, simplesmente permanece quieta; ela não produz IMAGEM alguma, mas simplesmente a concebe”. (Encarnação de Cristo…, I, 1, 12).
“A sabedoria é a panavra revelada do poder divino, conhecimento e santidade, uma antítese da insondável unidade na essencialidade, onde o Espírito Santo forma uma IMAGEM. Ela é passiva, mas o Espírito de Deus é ativo, como a alma no corpo”. (Clavis, V. 18).
“No princípio, a vontade é fraca como um nada; depois, ela deseja e aspira a ser algo e a manifestar-se. Esse nada faz com que a vontade entre num estado de desejo; esse desejo é uma imaginação. A vontade observando-se no espelho da sabedoria faz com que sua própria IMAGEM apareça no não fundamento, criando o fundamento em sua própria imaginação”. (Encarnação de Cristo…, II 1).
“Se a Divindade de acordo com o primeiro e segundo princípio é considerada apenas como um espírito, sem qualquer essencialidade concebível, há nela, contudo, o desejo de envolver um terceiro princípio, onde repousa o espírito dos dois primeiros princípios, onde se tornará manifestada como uma IMAGEM”. (Seis Pontos Teosóficos…, I. 25).
“Antes da criação do céu, das estrelas, dos elementos e também antes da criação dos anjos, não havia nada senão a Divindade, reproduzindo a si mesma, doce e amorosamente, concebendo de sua própria IMAGEM”. (Aurora, XXIII. 15). 47
“A semelhança de Deus, tendo sido vista na sabedoria de Deus desde toda eternidade, e na qual Deus criou o Homem, era sem vida e sem substancialidade antes do princípio dos tempos deste mundo. Era um mero reflexo da IMAGEM onde Deus viu como Ele seria numa IMAGEM”. (Stief, II. 123).
“O Homem não existe desde a eternidade; mas apenas como uma sombra de uma IMAGEM, onde Deus em Sua sabedoria soube de todas as coisas desde a eternidade, no espelho de Sua própria sabedoria”. (Stief, II 143).
“O mysterium magnum é o Caos de onde se origina o bem e a mal, luz e trevas, vida e morte. É o fundamento ou ventre de onde emanam almas, anjos e todos os tipos os outros tipos de seres, e onde estão contidos como numa causa comum, comparável à uma IMAGEM que está contida num pedaço de madeira antes que o artista a corte”. (Clavis, VI 23).
“Deus, constituindo a Si mesmo um ser criado, assumiu o aspecto de um ser com relação à sua trindade; e como essa trindade é o mais elevado e grandioso em Deus, Ele também criou três princípios de anjos (reflexos divinos de Sua própria IMAGEM), superiores a todos os outros”. (Aurora, XII 88).
“A IMAGEM do ser criado foi vista na sabedoria, com seus aspectos de cólera e amor. Aqui também o Espírito de Deus, emanando eternamente da luz e do fogo do Pai, previu a queda, ou seja, que essa IMAGEM, moldada num ser corporal, seria atraída pela cólera, e perderia seu esplendor divino”. (Considerações Stiefel III. 58).
“Na vida do homem há três estados que devem ser distinguidos um do outro — primeiro, o mais interno, ou seja, Deus eternamente oculto no fogo; segundo, a parte do meio, que desde a eternidade permanece como uma IMAGEM ou semelhança nas maravilhas de Deus, comparável a uma pessoa que se vê no espelho; terceiro, essa IMAGEM viva que recebe ainda um outro espelho na criação, onde se observou, ou seja, o espírito do mundo externo, ou o terceiro princípio, que também é uma forma (estado) do Eterno”. (A Vida Tríplice…, XVIII. 4)
“Se um homem, como IMAGEM de Deus, deve governar os peixes, aves, animais e toda a terra, assim como as essências de todas as estrelas, então ele deve ser parte dos três, pois cada espírito só pode governar em sua mãe, onde tem sua origem”. (Mysterium, XIV 8).
“Como Deus reside em Si mesmo e penetra todas as Suas obras, incompreensíveis a si próprias, e sem Ser afetado por nada, do mesmo modo Sua IMAGEM (homem) originou-se do puro elemento. Ele também foi criado neste mundo; mas o reino deste mundo não era para compreende-lo, mas ele governaria poderosamente neste mundo através das essências do elemento puro”. (Três Princípios…, XXII 15).
“O espírito de Deus reside de eternidade em eternidade unicamente no céu, ou seja, em Sua própria essência, no poder da majestade. Quando ele foi soprado na IMAGEM de um homem, surgiu o céu no homem; pois, Deus quis revelar-Se no homem, como numa IMAGEM criada à Sua própria semelhança, e manifestar as grandes maravilhas de Sua sabedoria eterna”. (Cons. Stiefel…, I. 36).
“Simultaneamente à introdução de Sua divina IMAGEM, Adão recebeu também a palavra viva de Deus (inteligência espiritual) para fornecer alimento à sua alma”. (Encarnação de Cristo…, I 3 24).
“O homem primordial ainda fixo no Paraíso, encontrava-se num estado tal como o tempo está diante de Deus e Deus no tempo. Assim como o tempo é um mero espetáculo diante de Deus, a vida externa do homem era um espetáculo diante do homem santo e interior, a verdadeira IMAGEM de Deus”. (Mysterium, XVI 8).
“O corpo interior era um lugar onde a Divindade podia habitar, uma IMAGEM da divina substancialidade. Naquele corpo, a alma tinha a sua brandura, e seu fogo havia se tornado brando, pois ela havia recebido o amor e a brandura de Deus”. (Tilken… I 233).
“A alma encontrava-se em sua própria essência na eternidade, mas como algo criado, foi formada para representar a IMAGEM de Deus no momento da criação do corpo. No entanto, ela não é, per se, a verdadeira IMAGEM, mas apenas um fogo essencial para a sua produção”. (Tilken… I 8 I).
“A luz e o poder da luz é um desejo, e quer possuir a nobre IMAGEM feita à semelhança de Deus, porque foi criada para o mundo da luz. O mundo das trevas ou a cólera aguda deseja o mesmo, pois o homem tem todos os mundos em si, e há uma grande batalha ocorrendo dentro dele. Aquele princípio com o qual ele se identifica em seu desejo e vontade, é o que o governará”. (Tilk I 38 I).
“Sendo a alma essencial e sua substância um desejo, fica claro que está em dois tipos de Fiat. O primeiro é sua própria propriedade-alma; o outro pertence ao segundo princípio, emanado da vontade de Deus na alma. A alma deseja Deus, a fim de se tornar Sua IMAGEM e semelhança; esse desejo de Deus atua como um Fiat em seu próprio centro; pois o desejo de Deus quer possuir a alma. Por outro lado, ela própria deseja possuir o centro no poder do fogo, onde a vida da alma se origina”. (Eye, VII).
“O Homem era uma individualidade mista, destinada a ser uma IMAGEM de acordo com o mundo interior e também de acordo com o mundo exterior; mas como o símbolo de Deus, deveria governar com a consciência interior sobre a consciência exterior”. (Menchwerdung I 3 13).
“O homem permanecia nos três princípios, que se encontravam em igual concordância dentro dele, mas não fora dele; pois o mundo de trevas tinha um desejo diferente daquele do mundo de luz; da mesma forma, o mundo externo tinha um desejo diferente daquele do mundo de trevas e do mundo de luz. Assim, a IMAGEM de Deus estava entre os três princípios, onde todos em seu desejo eram condutores àquela IMAGEM. Cada um deles queria se manifestar em Adão, para tê-lo em seu próprio regimento ou como governador, e para manifestar suas maravilhas através dele”. (Mysterium, XVII 34).
“Uma pessoa razoável perceberá facilmente que não haveria sono em Adão enquanto ele permanecesse na IMAGEM de Deus, pois naquele tempo ele era uma IMAGEM como nós seremos na ressurreição dos mortos. Não necessitaremos então dos elementos, nem do sol, nem da lua, nem de sono algum; nossos olhos estarão abertos para ver a glória de Deus, sempre e eternamente”. (Três Princípios… XII 17).
“A IMAGEM de Deus não dorme. Nela não há tempo. Com o sono, o tempo se manifesta no homem. Ele adormeceu no mundo angélico, e despertou relativamente para o mundo externo”. (Mysteerium, XIX 4).
“Ninguém pode afirmar que Eva, antes de ter contato com Adão, tinha sido uma virgem pura e casta, porque, tão logo Adão acordou de seu sono, ele a viu ao seu lado. Ele prontamente imaginou nela (apaixonou-se por ela). Ele a tomou para si e disse: ‘Esta é carne de minha carne e osso de meu osso. Ela se chamará mulher, pois foi extraída do homem. Do mesmo modo, Eva começou a colocar sua imaginação em Adão, e cada um acendeu o desejo do outro. Onde está então a pura castidade e virgindade? Isso não é animal? A IMAGEM externa não se tornou animal?” (Quarenta Questões…, XXXVI 6).
“O santo Verbo de Deus, após a Trindade da Divindade insondável, concedeu à inteligência ígnea da alma o mandamento: ‘Não comerás da árvore do conhecimento do bem e do mal; se assim o fizerem irão morrer na IMAGEM de Deus, no mesmo dia’. Quer dizer, ‘a alma ígnea irá perder sua luz; a mortalidade, qualidade do mundo de trevas, do centro dos três primeiros princípios, irá se aproximar e se manifestar na árvore, engolindo o Reino de Deus’” (Grace, VI 17).
“Depois que Adão perdeu sua IMAGEM bela e pura, sua alma permaneceu apenas na qualidade do Pai, ou seja, na natureza eterna, a qual, aparte da luz de Deus, é uma cólera e um fogo consumidor”. (Tilk I 285).
“Através da análise de nós mesmos descobrimos que, no geral, o espírito externo (nossa natureza humana) é muito útil. Muitas almas se tornariam corruptas se o espírito animal não mantivesse o fogo capturado e apresentasse o fogo-espírito terrestre, a ocupação animal e a satisfação, com as quais podem se divertir até obter novamente um lapso de sua nobre IMAGEM, e começar a buscá-la novamente”. (Quarenta Questões… XVI 10).
“Se a matéria deste mundo (o imaginário da natureza externa) fosse rompida, como será um dia, no futuro, a alma permaneceria na morte eterna, nas trevas. A bela criatura (a IMAGEM viva) seria capturada pelo reino do inferno, e o demônio triunfaria sobre ela”. (A Vida Tríplice…, VIII 38).
“A qualidade terrestre, que se encontrava no Paraíso numa condição não manifestada, manifestou-se através do desejo da alma. Disso resultou o calor e o frio, a vida-veneno de toda adversidade, a supremacia do corpo, de modo que a bela IMAGEM do Céu e do Paraíso desapareceu de vista”. (Cons. Stiefel…. II 83).
“Não podemos dizer que o homem, no princípio, estava enclausurado no tempo. No Paraíso estava envolvido na eternidade. Deus o criou à Sua IMAGEM; mas quando caiu, ficou sujeito à limitação do tempo”. (Grace VII 51).
“Antes do pecado a IMAGEM celestial penetrava totalmente o homem externo, revestindo-o com o poder divino. O elemento animal não estava manifestado nele; mas quando a IMAGEM, formada da essência celestial, empalideceu e desapareceu, então a pobre alma, formada do primeiro princípio, viu-se rodeada pelo corpo animal, nua, despida”. (Mysterium XXI 15).
“Foi através da queda do homem, com relação ao corpo externo, que ele se tornou o animal dos animais; ou seja, ele se tornou a IMAGEM animal de Deus, onde a palavra de Deus tornou-se manifestada de uma maneira terrestre. Desta forma, ele passou a ser o mestre e rei de todos os animais; mas, no entanto, apenas um animal, dotado de um intelecto mais elevado do que as meras formas animais”. (Grace, VII 6).
“Adão era uma completa IMAGEM de Deus, macho e fêmea, não separados, mas puro como uma casta virgem. Ele tinha em si o desejo (poder) do fogo e da luz, a mãe do amor e da cólera, e o fogo dentro dele amava a luz, recebendo dela quietude e beneficência; enquanto que a luz amava o fogo como sendo a sua vida, do mesmo modo que Deus,em Sua qualidade de Pai, ama o Filho e o Filho ama o Pai”. (Cons. Stiefel…, II 35 I).
“Se o homem tivesse resistido à tentação um ser humano teria nascido do outro, do mesmo modo que Adão em seu estado virginal fora projetado na objetividade como um ser humano e IMAGEM de Deus, porque aquilo que é do eterno também pode procriar (multiplicar) de acordo com a lei da eternidade”. (A Vida Tríplice…, XVIII 7).
“O desejo de conjunção nos homens e mulheres resulta da separação da tintura do fogo e da luz em Adão. Esses princípios em sua própria essência são ainda mais nobres e puros que a carne. É verdade que agora estão separados, e não contém a verdadeira vida; mas estão cheios de desejo por aquela vida verdadeira, e quando se encontram novamente na unidade de todos os seres, despertam a verdadeira vida para qual seu desejo está direcionado. Querem ser novamente o que eram na IMAGEM de Deus quando Adão era homem e mulher” (Cons. Stiefel…, II 388).
“Se um galho cresce de uma árvore, sua forma se aproxima a da árvore. Assim, se uma mãe gera uma criança, essa é formada em sua própria IMAGEM”. (Quarenta Questões…, V I).
“Não havia outra salvação para a IMAGEM divina no homem a menos que a divindade se movimentasse de acordo com o segundo princípio, ou seja, de acordo com a luz da vida eterna, e pelo poder do amor reascendendo a substancialidade (da alma) que estava aprisionada na morte”. (Encarnação de Cristo…, I II 22).
“O nome Jesus foi incorporado na IMAGEM da eternidade como um futuro Cristo, a fim de que pudesse se tornar um redentor dos homens, e da morte da cólera pudesse regenera-los em puros seres do poder paradisíaco e divino”. (Cons. Stiefel…, II 74).
“Desde toda eternidade estava o nome de Jesus em amor imóvel no homem como a IMAGEM de Deus. Mas quando a alma perdeu a luz, então o Verbo pronunciou o nome de Jesus naquilo que era móvel; nas enfraquecidas insígnias da substância do mundo celeste”. (Grace, VII 34).
“Antes da queda, Adão recebeu a luz divina de Iahweh , ou seja, do Deus único, onde se encontrava oculto o nome de Jesus. Mas durante o tempo do sofrimento, quando a alma caiu, Deus manifestou o tesouro de Sua glória e santidade, e por meio da viva voz do Verbo, Ele incorporou-Se com o fogo divino na IMAGEM eterna, representando o estandarte da alma, o qual ela seguiria como a um guia. Mas se ela não fosse capaz de penetrar ali, sendo como morta com relação a Deus, o sopro divino a penetraria, advertindo-a a interromper sua atividade maligna, a fim de que sua voz voltasse a ser ativa na alma”. (Grace, VII 32).
“A expressão interior do demônio, a que lhe deu origem, ocorreu em Adão enquanto ele ainda era homem e mulher, sem ser nem um nem outro, mas uma IMAGEM de Deus. De Adão penetrou em Eva, que começou a pecar. Ocorreu então a expressão interior de Deus, primeiro em Eva, como mãe da humanidade, e através dela se opôs à consciência do pecado que havia começado a se manifestar em Adão”. (Grace, VII 47).
“Não foi através da tintura-fogo de Adão que esse evento ocorreu, mas em e através da tintura-luz de Adão, onde o amor estava queimando, que se separou dele para constituir a mulher, a mãe de toda a humanidade. Foi nela que a voz de Deus prometeu introduzir novamente a viva e santa substância do céu, e gerar de forma nova e no poder divino a enfraquecida IMAGEM de Deus que estava contida ali”. (Grace, VII 18).
“A voz de Deus, falando a Eva, penetrou a semente da mulher; mas a verdadeira mulher era a virgem eterna, e essa virgem tornou-se revelada pelo poder da voz falando a ela em nome de Jesus, nome que se desenvolveu de Iahweh , e prometeu que quando o tempo se completasse, a santa e celeste essência-amor, seria novamente introduzida na IMAGEM enfraquecida”. (Grace, VII 33).
“Deus falou na IMAGEM de Adão, enfraquecida com relação à sua vida divina, Sua palavra santa, ‘A semente da mulher esmagará a cabeça da serpente’. Pela ação desta voz a alma destituída recuperou a vida divina, e essa mesma voz (consciência interna) foi perpetuada de homem a homem como o pacto da misericórdia”. (Grace, VII 16).
“O Cristo foi perpetuado em todos os homens como uma centelha brilhante da luz divina, de acordo com a qualidade da IMAGEM verdadeira e como uma potencialidade (ou semente do ser imortal), mas, é claro que não na carne externa do mundo terrestre, mas dentro do segundo princípio”. (Cons. Stiefel…, II 318).
“Depois da queda, Iahweh pronunciou o nome de Jesus em Adão numa vida real; ele o manifestou no ser celeste, enfraquecido por conta do pecado. Em consequência desse pronunciamento, houve um despertar da morte espiritual ou do estado de morte, onde Adão havia mergulhado; um desejo divino foi novamente despertado, era o princípio da fé. Esse mesmo desejo separou-se da qualidade do falso desejo, formou uma IMAGEM e Abel veio à existência; mas Caim era o produto da qualidade da alma de Adão, de acordo com sua luxúria terrestre”. (Grace, IX 101).
“Com relação ao seu estado humano externo, Abel também foi pecador; mas em seu interior o mundo angélico e a IMAGEM do Paraíso, floresciam. Então o homem interior colocou seu calcanhar sobre o monstro-serpente do falso desejo, e por outro lado, o monstro-serpente mordeu o calcanhar de sua vontade Angélica” (Mysterium, XXVIII 2).
“O assassinato do corpo externo de Abel, por Caim, simboliza que o homem externo tem que ser mortificado na cólera de Deus. A cólera tem que matar e consumir a IMAGEM externa que cresceu na cólera, mas de sua morte surgiu a vida eterna”. (Mysterium, XXVIII 14).
“Adão, através de sua Eva, produziria ainda um novo ramo da árvore da vida, um filho, cuja IMAGEM poderia ser similar e semelhante à Adão, chamado Set (uma raça); nele um raio da vontade-amor está preservado dentro da vontade ígnea; tal raio ainda se encontrava aprisionado pela essência do mundo externo, a casa corrupta (matéria que mais tarde se tornaria) carne”. (Mysterium, XXIX 24).
“Sem representa o mundo da luz; Jafé, o mundo do fogo, onde a luz é visível. Jafé representa também uma IMAGEM do Pai, Sem a do Filho; mas Ham é uma IMAGEM do mundo externo”. (Mysterium, XXXI 10).
“Tanto Esaú como Jacó, além das suas raças descendentes, originaram-se de uma semente. O primeiro, procedendo unicamente da natureza Adâmica, era o maior, comparável ao primeiro homem que Deus criou em sua própria IMAGEM; IMAGEM que se tornou corrupta e morta com relação a Deus. O outro (Jacó) também procedeu da mesma natureza Adâmica; mas nesta natureza encontrava-se o reino da graça na essência da fé, constituindo um conquistador. Mesmo que o último fosse inferior, segundo a natureza Adâmica, no entanto, Deus estava (mais) revelado em Jacó, de modo que o maior deveria servir e se subjugar ao menor. Não é mostrado que Esaú tenha se subjugado a Jacó, mas a história representa-nos um símbolo espiritual, mostrando como o reino da natureza no homem deveria subjugar-se e submeter-se em humildade ao reino da graça; mostra como se tornaria inteiramente submerso na humildade divina, e como desta humildade se tornaria regenerado”. (Mysterium, LII 29).
“De Esaú segue-se Jacó como a IMAGEM do Cristo, concebido na essência da fé e assegurando-se no calcanhar de Esaú. A IMAGEM Adâmica criada por Deus havia primeiro que nascer e viver eternamente, mas não em seu estado animal e grosseiro de existência. Com a expressão ‘Jacó apegando-se ao calcanhar de Esaú’, está simbolizado que o outro Adão, ou seja, o Cristo, deveria nascer depois do primeiro Adão, e alcança-lo por trás, atraindo-o de volta da direção de sua vontade própria para a primeira matriz, onde a natureza originou-se, a fim de que renascesse”. (Mysterium, LII 37).
“Embora madeira e animais haviam sido usados nos sacrifícios, o fogo usado ali não fora produzido por meios externos, mas originado da mais elevada tintura da fundação paradisíaca. Esse fogo santo consumiu as vítimas através da imaginação e inflamação de Deus, e assim, a vontade humana, introduzida ali e que ainda estava inclinada à condição terrestre, foi (e ainda é) purificada no fogo e redimida do pecado. A grosseria dos elementos havia de ser consumida, e desta consumação pelo fogo deveria emanar a IMAGEM espiritual, bela, pura e verdadeira, criada em Adão; a qual, enquanto contida no fogo da cólera divina, não podia aparecer em sua clareza através desse fogo santo”. (Batismo, II 2 16).
“Havia uma qualidade animal, a alma animal, originária dos planetas, anexada à mente do homem, em consequência da qual sua vontade e oração não eram puras diante de Deus, portanto o fogo-cólera de Deus consumiu esta vaidade animal dos homens através do sacrifício; mas a concebida IMAGEM da graça seguiu com a oração para o fogo santo. Assim, os filhos de Israel foram reconciliados com Deus e libertados de seus pecados de forma espiritual, e com relação a futuros, porque o Cristo estava por vir, tomar o estado humano e penetrar em Deus como um sacrifício para o Seu fogo-cólera, transformando a cólera em amor”. (Baptism, II 25).
“Deus desejou cheirar (durante o sacrifício) nada além do que a vontade do homem, ou seja, a vida humana, a qual, antes do tempo deste mundo encontrava-se dentro da palavra de Deus — não ainda como um ser criado, mas como um poder, soprado na IMAGEM criada. Isso é o que foi “cheirado” por Deus através do sacrifício e na essência de Cristo ou a graça, comunicada ao homem e foi o que reajustou a vontade por meio da graça no fogo resultante da combinação do fogo-vida humano e do fogo-amor divino, constituindo assim um verdadeiro sacrifício do pecado e da restituição, porque o pecado foi sacrificado ao fogo da cólera divina, para que ali fosse consumido”. (Communion, I 32).
“O Verbo da promessa, que era para os judeus uma espécie de antítipo, ou como uma IMAGEM no espelho, onde o pai colérico imaginou e onde extinguiu Sua cólera, começou a se movimentar essencialmente, como se não tivesse se movimentado desde a eternidade; pois, quando o anjo Gabriel trouxe a Maria a mensagem de que teria um filho, e quando ela expressou seu desejo dizendo: ‘Que seja feita a tua vontade’, o centro da Santíssima Trindade movimentou-se; isso quer dizer que, a virgindade eterna perdida por Adão, se abriu nela, no Verbo da vida. O fogo do amor divino no ser de Maria, na essência virginal corrompida em Adão, fora novamente restaurado”. (Encarnação de Cristo…, I 8, 3. 4).
“O Verbo, que permaneceu na virgem da sabedoria circundado pelas maravilhas eternas, saiu do grande amor e penetrou novamente a nossa IMAGEM, destruída em Adão, tornando-se humano em Maria em consequência da benção” (Quarenta Questões…, XXXVI 10).
“Quando Deus movimentou-se em Maria como Seu desígnio, ela foi então altamente abençoada, e nesta benção do Redentor ela se tornou impregnada. Ora, sabe-se que a semente do homem comunica suas qualidades ao corpo. Quando a vida divina penetra a essência da semente (poder) de Maria, seu corpo todo, que então envolvia o corpo da IMAGEM (divina), tornou-se abençoado e vivificado por este maravilhoso movimento de Deus. O reino externo deste mundo não foi com isso separado de Maria, ela ainda estava aprisionada ali; mas a tintura de seu sangue tornou-se iluminada com a tintura divina; ou seja, com a tintura da semente; comunicando suas qualidades à forma corpórea”. (Tilk I. 331).
“Cristo em Maria aceitou os três princípios, mas em ordem divina, e não misturados, como foi o caso de Adão, quem, através da imaginação, introduziu o reino externo no reino interno, na alma-fogo, em consequência do que a luz foi extinta. Ele (Cristo) tinha em Si a alma-essência, ou o primeiro princípio, a substância da IMAGEM do segundo princípio, e finalmente a forma externa, ou seja, o terceiro princípio”. (Tilk I 336).
“O espírito desse mundo capturou o corpo, tornando-o terrestre; o corpo e a alma tornaram-se corruptos. Desta forma, não mais estamos em posse do elemento puro necessário para a formação de um corpo (puro), mas de uma protuberância dos quatro elementos em combinação com a influência das estrelas. Este corpo não pertence à Divindade. Deus não Se revela num corpo impuro, mas somente no homem santo (interiormente regenerado), na pura IMAGEM que Ele criou no princípio. Nada mais havia de ser feito além de regenerar a IMAGEM através do coração e da luz de Deus”. (Três Princípios…, XXIII 21).
“Quando o Verbo pronunciado de Deus na qualidade humana aprisionou-se no Redentor, a essencialidade que havia morrido em Adão, mas que se tornou novamente viva em Cristo, clamou juntamente com a alma: ‘Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonastes?’ Isso significa que a cólera de Deus havia penetrado, através da qualidade da alma, a IMAGEM da essencialidade divina, e que havia absorvido a IMAGEM de Deus, porque era essa a IMAGEM da serpente na alma ígnea, a cabeça da cólera de Deus, para transformar seu poder ígneo na vida-sol eterna. Como uma vela se extingue ao queimar-se, e assim como desta morte surge a luz e o poder, da mortificação e da morte de Cristo havia que surgir o sol divino e eterno na qualidade humana. Assim, havia que morrer, neste caso, não só o egoísmo da qualidade humana, ou seja, a vontade-própria da alma com relação à (seu desejo pela) vida no poder do fogo, e se perder na IMAGEM do amor; mas, essa mesma IMAGEM do amor havia que penetrar a cólera da morte, a fim de que tudo mergulhasse na morte e através da morte e da humildade perfeita, e na vontade e misericórdia de Deus, surgisse novamente na substancialidade paradisíaca, a fim de que o espírito de Deus pudesse ser tudo em tudo”. (Assinatura…, XI 87).
“Depois que o Pai trouxe a alma do redentor, que havia penetrado Sua cólera, de volta ao amor, ou seja, na IMAGEM do Paraíso, que havia desaparecido, o mundo tremeu no terror da morte, como se fosse um terror de alegria, alegria que penetrou os corpos mortos daqueles que haviam esperado pela vinda do Messias, e os despertaram para a vida. Foi esse mesmo terror que rasgou a cortina do Templo, ou seja, o véu de Moisés, pendurado diante da clara face de Deus, a fim de que o homem não visse à Deus”. (Assinatura…, XI 71).
“A regeneração espiritual, não depende de aprendizado ou conhecimento científico; é preciso haver uma intensa e poderosa sinceridade, uma grande fome e sede pelo Espírito de Cristo. A ciência pura não é fé; a fé é uma intensa fome e sede por aquilo que desejo, de modo que se forma numa IMAGEM dentro de mim, e pela avidez de minha imaginação torna-se minha propriedade. Essa fome e desejo moldam a substância de Cristo, sendo ele a substância celestial, na IMAGEM enfraquecida, onde a palavra do poder de Deus é a vida ativa”.
“Enquanto o homem terrestre viver a alma estará em contínuo perigo, pois o demônio tem uma inimizade com ela, lançando seus raios com uma falsa imaginação no espírito das estrelas e dos elementos; ele alcança, assim o fogo-alma, e deseja envenená-la com um desejo terrestre e demoníaco. A nobre IMAGEM deve, neste caso, (na consciência interna do homem) levantar-se em defesa; muita luta pela coroa dos anjos se faz necessária, e sempre surge ali, dentro do velho Adão, dúvidas e descrenças”. (Encarnação de Cristo…, XI. 6).
“Não é a alma mortal, mas a alma interior (espiritual) do eterno Verbo de Deus a que se casa com Sophia. A alma exterior está casada com a constelação (funções mentais) e elementos. Essa alma externa raramente lança um só olhar para a Sophia, pois contém em si a morte e a mortalidade. Passado este tempo ela deve ser novamente transformada na primeira IMAGEM que Deus criou em Adão”. (Mysterium, Lii 13).
“Que ninguém pense que a árvore da fé Cristã possa ser vista ou conhecida no reino deste mundo. O homem externo não a reconhece, e mesmo que o Espírito Santo se manifestasse no espelho exterior, a vida externa tornar-se-ia satisfeita e tremeria de prazer, e pensaria ter recebido o convidado esperado; ela então acreditaria, ainda que não ocorra ali uma duração perfeita; o Espírito de Deus não permanece constantemente na mente terrestre. Ele quer ter um vaso limpo, e sempre que retorna a seu princípio — sendo este a verdadeira IMAGEM — o ser externo torna-se duvidoso e cheio de medos”. (Encarnação de Cristo…, CXI 8).
“Sempre que Deus conduz seus filhos para a turbulência e a angústia, eles ali estão para produzirem um novo ramo na árvore da fé. Sempre que o Espírito de Deus aparece apresenta um novo crescimento, do qual a nobre IMAGEM é extremamente satisfeita”. (Encarnação de Cristo…, CXI 8).
“Cara alma, se desejas a luz de Deus, e também a luz deste mundo, se desejas alimentar seu corpo (e mente), e (ao mesmo tempo) busca os mistérios de Deus, faça aquilo que o próprio Deus faz. Um olho de sua alma olha a eternidade, o outro a natureza. Esse busca continuamente no desejo e cria um espelho atrás do outro. Que assim seja. Assim deve ser, pois Deus assim o quer. Mas o olho voltado para a eternidade não pode se voltar para o desejo (longe de Deus); é através dele que se busca virar o outro para si mesmo, e não deixá-lo se desviar de ti; ou seja, não deixe ele se afastar do olho que mira a liberdade. Coloque sua vontade naquilo que está fazendo, lembrando de que é um servo da vinha de Deus; quer dizer, do Eterno; mergulhe sua vontade a cada instante na humildade diante de Deus; então sua IMAGEM irá caminhar na humildade com sua vontade na majestade de Deus, e será iluminada perpetuamente pela triunfante luz de Deus”. (Quarenta Questões…, XII 28).
“Cada um precisa simplesmente examinar sua própria qualidade e ver em que direção é carregado pela sua vontade. Então saberá a que reino pertence e se é realmente um homem (na IMAGEM de Deus), como ele fantasia ou pretende ser, ou uma criatura do mundo de trevas, um cachorro raivoso, um pavão vaidoso, um macaco luxurioso ou uma cobra venenosa. Se, então, a essência dos quatro elementos o deixarem na morte, nada irá permanecer com ele senão a consciência interna, má e envenenada”. (Seis Pontos Teosóficos…, VII 37).
“Se a vontade interna batalha a cada instante, diariamente, contra as qualidades demoníacas que a aflige, apaziguando-as e não permite que tomem substância em si, ao mesmo tempo em que as qualidades malignas perturbam a pessoa, não permitindo que ela atue sempre com sua boa vontade, essa pessoa deve acreditar e saber, com certeza, que o fogo de Deus está queimando dentro dela e tentando tornar-se luz; e quando quer que o corpo maligno com sua condição maligna é rompido, a fim de não mais impedir que a centelha flamejante queime, então o fogo divino, em sua essência, irá queimar numa chama, e a IMAGEM divina será reconstituída de acordo com a qualidade mais forte que aquela pessoa tenha introduzido em seu desejo”. (Seis Pontos Teosóficos…, VII 41).
“Se um homem tem um desejo constante por Deus; se seu desejo é tão poderoso a ponto de possibilitá-lo a parar e voltar-se para a humildade, as essências malignas, quaisquer que sejam, começarão a queimar; se ele puder resignar a todas as coisas que neste mundo brilham e enganam; se puder fazer o bem no lugar do mal; se é poderoso o bastante para dar aos necessitados tudo o que pertence ao exterior, seja dinheiro ou bens; e se está pronto a desertar todas as coisas por causa de Deus, penetrando um estado de miséria com esperança certa no eterno; se nele surgir o poder divino, para que possa despertar ali o reino da alegria e provar Deus; tal pessoa carrega consigo a IMAGEM divina com a essência celestial mesmo durante sua vida terrestre, a IMAGEM em que Jesus nasce da virgem. Ele não irá morrer eternamente, mas simplesmente irá deixar o reino terrestre abandoná-lo, este que foi, durante essa vida, uma oposição e um impedimento com o qual Deus o cobriu”. (Seis Pontos Teosóficos…, VII 44).
“O princípio do pai dentro da alma tem sua base num fogo incandescente que origina a luz, e nesta luz repousa a nobre IMAGEM de Deus. Essa luz modera o fogo incandescente através da substancialidade do amor, tornando-o beneficente para a natureza e para a vida”. (Cartas, VIII 78).
“O homem é seguido por todas as suas obras, ele as tem eternamente diante de seus olhos e vive ali, a não ser que da malícia e falsidade nasça novamente pelo sangue de Jesus Cristo. Se isso ocorrer, ele rompe a IMAGEM terrestre e infernal para penetrar uma IMAGEM Angélica, vindo para um novo reino, ao qual suas imperfeições não podem acompanhá-lo, e assim a IMAGEM de Deus será restaurada, a partir da forma infernal e terrestre”. (Três Princípios…, XVI 47).
“A virgem diz: Algo em ti me contraria. Eu te criei e te tirei do meio dos espinhos. Quando eras um animal selvagem, eu te configurei em minha própria IMAGEM. Mas o animal selvagem está entre os espinhos: isso eu não vou tomar em meu peito. Você ainda vive com seu animal selvagem. Quando o mundo tomar esse animal, já que a ele pertence, então eu te tomarei. Assim, cada um irá tomar o que lhe pertence. Por que então amas tanto aquele animal selvagem que não te causa mais nada além de dor? Não podes carregá-lo contigo. Ele não te pertence, mas ao mundo. Que o mundo o use como puder, mas permaneças tu comigo. Será por pouco tempo; logo seu animal irá se quebrar, e tu dele te livrarás, e permanecerás comigo. Como irás regozijar-te, se pensares naquele animal, que te afligia dia e noite, e ver que dele estas livres. Como uma flor cresce da terra, tu te elevarás acima de teu animal selvagem. Tu dizes: ‘Sou teu animal; tu nasceste em mim’. Ouça, meu animal! Sou maior que tu. Quando estavas por vir, eu era tua construtora. Minhas essências saem da raiz da eternidade; mas tu pertences a este mundo. Tu irás te quebrar, mas eu permaneço eternamente em meu poder. Portanto sou muito mais nobre que tu. Tu vives na cólera; mas eu irei colocar minha cólera assustadora na luz, na alegria eterna. Minhas obras estão no poder, enquanto as tuas permanecem como sombras. Quando eu estiver livre de ti, nunca mais irei te aceitar como meu animal; mas, (tomo) meu novo corpo, o qual estou regenerando na mais profunda raiz do elemento santo”. (Princípios, XXI 69).
“A Natureza não é Deus, não mais do que o corpo de um homem é o homem. A Natureza é o eco e a IMAGEM da natureza eterna, manifesta pelos poderes do Verbo”. (Tabulae Principioe, li).