O mundo-ordem injusta. O mundo-humanidade aliena-se de Deus ao rejeitar o seu projeto criador aceitando a ideologia que o oculta, os falsos valores próprios de sistema de violência e morte, personificado em “o chefe do mundo/desta ordem” (Jo 12,31; 14,30; 16,11), e cujo princípio inspirador é “o Inimigo”, o poder do dinheiro (Jo 8,44; cf. Inimigo V).
“O mundo” é a violência institucionalizada. Ele odeia a Jesus (Jo 7,7) e persegue de morte a ele e aos seus discípulos (Jo 15,18-25; 16,2). Aparecem assim em relação com “o mundo” a perseguição e o propósito de matar Jesus (Jo 5,16.18), as tentativas de apedrejá-lo (Jo 8,59; 10,3ls), a decisão de dar-lhe morte sem julgamento nenhum (Jo 11,53), a ordem de delação e prisão (Jo 11,57). Com respeito ao povo, a repressão cria o medo aos dirigentes que impede de falar abertamente sobre Jesus (Jo 7,13;9,22) e que ameaça os discípulos (Jo 19,38;20,19). Entra na mesma linha o desprezo que sentem os fariseus pela multidão (Jo 7,49), o decreto de expulsão para todo o que reconhecer Jesus por Messias (Jo 9,22) e a expulsão do cego (Jo 9,34).
Este mundo não só não reconhece a Deus (Jo 17,25), mas também odeia a Jesus (Jo 7,7; 15,18) e, portanto, ao Pai (Jo 15, 23). Não conhece o que enviou Jesus (Jo 15,21; 16,3); não pode receber o Espírito da verdade, porque não o percebe nem o conhece (Jo 14,17); assim Jesus não se manifestará a ele (Jo 14,22).
A denotação universal do termo “o mundo” ultrapassa o sistema judaico, que se apresenta como paradigma dos sistemas de injustiça. O que caracteriza no evangelho os componentes do “mundo” não é ser judeus de raça, mas ser inimigos do homem por constituir um sistema opressor baseado no poder do dinheiro (Inimigo II). (VTESJ)