Triunfo Destino [AOCG]

Antonio OrbeCristologia Gnóstica
Capítulo 6.— O triunfo sobre o destino
A viagem através dos céus, entre o supremo e a terra, ou vice versa, interessou aos críticos do gnosticismo cristão (v. Ioan Couliano, Psychanodia), inclusive até o exagero.

É clássico um lugar dos Naassenos, inspirado no Evangelho dos Egípcios:

Perguntam, pois, por sua vez, que é a alma e de onde e de que natureza é… O inquirem não a partir das (doutrinas? Autores?) místicas. Dizem que a alma é muito difícil de achar e de conceber, porque não permanece sempre na mesma figura e forma; nem em uma paixão, de sorte que a expresse por imagem ou a compreenda por essência. Estas formas estranhas as têm (os naassenos) descritas no apelidado Evangelho segundo os Egípcios. (Hipólito de Roma)

Alguns críticos abordarão o tema com referência à viagem do Salvador, do céu à terra, e inversamente.

Tods, gnósticos e eclesiásticos, partiam de uma concepção comum do universo com sete ou oito céus. Assim o «Testamento dos Doze Patriarcas», a «Ascensão de Isaías»; provavelmente o Apocalipse grego de Baruc e o de Sofonias, o autor do «Diálogo de Jasão e Papisco» (segundo testemunho de Máximo o Confessor, o próprio Irineu de Lião, tão pouco partidário da Ogdoada e Hebdômada valentinianas. Orígenes, receoso, em polêmica com Celso, para os sete céus ou esferas planetárias por seu emprego entre os gnósticos, e partidário, ainda mais, dos três céus, mostrava-se pouco adverso ao número septenário em sua primeira época. Nada se diga de Clemente de Alexandria.

A descida concebia-se , portanto, através dos oito ou sete céus. Porém fossem oito ou somente três, o problema era fundamentalmente igual.

A viagem esconde sua filosofia. Para nenhum sectário se ocorreu atribuí-la ao Pai ou Deus supremo. Designaram-na sempre ao Filho, ao Logos. A razão a explica por sua conte Orígenes em polêmica com Celso (v. DESCIDA DO FILHO).

  • 1. O destino: análise de ET 69-73
  • 2. Vitória do Bom Pastor
  • 3. Regime de Providência
  • 4. A hora de Jesus
  • 5. Notícias complementares
  • 6. Conclusão