Sermões da Montanha e da Planície

EVANGELHO DE JESUS — SERMÕES DA MONTANHA E DA PLANÍCIE

Como todos sabem, o Sermão da Montanha e o Sermão da Planície não são material ordinário. Muito pelo contrário, são de cara textos que se destacam e que exigem respeito. De fato, estes textos são de muitas maneiras inspiradores, ou talvez seja melhor dizer que sua longa tradição na literatura cristã e mesmo na global os dignificou de tal modo que os leitores modernos deles não podem escapar. A valorização cultural e religiosa faz diferença, qualquer que possa ser o objeto. Entrando na área do Templo em Jerusalém, o na Acrópole de Atenas, ou na Catedral de São Pedro em Roma não é uma experiência ordinária. O mesmo é verdade para qualquer um cuja mente entre no mundo de pensamento dos famosos Sermões, como se pretende aqui. De muito, estes textos parecem relativamente simples, e para muitos leitores do NT estes Sermões sempre representaram nada mais que a simples verdade da mensagem de Jesus ou princípios diretos e não complicados de moralidade e ética. O fenômeno intrigante é, entretanto, que o quanto mais de perto se olha os textos mais se é envolvido com as questões endereçadas pelos Sermões. A experiência pode assim ser comparada com a visita a velhos castelos famosos ou catedrais. Os turistas podem dispensar trinta minutos para andar por eles, só para ter uma impressão, e isto é o que obtêm. Mas se se começa a estudar tais edificações com a ajuda de guias, visões grandiosas de mundos inteiros se descortinam. Seja na arquitetura, os símbolos e imagens, as estátuas e as pinturas, ou a história que teve lugar em e ao redor dos edifícios, sob exame acurado as coisas se tornam mais e mais complicadas, diversas, intrigantes, sem um fim à vista.

Tal experiência pode, sugiro, também ser o resultado do estudo de um texto ou de textos, tais como o Sermão da Montanha e o Sermão da Planície. A evidência para tal é a história de sua interpretação: desde a igreja primitiva uma cadeia quase interminável de teólogos e filósofos comentaram estes textos. Por esta razão os comentário seguintes tratam o Sermão da Montanha sob vários aspectos, mas preferencialmente sob a dimensão simbólica de suas proposições, dirigidas para o Homem Interior.

Certamente, possuímos este texto em primeiro lugar por causa do evangelista Mateus. Como acreditamos, ele o preservou e se tornou assim literatura mundial juntamente com o Evangelho de Mateus e o Novo Testamento. No entanto, como devo apontar, o Sermão da Montanha sempre foi mais que um texto cristão. Esta mesma abordagem é estendida ao Sermão da Planície, embora tenha tido uma história menos importante. As razões para pôr os dois Sermões juntos na mesma análise, é devido a sua origem e natureza literária e histórica, os dois Sermões pertencem-se juntos. O caso para esta hipótese terá que aguardar a apresentação dos mesmos, juntamente com a evidência para tal.

Em termos de religião, o Sermão da Montanha e o Sermão da Planície têm suas origens no Judaísmo, um Judaísmo, entretanto, que teria sido perturbado ou inspirado (dependendo do ponto de vista) por Jesus de Nazaré, que é assumido pelos Sermões como seu autor e apresentador. A estirpe de Judaísmo que produziu o Sermão da Montanha, pode ser chamada “o movimento de Jesus”, ou, talvez em um estágio posterior, “Cristandade Judaica”. Como deve ser apontado em detalhe, o(s) “autor(es)” tencionavam formular um epítome dos ensinamentos, de seu reverenciado mestre com o propósito de instruir àqueles que tinham se juntado ao moviemnto de Jesus, os “discípulos”. O Sermão da Montanha, por conseguinte, resume o que o movimento de Jesus via como o essencial para os discípulos conhecerem e sempre terem em mente.

Como Jesus era um judeu, todos os ensinamentos do Sermão da Montanha são judeus em sua visão judaica e cultural. Porque o desenvolvimento da igreja cristã primitiva, em particular de seus ramos judeu-cristãos, o Sermão da Montanha acabou no Evangelho de Mateus, um texto cristão, e foi canonizado como um texto cristão juntamente com este Evangelho como parte do NT; o Sermão da Planície, por razões exploradas na sua apresentação, foi parar no Evangelho de Lucas e foi canonizado junto com este Evangelho. (apresentação escrita tendo por base, “The Sermon on the Mount: A Commentary on the Sermon on the Mount, Including the Sermon on the Plain (Hermeneia: a Critical and Historical Commentary on the Bible)”)
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