Hades — lugar abissal da morte
E tu, Cafarnaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos (hades); porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje. (Mt 11:23)
Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; (Mt 16:18)
E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. (Lc 16:23) — vide Rico e Lazaro
Dicionário Teológico do Novo Testamento.
Coenen, Beyreuther & Bietenhard
En el NT el término hades aparece 10 veces y solamente en Mt, Lc, Hech y Ap.
En los demás escritos aparecen vocablos tales como ábyssos, géenna.
1. El hades está en el interior de la tierra, de manera que se dice que se «baja» a él (Mt 11, 23; Lc 10, 15; cf. Mt 12, 40: kardía tés gés, corazón de la tierra). Es una cárcel (phylaké: 1 Pe 3,19; Ap 20, 7). Tiene puertas como una ciudad o una ciudadela (Mt 16, 18) y se le cierra con una llave que tiene Cristo en su mano (Ap 1, 18). Por otra parte, Ap 20, 14 parece sugerir que el hades — como la muerte — se concibe como un ser personal. Cuando llegue la resurrección, el hades tiene que entregar los muertos (Ap 20,13), no tratándose, por tanto, de un lugar o situación eterna, sino sólo provisional. Para Hech 2, 27.31 y Lc 16, 23.26 todos los muertos están en el hades. Según otros pasajes, por el contrario, en el hades únicamente se hallan los espíritus de los impíos (1 Pe 3, 19; Ap 20, 13 s: para Ap 20, 4 los creyentes resucitarán al comienzo del reino milenario).
2. Es nuevo respecto del judaismo el hecho de que en el NT Jesús haya resucitado para una vida eterna (Heb 7, 16), que haya arrebatado el poder a la muerte y al diablo (Heb 2, 14) y que sea señor de muertos y vivos (Rom 14, 9). Las concepciones se transforman gracias a la fe en Cristo: el hades no puede perjudicar absolutamente a la comunidad (Mt 16,18 s; 1 Pe 3,19 ss; 4, 6; Ap 1,18). El que muere, aun «desnudo», o sea, sin cuerpo (2 Cor 5, 25), está unido a Cristo (Flp 1, 23; 2 Cor 5, 8), o se encuentra en la Jerusalén celeste (Heb 12, 22), bajo el altar celestial (Ap 6, 9) como los mártires, o ante el trono de Dios (Ap 7, 9; 14, 3). Cristo predicó a los espíritus en la cárcel (1 Pe 3,19 ss; 4,6). La obra liberadora de Cristo abarca también los ámbitos de los muertos, sin que escape nada a la gracia de Cristo.
3. De esta acentuación del universal señorío y gracia de Cristo dependerá el hecho de que en el NT no se encuentre concepción alguna sobre el más allá; no existe doctrina alguna sobre el más allá, ni hallamos en él ninguna «geografía del mundo del más allá»; en este punto se diferencia grandemente de ciertos escritos del judaismo tardío e incluso de escritos cristianos, de los cuales es ejemplo típico la Divina comedia de Dante. Y precisamente el silencio del NT sobre detalles del más allá y sobre la situación provisional es lo que quizás excitó la curiosidad, piadosa en apariencia, que llevó a no conformarse con depositar su esperanza sólo en Cristo, sino a pensar que se podían y debían completar las sentencias de la Escritura a base de la fantasía humana, lo que muestra una falta de fe. A este desplazamiento de interés contribuyó esencialmente el hecho de que la doctrina griega sobre la inmortalidad del alma reemplazó la fe neotestamentaria en la resurrección de los muertos (1 Cor 15), doctrina aquella que ha seguido siendo hasta hoy el modo corriente de pensar del cristiano, el cual no se para a reflexionar en que, siguiendo esta línea de pensamiento, no cree y espera bíblicamente y de acuerdo con el NT, sino que su esquema mental es griego-gentil.
Luc Benoist
Signo, símbolos e mitos
A tradição cristã atribuía aos mortos transportados para o além uma hierarquia de estados póstumos correspondentes à noite do Inferno, ao crepúsculo do Purgatório e à luz do Paraíso. Os antigos distinguiam igualmente uma trilogia de estados para as almas dos mortos: o sono sem sonhos de Érebo, os suplícios do Tártaro e o doce repouso dos Campos Elísios. O nome do senhor deste domínio, Hades, significa em grego o Invisível. Deve-se este nome ao seu capacete forjado pelos Ciclopes em forma de boné frígio, semelhante aos que usavam os escravos libertos, sendo a invisibilidade, evidentemente, um grau supremo de liberdade, da qual a própria divindade quis revestir-se por sabedoria e prudência.
Roberto Pla
O herdeiro testamentário do Seol é o Hades (com o Hades toma para si o NT o nome grego que já a Septuaginta tinha dado ao Seol veterotestamentário), ainda que não é descartável que também a Geena difundida nos tempos dos profetas, seja herdeira em boa parte do Seol.
Como se sabe, nos textos do NT aparece novamente a palavra Hades, mas isso não autoriza a supor que a significação que os autores neotestamentários dão a esse vocábulo é a mesma que tinha segundo os autores do AT. Por outra parte cabe pensar que a informação qualificada de Jesus o permitiu aportar motivos de uma variação substancial a respeito do Seol (Hades) tradicional.
Podemos dizer em síntese que com a palavra Hades se designa nos textos neotestamentários um lugar ou estado no qual as almas, aquelas que a morte do corpo lhes chegou estando elas ainda imperfeitamente purificadas, ficam submetidas a um fogo purificador de natureza eterna. Uma vez que o processo de purgação tenha sido consumado, as almas separadas do corpo mortal concluem sua estada passageira no Hades e acedem à “presença” do Juízo de Deus.
Se esta descrição “objetiva” se ajusta ao que o NT aponta quanto ao Hades — e isto é o que temos de revisar agora em ordem oculto — resultará que o Hades neotestamentário é boa medida o antecedente evangélico desse lugar ou estado que foi designado oficialmente com o nome de “purgatório” pelo papa Inocêncio IV na base do concílio I de Lião (1245).
Esta identidade básica do Hades e do purgatório teria sido — e o é ainda — a prova testemunhal do período purificador necessário para as almas que não alcançaram o conhecimento de Deus durante sua vida corporal, pois o Hades está afirmado e explicado por vários textos canônicos do NT.
Quando nos últimos anos do século IV deu a conhecer São Jerônimo sua revisão latina do evangelho, trabalho chamado a formar parte da Bíblia em latim chamada Vulgata, empregou para o Hades o vocábulo latino “infernus”.
Talvez teve em conta Jerônimo para esta decisão, aquela opinião do judaísmo tardio, segundo a qual as almas dos ímpios são castigadas no Hades. Isto se confirma no Salmo de Salomão: “A herança dos pecadores é o Hades, as trevas e a perdição”. O certo é que ao empregar o vocábulo “inferno”, para designar o Hades, pois este lugar em paralelo com a condenação eterna, e com isto “consumiu” para o inferno de condenação quase todos os textos neotestamentários que testificam a necessidade e a ação do fogo purificador.
As consequências foram muito graves para a unidade da igreja manifesta de Cristo, pois quando doze séculos mais tarde impugnou Lutero a existência do purgatório, sua objeção mais importante em sua negação dou que a existência deste não é afirmada por nenhum texto canônico do NT.
A existência do Hades é afirmada por Jesus, fora de toda dúvida, no curso de uma importante perícope de Mateus; é reafirmada por Pedro em seu primeiro discurso de catequese recolhido nos Atos, onde, de passagem, se autentifica o Hades com uma referência ao Salmo 16; e é confirmada várias vezes no Apocalipse.
Os dados que estes materiais proporcionam são a única informação neotestamentária direta que possuímos acerca do Hades; ainda que se agregamos a eles as fontes indiretas que falam do fogo, do enxofre, da morte, etc…, em conexão com o Hades, não será difícil construir uma imagem fundada estritamente na revelação dada pelos textos.
Mitologia Grega
Ioan Couliano
COSMOS