JUIZ INIQUO
PARÁBOLAS EVANGÉLICAS — O JUIZ INÍQUO (Lc XVIII, 1-8)
E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer, Dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem. Havia também, naquela mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, Todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte, e me importune muito. E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra? (Luc 18:1-8; pesquisar passagem e comentários em CCEL)
CRISTOLOGIA
Tomás de Aquino: Catena aurea
São João da Cruz: A subida do Monte Carmelo
- Y en las demás ceremonias acerca del rezar y otras devociones, no quieran arrimar la voluntad a otras ceremonias y modos de oraciones de las que nos enseñó Cristo (Mt. 6, 9-13; Lc. 11, 1-2); que claro está que, cuando sus discípulos le rogaron que los enseñase a orar, les diría todo lo que hace al caso para que nos oyese el Padre Eterno, como el que tan bien conocía su condición y sólo les enseñó aquellas siete peticiones del Pater noster, en que se incluyen todas nuestras necesidades espirituales y temporales, y no les dijo otras muchas maneras de palabras y ceremonias, antes, en otra parte, les dijo que cuando oraban no quisiesen hablar mucho, porque bien sabía nuestro Padre celestial lo que nos convenía (Mt. 6, 7-8). Sólo encargó, con muchos encarecimientos, que perseverásemos en oración, es a saber, en la del Pater noster, diciendo en otra parte que conviene siempre orar y nunca faltar (Lc. 18, 1). Mas no enseñó variedades de peticiones, sino que estas se repitiesen muchas veces y con fervor y con cuidado; porque, como digo, en estas se encierra todo lo que es voluntad de Dios y todo lo que nos conviene. Que, por eso, cuando Su Majestad acudió tres veces al Padre Eterno, todas tres veces oró con la misma palabra del Pater noster, como dicen los Evangelistas, diciendo: Padre, si no puede ser sino que tengo de beber este cáliz, hágase tu voluntad (Mt. 26, 39). Livro III, Capítulo 44
GNOSTICISMO
Antonio Orbe: Parábolas Evangélicas em São Irineu
- Aphraates em um agraphon: "Segundo está escrito. 'Falou nosso Senhor: Orai e não canseis'" Agrapha
- "Não deixes de apresentar ao Senhor a súplica de tua alma, e a alcançarás. mas se em tua oração te deixas levar pelo desânimo ou pela dúvida, culpa-te a ti mesmo e não ao que te dá".
- "Aquele de 'clama, a que nos dê a luz', indica isto: que elevemos a Deus com simplicidade nossas orações e não desfaleçamos como a que não dão a luz".
- "Ó tu (senhor) que nos escolhestes para o apostolado das pessoas!... Que te destes a conhecer através de toda a natureza, que mesmo entre as bestas te manifestastes. que fizestes serna e tranquila a alma deserta e selvagem... Que te manifestastes a ela, vencida por Satanás, e vencestes ao inimigo dela quando ela acudia a ti em busca de ajuda. Tu que a deste a mão para a elevá-la do domínio do Hades... Que a revelaste ao próprio adversário (echthros)... Acta Iohannis
- A animada versão evangélica entre a viúva e o antidikos se traduz pelas relações entre o diabo e a Alma — símbolo da Igreja espiritual terrena —, um tempo submetida ao cativeiro (e ainda possessão) do inimigo e redimida já mercê à fé ou gnosis do Salvador. O argumento decisivo se funda no termo antidikos e seu contexto. Ela, a Alma, como a viúva do Evangelho, acude ao Senhor em busca de ajuda contra o inimigo que a havia a longo tempo atropelado. «Venceste ó Senhor a seu inimigo (ton antidikon) autes) — termo peculiar a Lc 18,3 — contra quem invocava à Alma auxílio, refugiando-se em ti».
- O epíteto “heremos”, designado igualmente à psyche, acentua sua condição de viúva. A Alma, redimida pelo Salvador mediante seu apóstolo, era — durante seu cativeiro sob o inimigo — «desolada» e viúva (do Salvador). Uma vez salva, volta a unir-se em matrimônio com Ele.
- A Alma, símbolo da Igreja espiritual (das gentes), tinha algum tempo vivido em matrimônio com o Salvador (= Logos, Unigênito). Tal matrimônio se desfez pelo pecado. A Alma se uniu com o diabo, inimigo dela e do Salvador. Desolada (heremos) como uma viúva (Vide 1Tim 5,5), arratou o adultério muito tempo, até os dias dos apóstolos. A Igreja ressuscitou graças a fé no Salvador anunciada por eles. E voltou ao matrimônio primeiro. O Esposo (= o Salvador) responde, já não como juiz, senão como Esposo, ao chamamento da Igreja das gentes, e a redime do cativeiro para uni-la definitivamente a si, condenando o inimigo e vindicando como «juiz de iníquos» à viúva.
- Marcion
- Em seu Evangelho considerou esta parábola segundo Tertuliano, como adotou a parábola do Amigo Importuno, por motivos análogos.
- Exegese provavelmente na linha de Cirilo de Alexandria que não indicaria «o juiz iníquo» mas o «vingador da iniquidade». O Deus bom, diferentemente do criador, não só incomoda a iniquidade senão a economia da mera justiça. Espontaneamente benéfico, acode a quem o invoca contra um atropelo. A viúva injustamente atropelada pelo inimigo representa o regime dos verdadeiros cristãos (= marcionitas), iniquamente molestados pelos hebreus e eclesiásticos vulgares. Deus defende os seus, vindicando-lhe pela bondade — como Pai —, não por justiça, como juiz de bons e maus.
-
Os adversários da viúva não recebem castigo de Deus. O Pai os abandona a merce de suas iniquidades, contente com liberar deles à viúva.
PERENIALISTAS
René Guénon: APRECIAÇÕES SOBRE O ESOTERISMO ISLÂMICO E O TAOISMO
A «simplicidade», expressão da unificação de todas as potências do ser, caracteriza o retorno ao «estado primordial»; e se ve aqui toda a diferença que separa o conhecimento transcendente do sábio, do sábio ordinário e «profano». Esta «simplicidade», é também o que é designado em outra parte como o estado de «infância» ou de «pequenez» (em sânscrito balya), entendido naturalmente no sentido espiritual, e que, na doutrina hindu, é considerado como uma condição preliminar para a aquisição do conhecimento por excelência. Isto lembra as palavras similares que se encontram no Evangelho: «Quem quer que não receba o Reino de Deus como um pequenino, não entrará nele» (Lucas 18,7). «Enquanto ocultastes estas coisas aos sábios e aos prudentes, as revelou aos simples e aos pequenos» (Mateus 11,25).
Frithjof Schuon: SOBRE LOS MUNDOS ANTIGUOS
En el Cristianismo — según San Ireneo y otros autores — Dios «se ha hecho hombre» con el fin de que el hombre «se haga Dios»; en términos hindúes se dirá: atman se ha hecho maya para que maya se haga atman. La concentración contemplativa y unitiva en el Cristianismo es permanecer en lo Real manifestado -el «Verbo hecho carne»- a fin de que ese Real permanezca en nosotros, que somos ilusorios, de acuerdo con lo que Cristo declaró en una visión a Santa Catalina de Siena: «Yo soy Quien es, tú eres la que no es.» El alma permanece en lo Real — en el Reino de Dios que está «dentro de nosotros» — mediante la oración permanente del corazón, como enseñan la parábola del juez inicuo y el comentario de San Pablo. RELIGIO PERENNIS