Texto resumido do ensaio constante dos Cadernos do Hermetismo [CHSophia], organizado por Antoine Faivre, número especial sobre Sophia.
A Sabedoria de Deus
- Templo de Santa-Sophia em Constantinopla
- Domo celeste que se inclina em direção da terra para abraçá-la figurando
- formas finitas
- infinito
- unidade múltipla do todo
- eternidade imutável na imagem da criação
- Milagre de harmonia
- Leveza
- Claridade
- Simplicidade
- Acordo admirável
- Sensação de estar no mundo e o mundo estar em mim
- Presença de Platão recebendo o batismo, na altura onde as alma se elevam para contemplar as ideias
- A Sophia platônica alcança a Sophia divina
- Manifestação última do gênio grego quanto à Sabedoria de Deus
- Monumento elevado nos tempos teológicos pela vontade de um imperador teólogo, Justiniano
- Coroação so período dos concílios ecumênicos
- Domo celeste que se inclina em direção da terra para abraçá-la figurando
- Que significa este Templo da Sabedoria de Deus?
- Anúncio da Nova Roma à Igreja universal?
- Alegoria esculpida? Como os templos:
- da paz (Irineu)
- da fé (Pistis, Vera)
- da esperança (Elpis, Nadejada)
- Igrejas do Cristo, sob o aspecto da Sophia?
- Sofiologia hierática é um problema a resolver
- Despercebido pela Roma antiga, civitas Dei.
- Universalidade da Igreja nesta é vista:
- como fortaleza espiritual, imperium romanum
- como organização do poder eclesiástico, concentrado na pessoa do pontífice.
- Universalidade da Igreja nesta é vista:
- Oriente ortodoxo
- Bizâncio projetou a fé do cristo nas terras hiperboreanas, no reino russo da “terceira Roma”
- Cristianismo acompanhado desta revelação misteriosa e velada ainda da Sabedoria
- Kiev, “a mãe das cidades russas”, foi a primeira a se ornamentar de uma catedral Santa-Sophia (séc. XI)
- Sentido teológico do símbolo de Sophia permanece um mistério
- Véu começa a se levantar não pela teologia
- Significação transparece na escolha da festa de sua dedicação
- Na Rússia celebra-se a festa dos templos sofiânicos nos dias da Mãe de Deus (Natividade da Virgem em Keiv, Dormição em Novgorod…
- Textos próprios aos ofícios da Sophia
- Além do aspecto cristológico, que corresponde à imagem da Sophia divina, outro aspecto mariológico, que corresponde à Sophia da criatura, à glorificação do criado.
- Símbolos que marcam a representação iconográfica da Sabedoria de Deus, esta teologia em forma e em cores
- Ocidente até na Idade Média quanto na Reforma, ignorou o tema da Sophia
- Exceto a doutrina da Jungfrau Sophia em Jacob Boehme, o misterioso sapateiro de Görlitz (séc. XVII)
- Influência desta obra de Boehme sobre Schelling, Hegel, Baader e os românticos alemãs
- influência na Inglaterra, místico inglês do séc. XVIII, o médico Pordage, autor de uma série de tratado sobre a Sophia.
- Todas estas obras a partir de Boehme são estudadas pela maçonaria mística russa, ao final do séc. XVIII e durante o séc. XIX
- Renovação dos estudos russos no século XIX
- Boukharev (arquimandrita Teodoro)
- O escritor Gogol busca fazer de sua obra um verdadeiro sacrifício a Deus
- Obra de Dostoievski
- A “mãe, terra úmida”
- “A livre teocracia”
- Obra de Fedorov
- No final do séc. XIX toma-se a forma de uma teologia particular cujo traço dominante é a sofiologia
- Vladimir Soloviev (1853-1900)
- Conferências sobre a teantropia (1877-1881), fornece uma formação filosófica e teológica de uma doutrina da Sabedoria de Deus.
- A Rússia e a Igreja Universal (1885)
- Traços de sistemas gnósticos, assim como da sofiologia de Boehme
- Considerado por Bulgakov como seu guia filosófico para o Cristo, sem compartilhar suas tendências gnósticas.
- Serge e Eugênio Troubetskoy
- Nicolas Berdiaeff
- Padre Florensky
- A Coluna e o fundamento da Verdade
- Um Ícone da Anunciação e seu Simbolismo Cósmico
- O Enquadramento turquesa da Sophia e o simbolismo da cor
- Interpretação teológica dos testemunhos iconográficos e litúrgicos da veneração da Sabedoria de Deus
- O próprio Bulgakov
- Vladimir Soloviev (1853-1900)
- A sofiologia é uma Weltanschauung
- Visão cristã do mundo
- Concepção teológica ou dogmática que caracteriza uma tendência da ortodoxia
- Ponto de vista sofiológico define uma interpretação particular do conjunto de dogmas e das doutrinas
- Concernentes à Santa Trindade
- Concernentes à Encarnação
- Concernentes às questões do cristianismo prático
- Problema central, ponto de partida da sofiologia, é a relação entre Deus e o mundo ou Deus e o homem.
- Luta secular: dualismo e monismo
- Solução no mono-dualismo — Teantropia
- Maniqueismo negador do mundo, que separa Deus do mundo por um abismo intransponível, e assim abole a Teantropia
- Secularismo que recebe o mundo com é e se inclina diante de seus valores
- Ateísmo: cosmoteísmo e atropo-teísmo
- Forma de paganismo
- Não é o zero mas o “menos” do cristianismo
- “Cristianismo social” em estado de trágica impotência
- Há uma escada da terra ao céu, sobre a qual descem e sobem os anjos?
- A ascensão do Senhor é o ato último, geral e conclusivo ou uma segunda vinda do Cristo no mundo, a Parusia, deve segui-lo, enquanto julgamento final e começo da nova e eterna presença do Cristo no mundo?
- Resposta inclusa no dogma fundamental do cristianismo: a Teantropia.
- Cosmismo e anticosmismo combatem no mundo como duas partes divididas e singularizadas do único teocosmismo teantrópico.
- Secularismo é produto da Reforma e da Renascença
- A recepção do mundo pelo humanismo é uma reação contra sua rejeição pelo cosmismo anticósmico
- Teantropia, eis o tema essencial da sofiologia.
- No centro dos dogmas cristão a serem compreendidos, encontra-se o dogma de base: “O Verbo foi carne”
- Raízes deste dogma nas profundezas do céu e da terra, no seio da Santa Trindade e da natureza criada do homem
- O dogma do “encarnacionismo” na base dos do anglicanismo, protestantismo, ortodoxia e catolicismo, é derivado, e depende de uma série de premissas necessárias da doutrina sobre Deus e o homem, sobre a Teantropia primordial.
- Outro dogma da Teantropia: Pentecostes, enquanto descida no mundo e presença do espírito Santo, e sua ligação com a Encarnação.
- Para qualquer ecumenismo é preciso conhecer a Igreja como Teantropia manifesta, como Sophia, Sabedoria de Deus.
- A história se descobre como apocalipse; o apocalipse como escatologia; o fim, como realização; o advento do Cristo na Parusia, como seu acolhimento pela Igreja.
- A concepção sofiânica do mundo guarda o futuro do cristianismo na vida, seu destino
- A sofiologia é o ponto de convergência de todos os problemas dogmáticos e práticos da teologia e da ascética contemporâneas