Boehme: homem

“Toda a nossa doutrina nada mais é do que uma instrução de como o HOMEM pode criar um reino de luz dentro de si mesmo… Aquele em quem flui esta fonte de poderes divinos carrega consigo a imagem divina e a substancialidade celeste. Nele Jesus nasceu da Virgem, e ele não irá perecer na eternidade”. (Seis Pontos…, VII 33).

“Não digo que o HOMEM não deva investigar as ciências naturais, e adquirir experiências relacionadas as coisas externas. Com certeza, esse estudo é útil, mas o raciocínio do HOMEM, não deve ser a base de seu conhecimento. O HOMEM não deve ter a sua conduta guiada meramente pela luz da razão exterior, mas deve sim, com todo seu raciocínio e todo o seu ser, curvar-se em profunda humildade diante de Deus”. (Quietude…, 1. 35).

“O HOMEM natural nada sabe sobre os mistérios do reino de Deus, porque ele está fora e não dentro do estado da divindade, sendo provado diariamente pela ação dos filósofos que brigam por causa dos atributos e da vontade de Deus; de fato, eles não conhecem a Deus, porque não ouvem a palavra de Deus dentro de suas próprias almas”. (Cartas, XXXV. 5).

“Quando a razão externa comanda as coisas deste mundo; como o infortúnio recai sobre o piedoso e o descrente, e como todas as coisas estão condenadas à morte e à destruição — se a razão acreditar que nada salvará o virtuoso do pesar e da dor, mas que tanto ele, como o fraco entra, dolorosamente, no vale da morte, então a razão do HOMEM pensa que todas as coisas se devem ao puro acaso, e que não há Deus para cuidar daqueles que sofrem”. (Contemplation, I,1).

“Todos aqueles que desejam falar ou ensinar os mistérios divinos devem possuir o Espírito de Deus. O HOMEM deve reconhecer em si a luz divina da verdade, e nessa luz as coisas que ele deseja apresentar como sendo verdade. Ele nunca deve estar sem esse auto conhecimento divino, e nem fazer com que a força de seus argumentos dependa meramente do raciocínio externo ou de interpretações literais da Bíblia”. (Encarnação de Cristo…, I. I, 3).

“Não estou coletando meus conhecimentos das letras e livros, mas do meu próprio ser; porque o céu e a terra, com todos os seus habitantes, e mais que tudo, o próprio Deus, está no HOMEM”. (Tilken… II. 297).

“O espírito do HOMEM não veio meramente das estrelas e dos elementos; ele traz oculta em si uma centelha da luz e do poder de Deus. Não é à toa que Moisés (Gênesis I) diz: “Deus criou o HOMEM à Sua própria imagem. Para ser Sua própria imagem Ele o criou”. (Aurora, Prefácio, 96).

“Assim como o olho do HOMEM busca as estrelas de onde teve sua origem primitiva, a alma penetra e vê no estado divino do ser, onde vive”. (Aurora, Prefácio, 99).

“Essa luz e esse poder de Cristo surge em Seus filhos dentro da fundação interior e ilumina a totalidade de suas vidas. Dentro dessa fundação encontra-se o reino de Deus no HOMEM” (Communion, V. 18).

“O único e verdadeiro caminho através do qual Deus pode ser percebido em Sua Palavra, Essência e Vontade, é quando o HOMEM alcança um estado de unidade consigo mesmo, e quando — não só em sua imaginação, mas em sua vontade, possa deixar tudo o que é eu pessoal, ou o que pertence ao eu: dinheiro e bens, pai e mãe, irmão e irmã, esposa e filhos, corpo e vida, quando o seu próprio eu se transforma num nada. Ele deve entregar tudo e se tornar mais pobre que um pássaro no ar, que possui um ninho. O HOMEM não deve ter um ninho para o seu coração neste mundo. Não que se deva fugir de casa, abandonar esposa, filhos ou parentes, cometer suicídio, ou jogar fora suas propriedades, a fim de não estar corporalmente presente; deve-se matar e anular a vontade própria, aquela que clama por todas essas coisas como sua possessão. O HOMEM deve entregar tudo isso ao seu Criador, e dizer com todo consentimento de seu coração: ‘Senhor, tudo é seu’! Sou indigno de governar tudo isso, mas como Tu me colocastes ali, devo cumprir meu dever entregando minha vontade a Ti, de forma total e completa. Aja através de mim da forma que quiseres, a fim de que a Sua vontade seja feita em todas as coisas e em tudo que eu seja chamado a fazer para o benefício de meus irmãos, a quem sirvo segundo o teu mandamento. Aquele que penetra neste estado de resignação suprema entra em união divina com Cristo, a fim de ver ao Próprio Deus. Ele fala com Deus e Deus fala com ele, ele sabe qual é a Palavra”, a. “Essência, e a Vontade de Deus”. (Mysterium, XLI. 54-63).

“É de se lamentar como os homens são guiados de forma tão cega por aqueles cegos, e que a verdade é impedida de se manifestar em sua glória e pureza por causa de nossas concepções das formas e figuras externas; pois quando o poder divino em todo o seu esplendor se torna manifesto e ativo no fundamento interior da alma, a ponto do HOMEM desejar sinceramente abandonar os caminhos desprovidos de Deus e sacrificar todo o seu ser por Deus, então toda a Divindade trina estará presente na vida e na vontade da alma, e o céu, onde Deus reside, se abrirá para essa alma.” (Mysterium Magnum…, LX. 43).

“O Cristo diz: O Filho do HOMEM não faz nada além do que vê o Pai fazendo. Se o Filho do HOMEM tornou-se o nosso corpo e Seu espírito o nosso próprio espírito, seria possível não conhecermos à Deus? Se vivemos no Cristo, o Espírito de Cristo verá através de nós e em nós aquilo que deseja, e aquilo que o Cristo deseja veremos e conheceremos Nele. O mundo dos anjos é mais simples e mais claramente compreensível para o HOMEM regenerado do que o mundo terrestre. Ele também vê no céu, e observa a Deus e a eternidade”. (Encarnação de Cristo…, II. 7,3).

“Não sou um mestre da literatura ou das ciências deste mundo, mas um HOMEM de mente simples. Nunca desejei aprender ciência alguma, mas desde tenra idade busquei a salvação de minha alma, e descobrir como poderia herdar ou possuir o reino do céu. Encontrei em meu interior um poderoso contrarium, ou seja, os desejos pertencentes ao corpo e ao sangue; Ingressei numa árdua batalha contra a minha natureza corrupta, e com o auxílio de Deus, decidi superar a vontade demoníaca que havia herdado, vencê-la e penetrar totalmente no amor de Deus no Cristo. Daquele momento em diante, resolvi considerar-me como um morto quanto a minha forma herdada, até que o Espírito de Deus tomasse forma em mim, para que Nele e através Dele, pudesse conduzir a minha vida. Isso era praticamente impossível, mas permaneci firme em minha sincera resolução, travando uma dura batalha contra mim mesmo. Enquanto buscava e lutava, com o auxílio de Deus, uma luz maravilhosa surgiu em minha alma. Era uma luz completamente estranha à minha natureza descontrolada; nela reconheci a verdadeira natureza de Deus e do HOMEM, a relação existente entre eles, algo que nunca havia compreendido, e que nunca teria buscado”. (Tilken… 20-26).

“Parte da natureza da alma tem sua origem na natureza, parte em Deus. Na natureza há o bem e o mal; o HOMEM, através de suas tendências pecadoras, tornou-se sujeito ao que é ígneo na natureza; sua alma tornou-se diária e a cada momento marcada pelo pecado. Portanto, o poder da alma de reconhecer a verdade eterna não é perfeita”. (Aurora, Prefácio, 100). 28

“Ouça, Ó HOMEM cego! Vives em Deus e Deus está em ti. Se vives santamente, então serais tu mesmo Deus, eonde quer que olhes, haverá Deus”. (Aurora, XXII,46).

“O Espírito ternário é uma unidade, um único ser; ou falando mais corretamente, não um ser, mas Razão eterna; consequentemente um mistério comparável à inteligência do HOMEM, que também é incompreensível”. (Mysterium, I. 5).

“A totalidade do Ser divino está num estado de contínua e eterna geração, comparável à mente de um HOMEM, mas imutável. Os pensamentos nascem continuamente da mente de um HOMEM, e deles surgem o desejo e a vontade. Do desejo e da vontade surge a ação, e as mãos realizam suas obras, de modo a se tornar substancial. Desta forma, a ação está com a evolução eterna”. (Três Princípios…, IX 35).

“Não imaginem esses sete espíritos como as estrelas, vistas uma ao lado da outra no céu; todos são como que um espírito. Da mesma forma, o corpo do HOMEM possui vários órgãos, mas cada órgão participa do poder dos outros”. (Aurora, X.40).

“Assim como os órgãos do corpo do HOMEM amam uns aos outros, o mesmo ocorre com os espíritos no poder divino. Não há nada senão ânsia, desejo e plenitude e cada um triunfa e regozija-se no outro”. (Aurora, IX.37).

“A linguagem terrestre é inteiramente insuficiente para descrever o que há de satisfação, felicidade e de amor contidos nas maravilhas internas de Deus. Mesmo se a Virgem Eterna as mostrassem em nossas mentes, a constituição do HOMEM é muito fria e escura para ser capaz de expressar mesmo uma centelha sobre elas em sua linguagem”. (Três Princípios…, XIX. 90).

“Se um HOMEM diz a si mesmo: ‘Eu, o verbo vivo de Deus, realizo isso e aquilo, nessa santa carne e osso’, ele desonra o sagrado nome de Deus; Isso também vai contra a doutrina da Bíblia; pois, sempre que o intelecto de um HOMEM foi escolhido para a profecia, o profeta não dizia: ‘Eu, Fulano de Tal, digo isso ou aquilo, mas ‘Assim fala o Senhor!’. Isso significa que o Senhor fala nesse HOMEM e através desse HOMEM, que é Seu intermediário e Seu instrumento”. (Stief., I.84).

“A semelhança de Deus, tendo sido vista na sabedoria de Deus desde toda eternidade, e na qual Deus criou o HOMEM, era sem vida e sem substancialidade antes do princípio dos tempos deste mundo. Era um mero reflexo da imagem onde Deus viu como Ele seria numa imagem”. (Stief, II. 123).

“O HOMEM não existe desde a eternidade; mas apenas como uma sombra de uma imagem, onde Deus em Sua sabedoria soube de todas as coisas desde a eternidade, no espelho de Sua própria sabedoria”. (Stief, II 143).

“Saiba que o demônio sempre luta com os anjos. Quando a alma do HOMEM está segura em Deus, então o demônio deseja entrar, mas ele é impedido, não podendo realizar a sua vontade. Sempre que a alma imagina, fazendo com que surjam os desejos luxuriantes, ocorre a vitória do demônio”. (A Vida Tríplice…, XIV.13).

“Cada princípio é atraído pelo conhecimento e sentimentos semelhantes em seu próprio ser. Os princípios existentes na periferia atuam sobre seus princípios correspondentes no centro. Amor atua sobre amor, ódio sobre ódio; o bem é atraído pelo bem e o mal pelo mal. Se não há desejo mal ativo no HOMEM, as influências malignas não podem criar raízes em seu coração. O demônio é a mais pobre de todas as criaturas. Ele não pode mudar uma folha de árvore sem que a cólera esteja presente”. (Pontos Teosóficos V. 15).

“Que nenhum HOMEM pense que está no poder do demônio arrancar de seu coração as obras produzidas pela luz. Ele nem pode vê-las e nem compreender o que são. Portanto, mesmo se na mais externa geração, o demônio se enfurece e causa tempestade, enquanto você não transferir os produtos da cólera para a luz do seu coração, sua alma será salva de ser prejudicada pelo demônio, pois ele é cego e surdo na luz”. (Aurora, XIX.97).

“Na eterna sabedoria, ou melhor, dizendo, na natureza eterna, a queda do demônio (e também do HOMEM) fora prevista antes da criação do mundo”. (Três Princípios…, IX.22).

Deus quis criar um exército angélico. Para tanto, criou Adão, que deveria gerar de seu próprio corpo, criaturas de sua mesma espécie; mas no meio tempo, deveria nascer do corpo de um HOMEM o Rei de todos os homens; Ele deveria tomar posse do novo reino como um governante destes seres criados, no lugar do degenerado e banido Lúcifer”29. (Aurora, XXIV 18).

“Os anjos são criados de dois princípios, mas a alma com o corpo da vida exterior é criada de três princípios. Portanto o HOMEM é superior aos anjos, contanto que permaneça em Deus”. (Quarenta Questões… I 263).

“Na vida do HOMEM há três estados que devem ser distinguidos um do outro — primeiro, o mais interno, ou seja, Deus eternamente oculto no fogo; segundo, a parte do meio, que desde a eternidade permanece como uma imagem ou semelhança nas maravilhas de Deus, comparável a uma pessoa que se vê no espelho; terceiro, essa imagem viva que recebe ainda um outro espelho na criação, onde se observou, ou seja, o espírito do mundo externo, ou o terceiro princípio, que também é uma forma (estado) do Eterno”. (A Vida Tríplice…, XVIII. 4)

“As trevas no HOMEM que deseja a luz, é o primeiro princípio; o poder da luz, o segundo; e o poder desejante que atrai e se torna pleno (substancial), e onde o corpo material cresce, é o terceiro princípio”. (Três Princípios… VII 26).

“Se um HOMEM, como imagem de Deus, deve governar os peixes, aves, animais e toda a terra, assim como as essências de todas as estrelas, então ele deve ser parte dos três, pois cada espírito só pode governar em sua mãe, onde tem sua origem”. (Mysterium, XIV 8).

“O HOMEM terrestre tinha em sua constituição o reino deste mundo, mas os quatro elementos (separados) não governavam sobre ele; eles encontravam-se em um, e a ordem terrestre das coisas encontrava-se oculta no HOMEM. Ele deveria viver no estado celeste, e embora tudo estivesse em movimento (vivo) dentro dele, no entanto ele governava a angústia terrestre (consciência externa) através da qualidade celestial (consciência interna) do outro (segundo) princípio, para manter o domínio sobre o reino das estrelas e dos elementos através da qualidade paradisíaca”. (Menschwerung I 2).

“O corpo de Adão (o corpo etéreo do HOMEM aborígine) foi criado dos quatro elementos da natureza externa, e das estrelas (da essência das estrelas), por meio do Fiat eterno. Desta forma, ele estava em posse da essencialidade terrestre e divina; mas a terrestre estava na divina como que consumida ou impotente (latente). A substância ou a matéria da qual o corpo foi feito ou criado também continha o primeiro princípio em si, mas não estava em movimento”. (Encarnação de Cristo…, I 3, 15).

“Como Deus reside em Si mesmo e penetra todas as Suas obras, incompreensíveis a si próprias, e sem Ser afetado por nada, do mesmo modo Sua imagem (HOMEM) originou-se do puro elemento. Ele também foi criado neste mundo; mas o reino deste mundo não era para compreende-lo, mas ele governaria poderosamente neste mundo através das essências do elemento puro”. (Três Princípios…, XXII 15).

“Se Moisés diz que Deus criou o HOMEM de um monte de barro, e que soprou nele o sopro da vida, não se deve compreender com isso que Deus tenha atuado de maneira pessoal — como se fosse um HOMEM tomando um punhado de barro para fazer um corpo; mas o Fiat, ou seja, o desejo do Verbo, estava contido no modelo do HOMEM percebido eternamente, que permaneceu no espelho da sabedoria, e que extraiu os Ens (o princípio) de todas as qualidades da terra (matéria) num corpo, e essa era a quinta-essência feita dos quatro elementos”. (Grace, V. 27).

“Todos os seres humanos são fundamentalmente somente um HOMEM. Este HOMEM é o tronco, o resto são os ramos, recebendo todo seu poder do tronco, e produzindo fruto de uma mesma raiz. Que loucura é isto, então, se o ramo quer ser uma árvore ele mesmo, como se o ramo próximo a ele não fosse do mesmo tronco. Deus deu ao HOMEM somente uma vida, e a vida de todos os homens vêm deste único HOMEM”. (Mysterium Magnum, XXIV, 15).

“O espírito de Deus reside de eternidade em eternidade unicamente no céu, ou seja, em Sua própria essência, no poder da majestade. Quando ele foi soprado na imagem de um HOMEM, surgiu o céu no HOMEM; pois, Deus quis revelar-Se no HOMEM, como numa imagem criada à Sua própria semelhança, e manifestar as grandes maravilhas de Sua sabedoria eterna”. (Cons. Stiefel…, I. 36).

“No Paraíso existe a vida perfeita, sem distúrbios, e o dia perpétuo; o HOMEM paradisíaco é claro como um vidro transparente, plenamente penetrado pela luz do sol divino”. (Assinatura…, XI.51).

“Todas as qualidades do corpo santo e interior, juntamente com as qualidades externas, encontravam-se no HOMEM primordial sintonizadas em uma só harmonia. Nenhuma delas vivia em seu próprio estado de desejo; o desejo de cada uma estava na alma, onde a luz divina manifestava-se. A luz divina irradiava através de todas as qualidades, produzindo nelas uma temperatura equilibrada e harmoniosa”. (Mysterium, XVI. 5).

“O HOMEM interior mantinha o HOMEM exterior aprisionado em si mesmo e o penetrava tal qual o ferro incandescente é penetrado pelo fogo, de forma que parece ser ele o próprio fogo. Mas quando o fogo se extingue, então o ferro negro e duro se manifesta”. (Mysterium, XVI 7).

“O elemento puro penetra o HOMEM externo e subjuga os quatro elementos; além do mais, o poder do calor e do frio estava na carne. Mas, como a luz de Deus brilhava ali, estavam numa harmonia equilibrada, de forma que nenhuma delas se manifestava diante da outra. Assim, Deus o Pai, é chamado de Deus colérico e ciumento, um fogo consumidor; Ele é realmente tudo isso com relação as suas qualidades; mas destas qualidades nada se torna manifestado na Sua luz”. (Cons. Stiefel…, XI 75).

“O HOMEM primordial ainda fixo no Paraíso, encontrava-se num estado tal como o tempo está diante de Deus e Deus no tempo. Assim como o tempo é um mero espetáculo diante de Deus, a vida externa do HOMEM era um espetáculo diante do HOMEM santo e interior, a verdadeira imagem de Deus”. (Mysterium, XVI 8).

“O HOMEM interior permanecia no céu; suas essências estavam no Paraíso; seu corpo era indestrutível. Ele conhecia a linguagem de Deus e dos anjos, e a linguagem da natureza, como se pode perceber ao vermos Adão dando nomes a todas as criaturas, cada uma segundo sua própria essência e qualidade”. (Quarenta Questões, IV 7).

“Sendo Deus um Senhor de todas as coisas, o HOMEM no poder de Deus deveria ser o senhor deste mundo”. (Encarnação de Cristo…, I 4, 7).

“Assim como o ouro é incorruptível no fogo, o HOMEM não estava subjugado a nada, somente ao Deus Único que nele habitava e Se manifestava pelo poder de Seu ser santo”. (Mysterium, XVI 12).

“A vontade-espírito do HOMEM penetrava todas as criaturas, sem ser injuriada por nenhuma delas, pois nenhuma podia alcança-la. Nenhuma criatura pode apreender o poder e a luz do sol em sua vontade própria, mas deve permanecer passiva para ser penetrada por ela; esse era o caso da vontade-espírito do HOMEM”. (Grace, VII 2).

“Antes de sua queda, o HOMEM podia governar o sol e as estrelas. Tudo estava em seu poder. O fogo, o ar, a água e a terra não podiam subjuga-lo; nenhum fogo o queimava, nenhuma água o afogava, nenhum ar o sufocava; tudo o que vivia o temia”. (A Vida Tríplice…, XI 23).

“Nenhum calor, frio, doença, acidente ou medo algum podia tocá-lo ou terrificá-lo. Seu corpo podia passar pela terra e pedras sem que nada fosse quebrado; pois um HOMEM que fosse subjugado pela natureza terrestre, ou que pudesse ser quebrado em pedaços, não seria eterno”. (Encarnação de Cristo…, I 2 13).

“Todo o mundo seria um só Paraíso se não tivesse sido corrompido por Lúcifer. Mas como Deus sabia que Adão iria cair, produziu em um só lugar, onde o HOMEM pudesse encontrar uma morada apropriada e ali fosse fortificado”. (Mysterium, XVII 7).

Deus viu e sabia que o HOMEM iria cair, por isso o Paraíso não floresceu e gerou frutos em todo o mundo por meio da terra, embora estivesse manifestado em todo lugar, mas apenas no Jardim do Éden, onde Adão foi tentado, é que ele se tornou revelado em sua total magnificência”. (Cartas, XXXIX 28).

“A alma do HOMEM, soprada por Deus, é do Pai Eterno; mas ela ainda não apreendeu o nascimento do Filho, onde é o fim da natureza, e de onde nenhum ser criado emana”. (Três Princípios…, IX 13).

“A luz e o poder da luz é um desejo, e quer possuir a nobre imagem feita à semelhança de Deus, porque foi criada para o mundo da luz. O mundo das trevas ou a cólera aguda deseja o mesmo, pois o HOMEM tem todos os mundos em si, e há uma grande batalha ocorrendo dentro dele. Aquele princípio com o qual ele se identifica em seu desejo e vontade, é o que o governará”. (Tilk I 38 I).

“O HOMEM era uma individualidade mista, destinada a ser uma imagem de acordo com o mundo interior e também de acordo com o mundo exterior; mas como o símbolo de Deus, deveria governar com a consciência interior sobre a consciência exterior”. (Menchwerdung I 3 13).

“Não se pode permitir que a constelação (influências astrais) do macrocosmo governe o HOMEM; ele possui em si sua constelação própria (o espírito, a ideia), capaz de sintonizar-se à harmonia do alto e à evolução do mundo divino”. (Cartas, I 8).

“Todo o desejo do HOMEM deveria ser colocado na luz; então a luz teria se mostrado em suas essências e desejo, preenchendo todas as coisas como se fosse uma só vontade”. (Tilk, I 542).

“O mundo externo também é de Deus e pertence à Deus; o HOMEM foi criado ali, para que pudesse trazer novamente o externo para o interno; o fim para o princípio”. (Cartas, XI 18).

“O HOMEM foi criado no Paraíso, que brotou sobre a terra, e da terra do paraíso foi criado o corpo de Adão, pois ele era um senhor da terra; ele estava destinado a revelar as maravilhas da terra. Se esse não fosse seu propósito, Deus o teria dotado de um corpo angélico; mas nesse caso o ser substancializado com suas qualidades maravilhosas não seria revelado”. (Encarnação de Cristo…, II 12).

“O HOMEM permanecia nos três princípios, que se encontravam em igual concordância dentro dele, mas não fora dele; pois o mundo de trevas tinha um desejo diferente daquele do mundo de luz; da mesma forma, o mundo externo tinha um desejo diferente daquele do mundo de trevas e do mundo de luz. Assim, a imagem de Deus estava entre os três princípios, onde todos em seu desejo eram condutores àquela imagem. Cada um deles queria se manifestar em Adão, para tê-lo em seu próprio regimento ou como governador, e para manifestar suas maravilhas através dele”. (Mysterium, XVII 34).

“No HOMEM primordial, antes da queda, as qualidades para a diferenciação e auto satisfação estavam em igual poder-vontade, e o desejo de cada uma era introduzido na unidade de Deus. Isso provocou a inveja do demônio e ele enganou as sete qualidades da vida, despertando nelas um desejo pervertido, persuadindo-as de que eram boas, e que se tornariam sábias, se as qualidades de cada uma de acordo com sua espécie, entrasse em harmonia própria, e que nesse caminho o espírito provaria e reconheceria o bem e o mal”. (Tabulae Principice, 68).

“A Razão (o raciocínio do HOMEM) diz: ‘Por que Deus permitiu que Adão extraísse a árvore da tentação da terra, através de sua imaginação?’ O Cristo diz: ‘Se você tiver fé do tamanho de uma semente de mostarda, e disser à montanha: mova-se para o mar; assim será feito’. A alma-espírito (alma espiritual) foi produzida da onipotência divina, do centro da natureza eterna, onde todos os seres foram criados. Por que então não seria ela poderosa? Ela era uma centelha de fogo emanada do poder de Deus, mas depois de ter sido reunida num ser criado (individualizada como um organismo) deu passagem a seu próprio desejo egoísta, rompendo-se com o todo, causando corrupção em si mesma. O poder da alma, antes da invasão da vaidade, era tão grande que não podia ser subjugado a nada; o mesmo ocorreria agora, hoje mesmo, se a compreensão não tivesse sido retirada”. (Mysterium, XVII 41).

“A previsão divina reconheceu que o demônio estava preste a separar a humanidade, introduzindo-a no desejo demoníaco; portanto, Deus colocou diante dela a árvore da vida e a do conhecimento do bem e do mal; com isso deu-se início à ruptura (morte) do corpo externo. Ele assim o fez para que o HOMEM buscasse o centro do mundo de trevas”58 (Mysterium, XVII 38).

“A imagem de Deus não dorme. Nela não há tempo. Com o sono, o tempo se manifesta no HOMEM. Ele adormeceu no mundo angélico, e despertou relativamente para o mundo externo”. (Mysteerium, XIX 4).

“A razão diz: ‘Se Eva foi feita da costela de Adão, ela deve ser bem inferior ao HOMEM’. Isso não é verdadeiro; o Fiat em seu aspecto de atração aguda (a primeira qualidade), tomou-a de todas as essências e qualidades de cada poder de Adão”. (Três Princípios… XIII 18).

“Ninguém pode afirmar que Eva, antes de ter contato com Adão, tinha sido uma virgem pura e casta, porque, tão logo Adão acordou de seu sono, ele a viu ao seu lado. Ele prontamente imaginou nela (apaixonou-se por ela). Ele a tomou para si e disse: ‘Esta é carne de minha carne e osso de meu osso. Ela se chamará mulher, pois foi extraída do HOMEM. Do mesmo modo, Eva começou a colocar sua imaginação em Adão, e cada um acendeu o desejo do outro. Onde está então a pura castidade e virgindade? Isso não é animal? A imagem externa não se tornou animal?” (Quarenta Questões…, XXXVI 6).

“Quando Adão e Eva encontravam-se no Paraíso como HOMEM e mulher, ainda em posse de uma essência celeste, ainda que misturada (com materialidade), o demônio não podia suportar, pois sua inveja era grande. Então, depois que Adão foi trazido à queda e privado de sua forma Angélica e viu que Eva era sua esposa, o demônio pensou que eles pudessem gerar filhos no Paraíso e lá permanecerem. Ele se convenceu de seduzi-los a comer do fruto proibido, a fim de que com isso se tornassem terrestres”. (Encarnação de Cristo…, I 7).

“O demônio introduziu sua imaginação venenosa na qualidade humana. Daí resultou no HOMEM o ardente desejo de provar do bem e do mal e de viver na vontade-própria; quer dizer, sua vontade deixou a harmonia da unidade e foi para a multiplicidade das qualidades. O demônio, através da serpente, representou à ele que seria como Deus, e que seus olhos se abririam; isso realmente ocorreu na queda, de modo que agora ele reconhece, prova, vê e sente o bem e o mal”69 (Mysterium XVII 37).

“O princípio externo é a causa de um combate contínuo. Causa combates contínuos entre animais, pois todos os animais são um fruto do terceiro princípio, e têm a vida daquele princípio; tanto seu espírito e corpo. Tudo que se move neste mundo, e também o HOMEM, até onde concerne seu corpo visível e seu espírito (mundano) em carne e sangue, é também um fruto daquele princípio, e nada mais”. (Seis Pontos, III, 53).

“O sol é o centro da constelação (sistema solar) e a terra é o centro dos elementos. Ambos, se comparados, são como espírito e corpo, HOMEM e mulher. Mas a constelação possui uma outra mulher, onde lança sua substância, ou seja, a lua, esposa de todos os planetas, mas especialmente do sol”. (Mysterium XI 31).

“O céu estrelado governa em todas as criaturas como se estivesse em sua própria propriedade. Esse céu é o HOMEM, e a ‘matéria’ ou a forma aquosa, é sua mulher, que dá á luz ao que o céu cria”. (Três Princípios… VII 33).

“O superior deseja o inferior e vice-versa. A fome daquilo que está acima é direcionado poderosamente para a terra, e a fome da terra busca aquilo que está acima. Assim, se compararmos um ao outro, são como corpo e alma, ou como HOMEM e mulher, gerando filhos”. (Grace V 19).

“Antes da queda, o paraíso florescia por todas as árvores e frutos que Deus criou para o HOMEM. Mas quando a terra foi amaldiçoada, essa maldição penetrou todos os frutos, tornando todas as coisas boas e más. Houve morte e podridão em tudo o que anteriormente encontrava-se na única árvore, chamada de árvore do conhecimento do bem e do mal”. (A Vida Tríplice… IX 15).

Deus também produz o segundo princípio em Seu amor, de onde gera, de eternidade em eternidade Seu coração e verbo eterno, e o espírito inflama o elo da natureza, e a torna luminosa no amor e na vida de Seu coração, pelo poder da luz. Da mesma forma, a alma do HOMEM deseja penetrar o segundo princípio e manter sua ânsia no poder de Deus”. (A Vida Tríplice…, I II-13).

“Não se deve supor que o Ego celestial do HOMEM se tornou um nada. Ele permaneceu com ele, mas em sua vida (pessoal) ficou como que um nada. Estava oculto em Deus e inconcebível ao HOMEM, sem vida (manifestada)”. (Mysterium XX 28).

“A queda abriu no HOMEM uma porta para a cólera de Deus, conhecida como, inferno. As garras do demônio se abriram; o reino da ilusão fora criado”. (Grace, VII 7).

“Se investigarmos a substância da alma e suas essências, veremos que é o que há de mais áspero no HOMEM; ela é ígnea, ácida e amarga. Se ela perde inteiramente a virgem do poder divino que a acompanha, e da qual a luz de Deus (na alma) nasce, então começa a ser um demônio”. (Três Princípios…, XIII 30).

“Depois que o HOMEM penetrou o reino da satisfação egoísta, afastando sua vontade de Deus, começou a produzir figuras infernais, tais como a mentira, a blasfêmia e a maldição”. (Oração…, 53).

Deus deu ao HOMEM um corpo constituído de poder puro e essencial, depois deu a natureza da alma, que se comparada com a grosseira substância terrestre, pode ser considerada como sendo um corpo espiritual”. (Mysterium, XVI 3).

“Não podemos dizer que o HOMEM, no princípio, estava enclausurado no tempo. No Paraíso estava envolvido na eternidade. Deus o criou à Sua imagem; mas quando caiu, ficou sujeito à limitação do tempo”. (Grace VII 51).

“Após a queda, o HOMEM com seu corpo interior passou a viver somente no tempo; o ouro precioso da corporeidade celestial que deveria tingir, penetrar e abençoar o corpo externo perdeu sua cor”. (Assinatura… V 8).

“O HOMEM não era como os animais, criados do bem e do mal, (da substância meramente terrestre). Se ele não tivesse se alimentado do bem e do mal não haveria nele o fogo e a cólera; mas agora ele também possui um corpo animal”. (Aurora, XVIII 109).

“Antes do pecado a imagem celestial penetrava totalmente o HOMEM externo, revestindo-o com o poder divino. O elemento animal não estava manifestado nele; mas quando a imagem, formada da essência celestial, empalideceu e desapareceu, então a pobre alma, formada do primeiro princípio, viu-se rodeada pelo corpo animal, nua, despida”. (Mysterium XXI 15).

“Que ninguém pense que o HOMEM antes da queda possuía órgãos animais de reprodução, e nem partes corporais como tem agora. Tais impurezas não existem na Santíssima Trindade, nem no Paraíso; Isso pertence à terra. Originalmente, o HOMEM foi criado um ser imortal e santo, como os anjos”. (Três Princípios…, X 7).

“Foi através da queda do HOMEM, com relação ao corpo externo, que ele se tornou o animal dos animais; ou seja, ele se tornou a imagem animal de Deus, onde a palavra de Deus tornou-se manifestada de uma maneira terrestre. Desta forma, ele passou a ser o mestre e rei de todos os animais; mas, no entanto, apenas um animal, dotado de um intelecto mais elevado do que as meras formas animais”. (Grace, VII 6).

“Quando o HOMEM deixou o Paraíso penetrando uma nova geração, a saber, o espírito deste mundo, na qualidade do sol, planetas e elementos, então sua percepção paradisíaca se extinguiu”. (Três Princípios…, XIV.2).

“A alma penetrou com Adão uma habitação estranha, ou seja, o espírito deste mundo. Há, de fato, quatro habitações nas quais aquela jóia preciosa está aprisionada. Destas quatro, há sempre uma especialmente manifestada na pessoa, não as quatro, de acordo com os quatro elementos que se encontram dentro do HOMEM; um deles sempre predomina na vida da pessoa. Esses quatro estados, formas ou temperamentos são conhecidos como: colérico ou bilioso, sanguíneo, fleumático ou linfático e o melancólico ou nervoso. No temperamento colérico está manifestada a natureza e qualidade do fogo; no sanguíneo, a do ar; no fleumático, a da água e no melancólico, a qualidade do elemento terra”. (Quatro Complexões…, I.6).

“Depois da queda, as criaturas (elementais) obtiveram poder no HOMEM e nele se manifestaram. Há pessoas que vivem na qualidade de uma serpente, cheias de astúcia e malícia venenosa; outras vivem na qualidade de um sapo ou cachorro, urso ou lobo; uns podem ter em si a qualidade de algum animal bom e manso. Todos os homens possuem externamente a forma humana, mas dentro da qualidade encontra-se um animal”. (Grace, VII 3,4).

“Se Deus houvesse criado o HOMEM para esta vida animal, doentia, de pavorosa perversão, corruptível e terrestre, Ele não o teria colocado no Paraíso. Se Sua intenção original fosse que a humanidade se procriasse como os brutos, Ele os teria feito HOMEM e mulher desde o princípio”. (Mysterium, XVIII 5).

“Se o HOMEM tivesse resistido à tentação um ser humano teria nascido do outro, do mesmo modo que Adão em seu estado virginal fora projetado na objetividade como um ser humano e imagem de Deus, porque aquilo que é do eterno também pode procriar (multiplicar) de acordo com a lei da eternidade”. (A Vida Tríplice…, XVIII 7).

“É desnecessário saber se caso o HOMEM tivesse permanecido em seu estado original, todos os (futuros) indivíduos seriam produtos de um indivíduo, ou se seriam produzidos uns dos outros; mas buscando na profundeza, no centro, penso que um surgiria do outro. No curso do tempo teriam diferido em qualidades; alguns cresceriam e chegariam a ser maiores que outros, como é o caso agora, em que os homens não são iguais, mas uns tem mais gênio e inteligência que outros”. (Encarnação de Cristo…, I 5,4).

“Se um casal gera filhos, a imaginação ou desejo deles (durante o ato sexual) não é santo, e a nobre parte da alma envergonha-se disso. Há até animais que se envergonham deste ato. Mesmo em seu melhor aspecto a performance é desagradável diante da santidade daquilo que é divino, pois foi causado pelo pecado em consequência da degradação do primeiro HOMEM, mas sendo pacientemente submetido por aquilo que é divino no HOMEM, porque é uma necessidade de seu presente estado animal”118 (Cons. Stiefel…, II 396).

“A alma é a causa da existência de todos os membros necessários para a vida do HOMEM, pois sem a alma nenhum órgão chegaria à existência para viver na vida do HOMEM”. (Três Princípios… XIV 14).

“O desejo de conjunção nos homens e mulheres resulta da separação da tintura do fogo e da luz em Adão. Esses princípios em sua própria essência são ainda mais nobres e puros que a carne. É verdade que agora estão separados, e não contém a verdadeira vida; mas estão cheios de desejo por aquela vida verdadeira, e quando se encontram novamente na unidade de todos os seres, despertam a verdadeira vida para qual seu desejo está direcionado. Querem ser novamente o que eram na imagem de Deus quando Adão era HOMEM e mulher” (Cons. Stiefel…, II 388).

“A razão (superficial) representa Deus como um ser sem misericórdia, ensinando que Ele lançou sua cólera sobre o HOMEM, e o amaldiçoou com a morte, pois descobriu no HOMEM a desobediência. Não se deve acreditar nisso. Deus é amor e bondade. Nele não há pensamento de raiva. O HOMEM estaria bem se não tivesse punido a si mesmo”. (Três Princípios…, X 24).

“Não havia outra salvação para a imagem divina no HOMEM a menos que a divindade se movimentasse de acordo com o segundo princípio, ou seja, de acordo com a luz da vida eterna, e pelo poder do amor reascendendo a substancialidade (da alma) que estava aprisionada na morte”. (Encarnação de Cristo…, I II 22).

“A palavra que Deus pronunciou com relação ao poder que esmagaria a cabeça da serpente, era uma centelha de luz do divino coração de Deus, e ali o Pai, desde a eternidade, viu e elegeu a humanidade. Nesta centelha de luzamor divino todo o mundo deveria viver, e Adão já se encontrava ali quando ocorreu sua criação, como foi expresso por Paulo (Ep. I 13), dizendo que o HOMEM foi eleito no Cristo antes que a fundação deste mundo fosse estabelecida”. (Três Princípios…, XVI 107).

“Desde toda eternidade estava o nome de Jesus em amor imóvel no HOMEM como a imagem de Deus. Mas quando a alma perdeu a luz, então o Verbo pronunciou o nome de Jesus naquilo que era móvel; nas enfraquecidas insígnias da substância do mundo celeste”. (Grace, VII 34).

“A expressão interior do demônio, a que lhe deu origem, ocorreu em Adão enquanto ele ainda era HOMEM e mulher, sem ser nem um nem outro, mas uma imagem de Deus. De Adão penetrou em Eva, que começou a pecar. Ocorreu então a expressão interior de Deus, primeiro em Eva, como mãe da humanidade, e através dela se opôs à consciência do pecado que havia começado a se manifestar em Adão”. (Grace, VII 47).

“Não é na tintura do HOMEM, que representa a essência ígnea, que a palavra da promessa desejou incorporar-se, mas na tintura da luz, no centro virginal, quem Adão, geraria magicamente, na substância celeste da santa geratriz porque na tintura da luz a alma-essência ígnea era mais fraca do que na natureza ígnea do HOMEM”. (Mysterirum, XXIII 43).

Deus falou na imagem de Adão, enfraquecida com relação à sua vida divina, Sua palavra santa, ‘A semente da mulher esmagará a cabeça da serpente’. Pela ação desta voz a alma destituída recuperou a vida divina, e essa mesma voz (consciência interna) foi perpetuada de HOMEM a HOMEM como o pacto da misericórdia”. (Grace, VII 16).

“A palavra que tinha sido incorporada na semente de Eva perpetuou-se de HOMEM a HOMEM em sua parte celestial como um som (consciência) ou centelha da divina e santa luz ígnea, até o tempo em que Maria foi despertada, quando o tempo do cumprimento do pacto havia chegado e as portas da câmara fechada foram abertas”. (Mysterium, XXIII 31).

“Ouça e veja qual era o desejo de Adão e Eva antes e depois da queda. Eles desejaram o reino terrestre e a mente de Eva estava direcionada para as coisas terrestres. Quando ela deu à luz a Caim, disse: ‘Eu tenho o HOMEM, o Senhor’. Ela pensou que ele era aquele cujo calcanhar esmagaria a cabeça da serpente, afastaria o demônio. Ela não pensou que deveria morrer quanto a sua vontade carnal, terrestre e falsa e renascer na vontade divina. Tal vontade (egoísta) ela carregaria com sua semente, e Adão, da mesma forma, resultando a vontade na essência-alma.145 A árvore produziu um galho de sua própria natureza, pois os pensamentos de Caim tiveram a mesma propensão, tornando-se senhor desta terra. Quando Caim viu que Abel era maior do que ele no amor de Deus, sua vontade animal livre surge com o propósito de matar Abel, pois ele preocupava-se apenas com a possessão do mundo externo, e de ser seu senhor, enquanto Abel procurava apenas o amor de Deus”. (Mysterium, XXVI 23).

“Com relação ao seu estado humano externo, Abel também foi pecador; mas em seu interior o mundo angélico e a imagem do Paraíso, floresciam. Então o HOMEM interior colocou seu calcanhar sobre o monstro-serpente do falso desejo, e por outro lado, o monstro-serpente mordeu o calcanhar de sua vontade Angélica” (Mysterium, XXVIII 2).

“O assassinato do corpo externo de Abel, por Caim, simboliza que o HOMEM externo tem que ser mortificado na cólera de Deus. A cólera tem que matar e consumir a imagem externa que cresceu na cólera, mas de sua morte surgiu a vida eterna”. (Mysterium, XXVIII 14).

“A configuração de Sem desceu sobre Abraão e Isaac, pois o Verbo do pacto foi manifestado e continha em si o som; mas a configuração de Jafé passou pela sabedoria da natureza no reino da natureza, e daí originou-se os gentis (povo intelectual, mas não espiritual) que deram atenção (proeminentemente) à luz da natureza (coisas naturais). Assim, Jafé, ou seja, a alma destrutiva, aprisionada, pertencente à natureza eterna, vivia entre as “cabanas” de Sem, quer dizer, dentro do pacto, pois a luz da natureza vive na luz da graça, constituindo uma forma ou um estado concebido da luz informada de Deus. A linha descendente de Ram encobriu o HOMEM animal, formado do Limus da terra, onde está a maldição, de onde surgiu a raça sodomita semi-animal, que não presta atenção nem na luz da natureza nem na luz da graça, no pacto”. (Mysterium, XXXIV 14).

“Tanto Esaú como Jacó, além das suas raças descendentes, originaram-se de uma semente. O primeiro, procedendo unicamente da natureza Adâmica, era o maior, comparável ao primeiro HOMEM que Deus criou em sua própria imagem; imagem que se tornou corrupta e morta com relação a Deus. O outro (Jacó) também procedeu da mesma natureza Adâmica; mas nesta natureza encontrava-se o reino da graça na essência da fé, constituindo um conquistador. Mesmo que o último fosse inferior, segundo a natureza Adâmica, no entanto, Deus estava (mais) revelado em Jacó, de modo que o maior deveria servir e se subjugar ao menor. Não é mostrado que Esaú tenha se subjugado a Jacó, mas a história representa-nos um símbolo espiritual, mostrando como o reino da natureza no HOMEM deveria subjugar-se e submeter-se em humildade ao reino da graça; mostra como se tornaria inteiramente submerso na humildade divina, e como desta humildade se tornaria regenerado”. (Mysterium, LII 29).

“Antes da encarnação de Cristo a humanidade redimia-se através da palavra incorporada em nome de Jesus. Aqueles que direcionavam sua vontade em Deus e para Deus receberam a palavra da promessa, porque a alma foi aceita. Assim, toda a lei relacionada ao sacrifício nada mais é do que um antítipo da humanidade de Cristo. Aquilo que o Cristo fez como HOMEM, quando através de seu amor reconciliou a cólera divina, foi feito (simbolicamente) através do sangue dos animais. A palavra da promessa estava no pacto, e no meio tempo Deus concebeu uma figura (símbolo), e pelo poder do pacto fez com que fosse reconciliado simbolicamente, pois o nome de Jesus estava no pacto, e através da imaginação reconciliou a fúria e a cólera da natureza do Pai”. (Encarnação de Cristo…, I 7 12).

“Todo sacrifício sem fé e desejo divino é uma abominação diante de Deus, e não alcança o portão da glória divina; mas se o HOMEM penetrar ali com o poder da fé, renderá ao ato sua vontade livre e seu desejo, e através desta instrumentalidade, penetrará a vontade livre e eterna de Deus”. (Mysterium, XXVII 13).

“Por que os irmãos (Caim e Abel) desejaram fazer sacrifício a Deus, sendo que o pacto só é encontrado no sincero desejo pela misericórdia de Deus, na oração e no convencimento do próprio HOMEM da necessidade de abandonar sua vontade própria e demoníaca, da necessidade de transformar e arrepender-se e de trazer sua fé e esperança para a misericórdia de Deus? A vontade livre da alma é tênue como um nada; ainda que seu corpo (material) esteja envolvido por algo (substancial), sua essência concebida e própria encontra-se num estado de falso desejo, devido ao pecado. Se, então, essa vontade livre, com seu desejo (acompanhada pelo) deve atuar em direção a Deus, terá, em primeiro lugar, que se projetar de seu próprio algo ilusório, e toda vez que de lá se projetar, estará nua e impotente, e novamente dentro do nada original. Se a vontade deseja penetrar em Deus, deve morrer para seu próprio egoísmo e deixar o (eu) ilusório; toda vez que a vontade abandona o eu, fica como que nada e não pode agir, lutar ou realizar nada. Se a vontade deseja mostrar seu poder, deve estar dentro de algo onde possa conceber e formar a si mesma, como é o caso da fé; pois, se há uma fé ativa, então essa fé deve conceber algo (ter algum objeto) onde possa agir. Até mesmo a vontade livre de Deus concebeu a si mesma (tem como objeto) o mundo espiritual interno, através do qual atua. Assim, a vontade livre da alma do HOMEM, tendo sua origem no abismo (a vontade incognoscível e primordial), deve conceber a si mesma em algo, a fim de manifestar-se e movimentar-se diante de Deus”. (Mysterium, XXVII. I 4-6).

“O espírito do HOMEM foi emanado de Deus, e partiu de Deus (o Eterno) através dos tempos; no temporal, tornou-se impuro. Agora, é preciso deixar essa impureza, e através do sacrifício penetrar novamente em Deus”. (Mysterium, XXVII 34).

“Havia uma qualidade animal, a alma animal, originária dos planetas, anexada à mente do HOMEM, em consequência da qual sua vontade e oração não eram puras diante de Deus, portanto o fogo-cólera de Deus consumiu esta vaidade animal dos homens através do sacrifício; mas a concebida imagem da graça seguiu com a oração para o fogo santo. Assim, os filhos de Israel foram reconciliados com Deus e libertados de seus pecados de forma espiritual, e com relação a futuros, porque o Cristo estava por vir, tomar o estado humano e penetrar em Deus como um sacrifício para o Seu fogo-cólera, transformando a cólera em amor”. (Baptism, II 25).

“A vítima, a madeira, a fumaça, tudo era terrestre, assim como o HOMEM era terrestre, no que se refere ao seu corpo externo; mas depois que o objeto sacrifical fora inflamado (pelo fogo mágico) tornou-se de natureza espiritual, pois da madeira surgiu o fogo, que recebeu e consumiu o objeto. Desta consumação resultou a fumaça do fogo, seguida pela luz, e essa luz foi o símbolo em que a imaginação do HOMEM e a de Deus, produziram uma conjunção”.(Mysterium, XXVII 29 — 30).

Deus desejou cheirar (durante o sacrifício) nada além do que a vontade do HOMEM, ou seja, a vida humana, a qual, antes do tempo deste mundo encontrava-se dentro da palavra de Deus — não ainda como um ser criado, mas como um poder, soprado na imagem criada. Isso é o que foi “cheirado” por Deus através do sacrifício e na essência de Cristo ou a graça, comunicada ao HOMEM e foi o que reajustou a vontade por meio da graça no fogo resultante da combinação do fogo-vida humano e do fogo-amor divino, constituindo assim um verdadeiro sacrifício do pecado e da restituição, porque o pecado foi sacrificado ao fogo da cólera divina, para que ali fosse consumido”. (Communion, I 32).

“A carne animal sacrificada ao Senhor e mais tarde comida, fora santificada pelo HOMEM, porque a imaginação de Deus penetrou ali, e, portanto Moisés a chamou de carne santa, e havia também um pão santo”. (Communion, I 33).

“O Cristo é maior do que todos os anjos do céu, porque Ele possui um corpo humano celestial; Ele possui também a noiva celestial eterna, a virgem da divina sabedoria, e, finalmente, a Santíssima Trindade em Sua possessão. Em verdade, podemos afirmar que Ele é uma individualidade na Santíssima Trindade no céu, um verdadeiro HOMEM no céu, e um eterno rei neste mundo, um senhor do céu e da terra”. (Three Princíples, XXII 86).

“O santo Espírito de Deus formou a substancialidade Angélica, celestial em um só elemento, através da virgem; mas os planetas e elementos deste mundo formaram o HOMEM externo, conferindo-lhe um corpo natural e uma alma exatamente igual a dos outros seres humanos, ambos em uma só pessoa. De modo que, cada forma possuía seu próprio estado particular de percepção e sensação, e o estado divino não se misturou a tal fórmula (com a forma terrestre) a fim de que a primeira diminuísse e permanecesse o que era (antes que a encarnação ocorresse), e se transformasse no que não era (através da encarnação), mas sem qualquer separação, diferenciação ou divisão do ser divino. Desta forma, o Verbo permanece no pai, o ser criado do santo elemento permaneceu diante do pai, e o estado natural humano ocorreu neste mundo, no ventre da virgem Maria”. (Três Princípios…, XX 86).

“Dizem que Maria era uma virgem eterna da Santíssima Trindade, e que dela nasceu o Cristo; pois, segundo Seu próprio testemunho, Ele não veio da carne e do sangue, mas do céu. É verdadeiro o que nosso Senhor disse, que veio de Deus e a Deus retornaria, e que ninguém iria para o céu exceto o Filho do HOMEM, vindo do céu e estando no céu; mas assim dizendo, falava, evidentemente, de Seu aspecto humano, e não meramente de Sua divindade; pois o Deus eterno não poderia ter sido Filho do HOMEM, nem um filho do HOMEM poderia surgir da Trindade; foi possível redimir o HOMEM através de uma alma alheia, trazida do céu, onde se satisfez a necessidade da penetração e crucificação de Deus em nossa forma (humana)”. (Três Princípios…, XXII, 6I).

“O Cristo não é só uma semente que veio do céu, sem possuir nenhuma outra qualidade recebida do HOMEM exceto uma cobertura humana (corpo). Se Ele não possuísse uma natureza humana, não seria o Filho do HOMEM, nem seria meu irmão”. (Tilk I. 245).

“A alma de Cristo é uma criatura como a nossa própria alma, e Ele a recebeu da humanidade e no corpo de Maria. Portanto, nos regozijamos eternamente de que a alma de Cristo seja nossa irmã e de que o corpo de Cristo seja nosso corpo no HOMEM regenerado”. (Three Princípios, XXIII 30).

Maria, em quem o Cristo tornou-se HOMEM, foi verdadeiramente a filha de Joaquim e Ana, segundo a carne externa, gerada a partir de suas semente; mas quanto a vontade, era a filha do pacto da promessa, o objeto do pacto, onde o mesmo se realizou”. (Encarnação de Cristo…, I 8 2).

“O verdadeiro ser da humanidade, que havia morrido e desaparecido (tornou-se latente) em Adão, despertou-se novamente para a vida em Maria; ela tornou-se altamente exaltada, como o HOMEM antes da queda. Nada disso ocorreu por seu próprio poder, mas pelo poder de Deus. Se o centro de Deus não houvesse se movimentado dentro dela, ela não teria sido diferente de todas as outras filhas de Eva”. (Encarnação de Cristo…, I 8. 5).

“A virgem Maria não se tornou deidificada. O próprio Cristo diz: ‘Ninguém vai para o céu exceto o Filho do HOMEM, que veio do céu e está no céu’. Todos os outros devem alcançar o céu através dele. O Cristo é o seu céu, e o Pai é o céu de Cristo”. (Três Princípios…, XVIII 89).

“Quando Deus movimentou-se em Maria como Seu desígnio, ela foi então altamente abençoada, e nesta benção do Redentor ela se tornou impregnada. Ora, sabe-se que a semente do HOMEM comunica suas qualidades ao corpo. Quando a vida divina penetra a essência da semente (poder) de Maria, seu corpo todo, que então envolvia o corpo da imagem (divina), tornou-se abençoado e vivificado por este maravilhoso movimento de Deus. O reino externo deste mundo não foi com isso separado de Maria, ela ainda estava aprisionada ali; mas a tintura de seu sangue tornou-se iluminada com a tintura divina; ou seja, com a tintura da semente; comunicando suas qualidades à forma corpórea”. (Tilk I. 331).

“O Cristo atraiu verdadeiramente para Si as essências humanas enquanto no corpo da virgem Maria, e desta forma tornou-se nosso irmão. Mas as essências humanas não podem apreender Sua divindade eterna; só o novo HOMEM, nascido em Deus, é disso capaz, assim como o corpo apreende a alma”. (Três Princípios…, XXII 48).

“Enquanto o Cristo viveu sobre a terra Sua forma externa era limitada como nossos próprios corpos, mas o HOMEM interno era imensurável”. (Três Princípios…, XXIV 88).

“A Razão diz: ‘O corpo de Cristo está em um lugar; como poderia estar em todo lugar? Trata-se de uma criatura, e uma criatura não pode estar em todo lugar ao mesmo tempo’. Ouça, cara Razão: ‘Quando o verbo de Deus tornou-se um ser humano, no corpo de Maria, não estava ele, ao mesmo tempo, acima das estrelas? Enquanto estava em Nazaré, não estava também em Jerusalém e em todo lugar? Ou pensas que Deus, enquanto Se fez HOMEM, tenha ficado confinado à sua forma humana?’ Isso constitui uma impossibilidade e assim, enquanto Deus se tornou HOMEM, Sua humanidade encontrava-se em todo lugar em que Sua divindade existisse”. (Três Princípios…, XXIII 8).

“O Cristo não se tornou HOMEM apenas no corpo (terrestre) da virgem Maria, como se Sua divindade ou essencialidade divina tivesse sido capturada, aprisionada ou permanecida ali. Assim como um pouco de Deus, que é a plenitude de todas as coisas, reside em apenas um lugar, pequeno foi o movimento de Deus, em uma pequena porção (a do Verbo); pois Ele não é diferenciado, mas em todo lugar é um e o todo, e onde quer que se torne manifesto ali é Ele manifestado como um todo. Nem Deus é mensurável, nem há lugar em que habite, a menos que Ele estabeleça para Si mesmo tal morada em uma de Suas criaturas; mas, mesmo assim Ele permanece um todo à parte e além de todo ser criado”. (Encarnação de Cristo…. I 8).

Deus também vive no HOMEM. Portanto, se amamos e buscamos, não mais que ao nosso (verdadeiro) ser, então amamos a Deus. Aquilo que fazemos uns aos outros fazemos a Deus. Aquele que busca e encontra seu irmão e irmã buscou e encontrou a Deus. Nós estamos Nele, todos em um só corpo com muitos membros, sendo que cada um tem sua própria função”. (A Vida Tríplice…, XI 106).

“O espírito desse mundo capturou o corpo, tornando-o terrestre; o corpo e a alma tornaram-se corruptos. Desta forma, não mais estamos em posse do elemento puro necessário para a formação de um corpo (puro), mas de uma protuberância dos quatro elementos em combinação com a influência das estrelas. Este corpo não pertence à Divindade. Deus não Se revela num corpo impuro, mas somente no HOMEM santo (interiormente regenerado), na pura imagem que Ele criou no princípio. Nada mais havia de ser feito além de regenerar a imagem através do coração e da luz de Deus”. (Três Princípios…, XXIII 21).

“O HOMEM deve, novamente, deixar o espírito dos planetas e elementos e penetrar um novo nascimento, na vida de Deus. Isso a alma não pode realizar pelo próprio e, portanto, a vida de Deus que emana do amor e da misericórdia veio até nós em carne e tomou nossa alma humana novamente para si, na vida divina, no poder da luz; assim, nesta vida devemos ter um novo nascimento e penetrar em Deus” (A Vida Tríplice…, I 17).

“O Cristo veio para curar o dano que Adão sofreu quando morreu para o reino celeste; para despertar o HOMEM interior, desaparecido em Adão; para regenerá-lo em Seu poder; para esmagar, para sempre, a cabeça da serpente, cheia de ira e falsidade, (ou seja), para matar a vontade terrestre (egoísta)”. (Cons. Stiefel…, II 168).

“Foi da vontade de Deus transmutar a humanidade numa qualidade celeste, após esta ter se tornado terrestre, transformar a terra humana (elemento material) em céu, fazer dos quatro elementos apenas um e transformar a ira de Deus, na qualidade humana, em amor. Mas a ira de Deus, tento sido inflamada no HOMEM, era um poder de fogo e fúria, ao qual se deve resistir e transformar em amor, era necessário que o amor propriamente dito, penetrasse a ira, circundando-a totalmente. Não bastava para tanto, que Deus permanecesse no céu (em Sua própria auto consciência divina) olhando para a humanidade de forma amorosa. Isso não teria subjugado o poder da fúria e da cólera, a humanidade tão pouco poderia penetrar um estado de amor”. (Assinatura…, XI. 7).

“A essência humana não poderia ser concebida na santidade de Deus, sem a presença de um mediador apropriado; a vontade encontrava-se separada dessa essência. Portanto, Deus tornou-se HOMEM, a fim de que pudesse doar ou abençoar a humanidade com Sua divindade, e para que Ele pudesse ser concebido por nós”. (Baptism, II. 36).

“Como consequência do pecado, não havia salvação para o HOMEM; a menos que o Verbo eterno, coração de Deus, se tornasse humano e penetrasse o terceiro princípio, a carne e o sangue humano e tomasse para si (o estado de) uma alma humana, penetrando a morte de uma alma destituída, através da qual pudesse afastar da morte o seu poder e do inferno a sua picada terrível, conduzindo assim a alma para fora da morte e redimindo-a do inferno”. (A Vida Tríplice…, VII 39).

“Como nos afastamos da liberdade do mundo angélico e adentramos a tortura escura, o poder e o verbo da luz tornou-se HOMEM, e nos conduziu para fora das trevas, através da morte no fogo para a liberdade da vida divina, na essencialidade divina. O Cristo tinha que morrer e penetrar a essencialidade divina através do inferno e através da cólera da natureza eterna, para abrir um caminho para a nossa alma através da morte e através da cólera, onde devemos entrar com Ele pela morte, na vida divina”. (Encarnação de Cristo…, I 3, 7).

“Após o demônio ter falhado por duas vezes, ele se aproximou com a última e poderosa tentação (dizendo) que lhe daria todo o mundo se ajoelhasse e o adorasse. Adão já havia estado ansioso pela possessão deste mundo; ele desejou torná-lo seu; mas ao proceder desta forma, Adão afastou-se de Deus e foi capturado pelo espírito deste mundo. Agora, o segundo Adão havia que se submeter à essa tentação do primeiro Adão. Havia que ser testado se a alma permaneceria com o HOMEM novo, santo e celestial, vivendo na graça de Deus ou no espírito deste mundo. Mas a alma de Cristo disse ao demônio: “Afasta-te de mim, Satã! Pois está escrito: ‘Deves adorar ao Senhor teu Deus, e Servir à Ele unicamente!’. Assim, o valente guerreiro conquistou, e o demônio teve que partir; tudo o que é terrestre foi superado pelo Cristo. Agora o Senhor está acima da lua, e tem todo o poder no céu e no inferno; Ele é Mestre da vida e da morte. Ele deu início ao Seu reino sacerdotal com sinais e milagres. Ele transformou a água em vinho, tornou são o doente, fez com que o cego enxergasse, e o coxo andasse e até despertou o morto para a vida. Ele se sentou na cadeira de Davi e passou a ser o verdadeiro sacerdote na ordem de Melquisedeck”. (Três Princípios…, XXII 3).

“Cristo, o HOMEM interior, tomou nossos pecados para Si, e deixou o corpo, no qual havia derramado a maldição de Deus, pendurando na Cruz como uma maldição de Deus. Assim Ele morreu, e em Sua morte espalhou Seu sangue, o sangue do HOMEM santo, na essência do HOMEM externo, onde reside a morte. Mas quando seu sangue santo penetrou a morte (com a essência externa), então a morte se tornou terrificada diante da vida santa, e a cólera, terrificada diante do amor, e caiu em seu próprio veneno, como que morta ou aniquilada”. (Cons. Stiefel…, II 205).

“A humanidade de Cristo se entregou como sacrifício à cólera do Pai, penetrando inteiramente em Seu fogo-essência; o amor-espírito de Deus venceu a essência colérica do fogo, de modo que esta não pode consumir a humanidade (a qualidade humana). Ele simplesmente retirou da humanidade sua vontade-própria, trazendo-a novamente para a vontade universal primordial, de onde a vontade foi originalmente concedida ao HOMEM. A vontade humana veio novamente ao encontro da vontade do Pai, como se estivesse em sua primeira raiz (fonte ou origem)”. (Mysterium, XXXIX 24).

“A crença de que o Cristo teve uma morte natural em Sua qualidade humana não deve ser compreendida como se Sua alma criada houvesse morrido, e menos ainda que Ele houvesse perecido em Seu aspecto de ser divino, ou com relação à Sua essencialidade celeste e tintura celeste. Ele morreu unicamente com relação à Sua egoidade, ou seja, com relação à vontade e regime do mundo externo que governava no HOMEM. Ele morreu com relação à vontade própria e aos poderes próprios da egoidade criada. Ele entregou tudo isso inteiramente nas mãos do Pai, o fim da natureza, o grande mistério do Pai; mas não para que isso fosse a morte, mas para que o Espírito de Deus estivesse ali, com toda a sua vida, e o poder divino existisse na personalidade de Cristo”. (Assinatura…, XII I).

“Quando o Filho de Deus derramou Seu sangue santo em Cristo, o veneno da cólera na carne, alma e espírito de Adão, que tomou para Si, foi santificado e transformado em amor. Assim, a inimizade cessou e Deus tornou-se Emanuel; ou seja, HOMEM com Deus e Deus com o HOMEM. Então a carne de Adão foi tingida e preparada para a ressurreição”. (Cons. Stiefel… II 209).

“A morte estava lutando com o HOMEM externo (com a vida do), pensando que agora, a alma deveria permanecer na Turba; mas havia um forte poder na alma, ou seja, o Verbo de Deus. Esse verbo capturou a morte e a destruiu, extinguindo a cólera. Trava-se de um grande veneno para o inferno quando a luz o penetrou, e o Espírito de Cristo aprisionou o demônio, conduzindo-o da alma-fogo para as trevas, trancando-o ali, na dureza colérica e no amargor”. (Quarenta Questões…, XXXVII 13 — 15).

“Depois que o Pai trouxe a alma do redentor, que havia penetrado Sua cólera, de volta ao amor, ou seja, na imagem do Paraíso, que havia desaparecido, o mundo tremeu no terror da morte, como se fosse um terror de alegria, alegria que penetrou os corpos mortos daqueles que haviam esperado pela vinda do Messias, e os despertaram para a vida. Foi esse mesmo terror que rasgou a cortina do Templo, ou seja, o véu de Moisés, pendurado diante da clara face de Deus, a fim de que o HOMEM não visse à Deus”. (Assinatura…, XI 71).

“O fundamento mais interno no HOMEM é Cristo; mas não de acordo com a natureza humana do HOMEM, mas segundo a natureza de Cristo, a qualidade divina em Sua essência celestial, a qual Ele regenerou. O segundo fundamento é a alma, ou seja, a natureza eterna, onde o Crksto (a luz) se revelou; e o terceiro fundamento é o HOMEM exterior, proveniente do limus da terra com as estrelas e os quatro elementos. No primeiro fundamento está a vida ativa do amor divino; no segundo fundamento está a vida-fogo natural da alma criada, onde Deus é chamado de Deus ígneo; e no terceiro, está a criação de todas as qualidades nas quais Adão permaneceu na temperatura, e que foi objetificada na queda”. (Grace, IV 37).

“’Cristo significa um penetrador; o ato de afastar o poder da cólera; a iluminação das trevas pela luz; a transmutação (na alma do HOMEM), pela qual a satisfação do amor rege sobre o brilho do fogo em seu aspecto colérico; a superioridade da luz sobre as trevas”. (Assinatura…, VII 32).

“É evidente, e não necessita de mais provas o fato de que somos todos feitos de carne e sangue, e que somos mortais. No entanto, nos é ensinado que somos templos do Espírito Santo, que habita em nós. Também nos é ensinado que o Cristo deve tomar forma em nós, e que Ele nos dará a Sua carne como alimento e o Seu sangue como bebida. Ele diz que aquele que não come da carne do Filho do HOMEM não terá a vida eterna. Portanto, devemos refletir seriamente que tipo de HOMEM há dentro de nós mesmo, similar a Deus e capaz de tornar-se divino”. (Regeneração, I).

Deus habita no mundo e preenche todas as coisas; no entanto, Ele nada possui. A luz habita nas trevas, mas não a possui; o dia habita na noite e a noite habita no dia, o tempo na eternidade e a eternidade no tempo; o mesmo ocorre com o HOMEM. Ele próprio é o tempo, e vive com ele segundo seu aspecto externo; é desta mesma forma que o mundo externo existe no tempo; mas o HOMEM interior é eternidade, mundo e tempo espiritual, tal como é criado na luz, de acordo com o amor de Deus, e nas trevas de acordo com Sua cólera. Seu espírito vive naquele princípio que nele está manifestado, seja nas trevas, seja na luz. Cada um deles habita em si mesmo; nenhum deles possui o outro; mas, se um penetra o outro e deseja possuí-lo, este o outro irá perder sua supremacia e poder. Se a luz se manifesta nas trevas, então as trevas deixam de ser trevas; e se as trevas surgem na luz, então a luz e seu poder serão extintos. As trevas eternas da alma constituem o reino do inferno; a luz eterna na alma é seu céu. O HOMEM, portanto, é criado e vive nos três mundos. Um é o mundo das trevas eternas que surge do centro da natureza — natureza eterna — onde nasce o fogo como o tormento eterno; o outro mundo, é o da luz eterna, onde reside a alegria e o Espírito de Deus. É neste mundo de luz que o espírito de Cristo assume substancialidade humana. O terceiro mundo onde vive o HOMEM, e do qual foi gerado, é o mundo visível externo, com seus quatro elementos, e as estrelas visíveis”. (Regeneração, I).

“A vontade necessária para realizar a oração é fraca na medida em que estiver em nosso poder o fato de orarmos ou não, mas se ela atua pelo poder divino ela se torna desperta, ígnea, e cheia de desejo. Dentro deste desejo o próprio Deus está atuando. Assim, o HOMEM fala com Deus em verdade, e Deus fala em verdade com a alma do HOMEM”. (Oração…, XXIX).

“Através da introdução da vontade divina o HOMEM reúne-se a Deus e renasce em sua natureza emocional. Ele começa a morrer com relação ao egoísmo do falso desejo (dentro dele) e a se regenerar em novo poder. Ainda há a qualidade carnal atraída a ele, mas no espírito ele caminha com Deus; desta forma, nasce no HOMEM de carne terrestre um novo HOMEM espiritual com percepções divinas e com uma vontade divina, matando dia após dia, a luxúria da carne, e pelo poder divino, começa a render o mundo, ou seja, a vida externa; Ele começa a fazer com que o céu, ou o mundo espiritual interior, se torne visível no mundo externo; Deus torna-se HOMEM e o HOMEM Deus, até que a árvore, finalmente, atinja a sua perfeição, quando a casca externa irá cair, e ela aparecerá como árvore espiritual da vida no jardim de Deus”. (Mysterium, Supplement, VIII).

“Se uma pessoa está na ansiedade do inimigo, e a picada da morte e da raiva move-se dentro dele, tornando-o avarento, invejoso, raivoso e irritável, não se deve permanecer na essência maligna; é preciso parar, considerar e atrair (da fonte eterna) uma outra vontade, ou seja, a vontade de sair da malícia e penetrar na liberdade de Deus, onde há perpétuo repouso e paz. Se sua angústia provar da liberdade, então a tortura da angústia ficará terrificada, e neste terror de morte, será destruída; pois esse terror serve de grande satisfação e consiste num assassinar a vida de Deus. Por esse intermédio, o ramo de pérolas aparece, e o HOMEM permanece numa alegria trêmula, mas também em grande perigo, pois a morte e a tortura da angústia são sua raiz; do mesmo modo, a angústia na natureza externa possui a qualidade que sai do demônio, ou seja, da angústia nasce grande vida. Da natureza, por exemplo, um belo ramo verde cresce, tendo, é claro, uma constituição, um odor e um estado diferente (de vida) daquele que o produziu” (Encarnação de Cristo…, XI 8).

“A pobre alma está tão cega que nem mesmo reconhece as pesadas correntes às quais está atada. Todo o mundo está cheio de armadilhas arrumadas pelo demônio, com o propósito de capturá-la. Se o HOMEM exterior tivesse seus olhos (espirituais) abertos, ficaria aterrorizado. Tudo o que o HOMEM vê ou toca, ali há uma armadilha do demônio, e se o Verbo do Senhor, tendo se tornado humano, não estivesse ocupando o meio, o demônio capturaria e devoraria todas as almas”. (Encarnação de Cristo…, XI 6).

“Enquanto o HOMEM terrestre viver a alma estará em contínuo perigo, pois o demônio tem uma inimizade com ela, lançando seus raios com uma falsa imaginação no espírito das estrelas e dos elementos; ele alcança, assim o fogo-alma, e deseja envenená-la com um desejo terrestre e demoníaco. A nobre imagem deve, neste caso, (na consciência interna do HOMEM) levantar-se em defesa; muita luta pela coroa dos anjos se faz necessária, e sempre surge ali, dentro do velho Adão, dúvidas e descrenças”. (Encarnação de Cristo…, XI. 6).

“Que ninguém pense que a árvore da fé Cristã possa ser vista ou conhecida no reino deste mundo. O HOMEM externo não a reconhece, e mesmo que o Espírito Santo se manifestasse no espelho exterior, a vida externa tornar-se-ia satisfeita e tremeria de prazer, e pensaria ter recebido o convidado esperado; ela então acreditaria, ainda que não ocorra ali uma duração perfeita; o Espírito de Deus não permanece constantemente na mente terrestre. Ele quer ter um vaso limpo, e sempre que retorna a seu princípio — sendo este a verdadeira imagem — o ser externo torna-se duvidoso e cheio de medos”. (Encarnação de Cristo…, CXI 8).

“As crianças iluminadas de Deus são amedrontadas por grandes perigos; muitas das que desfrutaram da grande visão da santidade de Deus, nas quais o triunfo da vida é alcançado, a razão carnal se espelha ali e busca introduzir seu egoísmo no centro interior, de onde a luz brilha. Disso resulta o orgulho miserável e o auto conceito; a razão egoísta — sendo, mais que nada, um reflexo da luz eterna — fantasia ser mais do que isso. Ela pensa agora poder fazer o que quer, e que, o que quer que faça, é a vontade de Deus fazendo por ela, acredita ser um profeta. No entanto, ela não penetra lugar algum, senão com seu próprio ser, e se movimenta com seu próprio desejo, através do qual o centrum naturae logo começa a aparecer. Surge então, o demônio da bajulação e o HOMEM se torna embriagado pelo auto conceito, persuadindo a si mesmo que é Deus quem o compele a agir de tal forma. É assim que ele arruína o bom princípio, durante o qual a luz de Deus começa a brilhar na Natureza, e a luz de Deus o abandona. Nada fica, senão a luz da natureza exterior na criatura, mas o convencimento se manifesta e fantasia ser ela a luz original recebida de Deus”. (Quietude…, I 8).

“Há dois tipos de vontade a serem distinguidas na constituição do HOMEM. Uma surge com o lírio e cresce no reino de Deus; a outra afunda nas trevas da morte e desejos pela terra, sendo ela sua mãe. Essa irá lutar contra o lírio, constantemente, e o lírio voa para longe de sua aspereza. Um broto cresce da terra, e assim a substância da qual é formada voa da terra e é atraída para a luz do sol até se tornar uma planta ou uma árvore. Então o Sol divino atrai o lírio humano, ou seja, o novo HOMEM em seu poder, fora da substância do demônio, até que ele finalmente se torne uma árvore no reino de Deus. Ele deixa a árvore má ou a casca cair na terra, sua mãe que tanto busca, para deixar crescer a nova árvore”. (Encarnação de Cristo…, XI 8).

“É uma grande tolice para o HOMEM anelar o que não é seu (mas sim um mero atrativo para o ser com o qual está ligado durante sua carreira terrestre), e introduzir em seu desejo aquilo que o infecta de doenças, e que por último lhe conduz para longe de Deus, excluindo-o em corpo e alma de seu estado celestial”. (Mysterium, XXIV 16).

“O comer demais e a intoxicação causam o pecado, porque a vontade pura que emana do fogo-vida fica aprisionada e afogada no desejo, o que torna o HOMEM impotente na batalha”. (Seis Pontos Teosóficos…, CXI 29).

“Devemos morrer continuamente em Cristo e continuamente matar o HOMEM do pecado dentro de nós, a fim de que o novo HOMEM possa viver; mas não podemos destruir completamente o primeiro; podemos meramente mantê-lo aprisionado, derramando sobre sua essência ígnea água da humildade de Deus”. (Cons. Stiefel…, I 63).

“A vontade, quando reta, é fé, e como tal pode dar ao corpo uma nova forma, de acordo com o espírito externo; pois o HOMEM interior é o senhor do exterior; este tem que obedecer o primeiro, e o interior pode colocá-lo sob nova forma, mas não permanentemente”. (Quarenta Questões…, VI 10).

“Se o HOMEM penetra a regeneração ele pode ser bem sucedido na subjugação do HOMEM externo, de modo que esse faça o que não deseja, porque o primeiro tira a força do segundo, e o penetra; mas como o ouro numa pedra bruta, e a aspereza da pedra não se torna ouro, o HOMEM terrestre não se torna Deus”. (Cons. Stiefel…, I 59).

“O HOMEM interior mata continuamente o exterior através do amor e doçura de Deus, a fim de que o externo não possa introduzir na alma-fogo seu desejo terrestre venenoso, que está infectado pelo demônio; mas o HOMEM exterior não pode ser inteiramente destruído, pois se isso ocorresse o reino deste mundo o deixaria inteiramente”. (Cons. Stiefel…, I 51).

“Mesmo que o Cristo nasça em nós, não podemos dizer: ‘Eu sou o Cristo’, pois o HOMEM externo não é o Cristo. Honestamente só podemos dizer: ‘Estou em Cristo, e Cristo tornou-Se humano em mim’”. (Cons. Stiefel…, I 54).

“Algumas vezes, uma pessoa é tão mal constituída externamente, pelas influências das estrelas, que estão fadadas a passarem por muitos problemas. Parar e refletir faz com que o indivíduo penetre em si mesmo e se abstenha do pecado. No entanto, não se sabe como se livra do malicioso HOMEM exterior”. (Três Princípios…, XX 83).

“A vida do HOMEM, durante a presente existência, é como uma roda viva; de repente ela vira para cima o que estava para baixo. A vida se inflama em cada substância e com isso se corrompe; mas, se purificada na água da humildade, onde se movimenta o coração de Deus e sai de onde está, sua vida-fogo pode envolver a substância celestial”. (Six Mysterious Points, II 13).

“Nossa vida deve ser um arrependimento constante, pois é também uma contínua corrente de pecado. Na verdade, o nobre ramo de lírios, recém nascido em Cristo, não peca; no entanto, o HOMEM terrestre peca em corpo e alma, e busca destruir a nobre flor”. (Cons. Stiefel…, XI 537).

“No fim, todas as coisas devem ser uma e a mesma coisa para o HOMEM. Ele deve ser um com a fortuna e com o infortúnio, com a pobreza e com a riqueza, com a alegria e com o pesar, com a luz e com as trevas, com a vida e com a morte. O HOMEM passa então a ser um nada para si mesmo, pois está morto com relação a tudo em sua vontade. Deus está em tudo e através de tudo, e, no entanto, Ele é um nada, e nada pode compreendê-Lo. Tudo se torna manifestado através Dele, e Ele próprio é tudo. No entanto ele nada tem (objetivamente), porque aquilo que está diante Dele, nada é em sua compreensão, pois não O compreende. Este será o estado de uma pessoa segundo sua vontade submetida, caso ela se renda totalmente à Deus. Então sua vontade irá recuar para a vontade insondável de Deus, de onde surgiu no princípio, adquirindo a forma da vontade insondável, onde Deus reside e realiza Sua vontade”. (Mysterium, LXVI).

“As essências corporais retornam a terra; o espírito elemental, o ar, retorna ao ar; a água e o sangue são recebidos pela água e terra (verrestres), e do HOMEM externo nada fica. Ele deixa de existir. Ele teve um início e um fim”. (A Vida Tríplice…, XVIII 8).

“Na morte os quarto elementos separam-se do elemento único. Então a tintura, junto com a sombra daquilo que constituía o HOMEM, dirige-se ao éter e permanece com a raiz daquele elemento que originou os elementos, e do qual emanaram”. (Três Princípios…, XIX 14).

“Há três princípios na constituição do HOMEM, cada qual pode ser desenvolvido durante sua existência terrestre; mas depois que o corpo estiver desorganizado, ele vive então em um princípio e não pode envolver o outro. Na eternidade, ele deve permanecer no estado de consciência que adquiriu aqui”. (Três Princípios…, Supplement, X).

“Não há três almas separadas no HOMEM, mas apenas uma. Essa alma permanece em três princípios, ou seja, no reino da cólera, no reino do amor de Deus e no reino deste mundo. Quando o ar do reino externo deste mundo deserta a alma, ela se manifesta ou no obscuro reino do fogo ou no santo reino da luz, que é o reino do fogo-amor, o poder de Deus. Seja qual for o plano com a qual ela se envolveu durante sua existência terrestre, ali ela permanece depois que o reino externo a deixa”. (Mysterium, XV 24).

“O HOMEM já está no céu o no inferno, neste mundo, onde quer que esteja corporalmente. Se seu espírito está em harmonia com Deus, ele estará então espiritualmente no céu e sua alma encontra-se em Deus. Se ele espiritualmente habita a cólera, então já está no inferno e em companhia dos demônios”. (Aurora, XX 86).

“Cada um precisa simplesmente examinar sua própria qualidade e ver em que direção é carregado pela sua vontade. Então saberá a que reino pertence e se é realmente um HOMEM (na imagem de Deus), como ele fantasia ou pretende ser, ou uma criatura do mundo de trevas, um cachorro raivoso, um pavão vaidoso, um macaco luxurioso ou uma cobra venenosa. Se, então, a essência dos quatro elementos o deixarem na morte, nada irá permanecer com ele senão a consciência interna, má e envenenada”. (Seis Pontos Teosóficos…, VII 37).

“Se um descente deixou para traz um grande rastro de falsidade e engano, a tintura do inferno será invocada sobre sua tumba, e seu curso penetrará sua alma. Esse (curso) ele terá que engolir; pois, esse é o seu alimento, enviado a ele pela vida. Enviar tais cursos, contudo, não cabe aos filhos de Deus; pois, cursando outro caminho, o HOMEM lança sementes no inferno — na cólera de Deus. Que todos fiquem alerta, pois irá colher aquilo que semeou”. (Quarenta Questões…, XXIV 4).

“Os próprios pecados do HOMEM, sua depravação e vícios ao rejeitar a Deus, constituem seu inferno-fogo, que o atormenta eternamente. Seu escárnio está agora diante de seus olhos, e ele não se atreve a deixar nem mesmo um bom pensamento penetrar sua alma; pois o bem é para ele como um anjo, e por causa de sua grande fraqueza não pode tocá-lo com sua alma, muito menos vê-lo através dela; só lhe resta engolir seu escárnio, juntamente com todos os seus vícios e pecados para sempre dentro de si mesmo, o que lhe causa um desespero eterno”. (Três Princípios…, XXIV 29).

“Se um HOMEM tem um desejo constante por Deus; se seu desejo é tão poderoso a ponto de possibilitá-lo a parar e voltar-se para a humildade, as essências malignas, quaisquer que sejam, começarão a queimar; se ele puder resignar a todas as coisas que neste mundo brilham e enganam; se puder fazer o bem no lugar do mal; se é poderoso o bastante para dar aos necessitados tudo o que pertence ao exterior, seja dinheiro ou bens; e se está pronto a desertar todas as coisas por causa de Deus, penetrando um estado de miséria com esperança certa no eterno; se nele surgir o poder divino, para que possa despertar ali o reino da alegria e provar Deus; tal pessoa carrega consigo a imagem divina com a essência celestial mesmo durante sua vida terrestre, a imagem em que Jesus nasce da virgem. Ele não irá morrer eternamente, mas simplesmente irá deixar o reino terrestre abandoná-lo, este que foi, durante essa vida, uma oposição e um impedimento com o qual Deus o cobriu”. (Seis Pontos Teosóficos…, VII 44).

“Aquele que ajuda o degradado abençoa a si próprio, pois ele deseja tudo de bom, e ora à Deus para abençoá-lo em corpo e alma. Assim seu desejo e benção retornam a quem doou no Mysterium, ele é por elas rodeado e seguido, como uma boa obra nascida em Deus. Esse é o tesouro que o HOMEM leva com ele; seus tesouros terrestres ele terá que deixar para trás”. (Encarnação de Cristo…, CXI 4).

“O HOMEM é seguido por todas as suas obras, ele as tem eternamente diante de seus olhos e vive ali, a não ser que da malícia e falsidade nasça novamente pelo sangue de Jesus Cristo. Se isso ocorrer, ele rompe a imagem terrestre e infernal para penetrar uma imagem Angélica, vindo para um novo reino, ao qual suas imperfeições não podem acompanhá-lo, e assim a imagem de Deus será restaurada, a partir da forma infernal e terrestre”. (Três Princípios…, XVI 47).

“As almas que partiram não reivindicam nada a Deus por nós. Por que fariam isso? Nossa salvação não depende daquilo que imploram, mas da nossa penetração. Aquele que coloca sua vontade em Deus será ajudado por Ele. Seus braços estão abertos, dia e noite, a fim de auxiliar o HOMEM. Não seria muita prepotência de uma alma querer fazer de Deus um Juiz severo, não desejoso de receber um pecador convertido?” (Quarenta Questões…, XXVI 23).

“Aprenda a conhecer o guia do mundo interior e também o guia do mundo exterior, é conhecer a escola mágica dos dois mundos. Então nossa mente estará livre da desilusão, pois na desilusão não há perfeição. O espírito deve ser capaz de alcançar o mistério. O Espírito de Deus deve ser o guia no desejo do HOMEM. Sem isso o HOMEM estará simplesmente no mistério exterior, no céu externo da constelação, que frequentemente incita e guia a alma humana; mas ele não possui a escola de magia divina, que só existe numa mente infantil e simples”. (Epistl. XI 62).

“A vontade de Deus está aberta a todos os homens, seja qual for o nome que o HOMEM é designado… De que vale crenças e opiniões para aqueles que alcançaram o auto conhecimento? Opiniões não constituem o Espírito de Cristo, que dá a vida, mas o Espírito de Cristo dá testemunho ao nosso espírito, de que somos filhos de Deus. Ele está em nós, e não precisamos busca-Lo em opiniões”. (A Vida Tríplice…, XI 82).

“Não é preciso ir a lugar algum para encontrar o Espírito Santo; pois, desde o nascer e do brilho do sol, até o seu pôr, o Cristo brilha em todos os lugares e em todos os países, onde quer que o HOMEM e a mulher evitem o pecado e penetrem a vontade de Deus”. (A Vida Tríplice…, XI 88).

“O Homem-Cristo (aquele que se tornou um Cristo pelo Cristo que se faz HOMEM) é Senhor de todas as coisas, e compreende em Si mesmo a totalidade da existência divina. Não há, portanto outro lugar onde reconhecer a Deus, exceto na substância de Cristo (em nós), porque Nele reside a substancialidade a plenitude da divindade”. (Questions, I 153).

“A alma origina-se de três princípios; ela vive, portanto numa angústia ternária, e está presa por três laços. O primeiro laço liga a alma à eternidade e alcança o abismo do inferno (a vontade ígnea); o segundo é o reino do céu; o terceiro é a região das estrelas com os elementos. O terceiro reino não é eterno, mas tem um certo período de existência; no entanto, é o reino que faz o HOMEM crescer, dotando-o de hábitos, vontade e desejos relacionados ao bem e ao mal. Ele lhe confere beleza, riqueza e honras, e o torna um rei terrestre. Este reino permanece com ele até o fim de seu tempo, depois o abandona; da mesma forma que o auxilia a obter a vida, o auxilia na morte, libertando-o da alma astral”.

“Primeiro os quatro elementos se afastam do elemento único, interrompendo a atividade no terceiro princípio; a separação dos quatro elementos é terrível; depois, a tintura com a sombra (do que era HOMEM) entra no outro elemento, e com essa sombra permanece na raiz do elemento, de onde os quatro elementos tiveram sua origem e de onde emanaram. Este rompimento, por si só, é dor e sofrimento; é a destruição da casa sensível da alma”.

“Está Escrito que é muito difícil um HOMEM rico entrar no reino dos céus. Isso não se refere à posse de bens, mas a uma vida vã e avarenta; pois enquanto o HOMEM engorda, Deus é esquecido. Ninguém deve imaginar ser abençoado por ser pobre. Se ele é um incrédulo e descrente, está então no reino do demônio, além de sua pobreza. Nem o HOMEM rico deve jogar fora seu dinheiro, nem dá-lo ao gastador, pensando com isso alcançar a benção eterna. O reino de Deus está na verdade, na justiça, e no amor para com os necessitados. Ele não condena ninguém que use apropriadamente o que tem. Não se deve deixar o cetro e ficar num canto lamentando-se. Isso não passa de hipocrisia. Você pode servir muito melhor a lei da justiça e ao reino de Deus, mantendo seu cetro, protegendo o fraco e oprimido e trabalhando pelo certo e pelo justo; não segundo sua avareza, mas no amor e temor de Deus”. (Princípios, XXV 74).

“Tudo o que fazemos, pensamos e desejamos em nosso ser exterior é obra do espírito deste mundo, atuando em nossa constituição; pois o corpo nada mais é do que o instrumento daquele espírito onde opera, e como todos os outros instrumentos que nascem do espírito deste mundo, irá, por fim, se desfazer e se decompor. Portanto, nenhum HOMEM deve desprezar ou condenar outro HOMEM, caso este não possua as mesmas qualidades que ele; pois o céu natural (a constelação) constrói cada HOMEM segundo a natureza das influências regentes. Ele fornece a cada pessoa seus caminhos, modos e caracteres, além de seus desejos e intintos, e isso não pode ser arrancado do HOMEM externo enquanto o céu externo não romper sua constituição animal. Mas se o HOMEM externo não faz o que o espírito do mundo externo deseja nele, mas é forçado a abandonar o que é falso e ilusório, então tal poder não procede do céu externo, mas do novo HOMEM interior, que precede da eternidade e batalha contra o HOMEM terrestre”; normalmente ele alcança uma vitória sobre o segundo”. (Três Princípios…, XXV 6).

“Não há mais do que dois reinos movendo-se no HOMEM. Um é o reino de Deus, onde está o Cristo, desejando-o; o outro é o reino do inferno, onde está o demônio, desejando-o também. A pobre alma terá que batalhar, pois está no meio. Cristo oferece a ela o novo manto, e o demônio as roupas do pecado; sempre que o HOMEM tem um bom pensamento ou desejo por Deus, desejando entrar em verdadeira sintonia (tornar-se um com o Divino), esse pensamento, com certeza, não vem dele, mas do amor de Deus, e a nobre virgem o chama para que venha, e para que não desistas de seus esforços. Mas, se neste caminho, o HOMEM se depara com seus grandes pecados, que tentam dete-lo como montanhas, de modo que não encontra paz em seu coração, isso é, com certeza obra do diabo, que o faz pensar que Deus não quer ouvi-lo. Nestes momentos não deixe que nada te detenha ou te terrifique; pois o demônio é teu inimigo. Está escrito que se os pecados dos homens fossem vermelhos como sangue eles se arrependessem verdadeiramente, os mesmos se tornariam brancos como a neve”. (Princípios, XXIV 34).

“O HOMEM celeste e santo, oculto no HOMEM monstruoso (externo), está tanto no céu quanto Deus, e o céu está nele, e o coração e a luz de Deus é gerada e nasce dentro dele. Assim, Deus está nele e ele está em Deus. Deus está mais perto dele do que seu corpo bestial”. 166

“O corpo animal não é seu lugar de origem, próprio dele, onde está em casa; o verdadeiro HOMEM, regenerado e recém-nascido em Cristo, não está neste mundo, mas no paraíso de Deus; e embora o corpo animal morra, nada acontece ao novo HOMEM, que surge da vontade contrária e da casa do tormento para o seu lugar de origem. Não há necessidade de remoção para qualquer lugar ou distância, pois Deus encontra-se revelado em nele, por toda parte”. (The Epistles, XXV 13).

“O nada, onde o demônio reside. A dúvida é a negação daquela fé que é Deus. É o resultado do egoísmo e da cegueira que não permite ao HOMEM reconhecer a possessão do que ele já tem”. (A Vida Tríplice…, XIV 41).

Deus é o centro do HOMEM, mas ele reside apenas em si mesmo, a menos que o espírito do HOMEM torne-se um espírito com Deus; neste caso, ele se tornará manifesto na natureza humana, na alma, na mente e no desejo, por onde se tornará perceptível aos sentidos interiores do HOMEM. A vontade envia os sentidos para Deus, e Deus grava os sentidos e se torna um ser com eles. Então, os sentidos passam a carregar o poder de Deus para a vontade, e a vontade os recebe com gratidão, mas com tremor; pois reconhece ser indigna e sabe que vem de uma morada instável. Assim, ela recebe aquele poder ao mergulhar-se diante de Deus e de seu triunfo surge a doce humildade. Essa é a verdadeira essência de Deus, e essa essência concebida na vontade é o corpo celestial, e é chamado de fé verdadeira e justa, recebida pela vontade, no poder de Deus. Ela mergulha na mente e reside no fogo da alma”. (Menschw. X 8).

“A Natureza não é Deus, não mais do que o corpo de um HOMEM é o HOMEM. A Natureza é o eco e a imagem da natureza eterna, manifesta pelos poderes do Verbo”. (Tabulae Principioe, li).

“Nem no céu, nem na terra; nem dentre as estrelas ou elementos, podemos encontrar algum caminho que nos leve ao repouso. Mal entramos na vida, e depois disso é o fim, quando nosso corpo nascerá de volta na terra e todas as nossas obras, trabalhos, ciências e glórias serão herdadas por outros, que também se incomodam por um tempo, com as mesmas coisas, e então nos seguem (para a morte). Isso ocorre desde o princípio do mundo até o seu fim. Durante nossa miséria nunca poderemos saber onde permanece nosso espírito quando o corpo cai e se torna cadáver, a menos que sejamos recém-nascidos, fora deste mundo; de modo que, embora vivamos neste mundo, em nosso corpo, habitamos na nossa alma e espírito em outra vida, nova, perfeita e eterna. Ali, um novo HOMEM será encontrado em nosso espírito e alma, e ali deverá ele viver eternamente. Somente nesta nova forma aprenderemos a conhecer o que somos e onde está nossa verdadeira casa”. (Princípios, XXII 5).

“O HOMEM é a cabeça; ele possui o regimento superior, com a tintura do fogo, e em sua tintura, possui a alma que deseja Vênus como sua matriz corporal. A alma deseja ter espírito e corpo, e isso está na matriz mulher. Mas o regimento inferior é o feminino, e seu regimento encontra-se na Lua; pois o Sol fornece o calor, Vênus a tintura, não de natureza ígnea, mas aquosa”.

“A Fêmea deseja o macho, e a Lua busca o Sol; pois ela é de natureza material, e deseja um coração celeste. Assim, a matriz feminina deseja o coração do HOMEM e a alma feminina deseja sua tintura; pois a alma é um bem eterno. Assim, existe o desejo sexual entre todas as criaturas; elas desejam misturar-se uma com as outras. O corpo não compreende isso, nem tampouco o espírito-ar; mas, as duas tinturas, a masculina e a feminina, conhecem muito bem”. (A Vida Tríplice…, IX 106).

“A alma ígnea, pura como o ouro limpo, testada no fogo de Deus, é o esposo da nobre Sophia, pois ela é a tintura da luz. Se a tintura do fogo é perfeitamente pura, então a Sophia se unirá à ela e Adão receberá novamente a noiva mais nobre, que foi dele afastada durante seu sono; ele a tomará em seus braços. Não se trata de HOMEM ou mulher, mas um ramo na árvore de pérolas que encontra-se no paraíso de Deus. Mas como a noiva recebe seu noivo na qualidade-ígnea clara e brilhante dele, e como lhe dá um beijo de amor, isso só será compreendido por aqueles que estiveram no casamento do Cordeiro. A todos os outros isso permanecerá um mistério”. (Mysterium Magnum, XXV 14).

“Se te dizes um Cristão, por que então não acreditas nas palavras de Cristo, quando diz: ‘Eu estarei contigo até o final do mundo’; diz ainda que Ele nos dará seu corpo por alimento e Seu sangue como bebida. Tu perguntas: ‘O Cristo foi para o céu, como poderia estar neste mundo?’ Talvez concordes com o fato de que Ele esteja presente conosco em Seu espírito Santo. Mas o que seria do HOMEM recém-nascido em ti, se fosse alimentado unicamente pelo espírito, sendo esse unicamente alimento para a alma? Cada vida alimenta-se de sua própria mãe. A alma é espírito, como do alimento espiritual; o HOMEM recém-nascido prova do elemento puro, e o HOMEM externo daquilo que provém dos quatro elementos”.

“Qual o benefício do corpo (etéreo) se a alma alimenta-se da divindade pura? Pois sabes que a alma e o corpo não são um e a mesma coisa. A alma é espírito, e necessita do alimento espiritual. Ou pensas que podes alimentar o novo HOMEM com o alimento terrestre? Se pensares assim, é porque estais longe do reino de Deus”. (Princípios, XXIII 6).

“A palavra Sul e é a alma de algo; pois na palavra Súlfur ela é o óleo ou a luz, que nasce da sílaba Phur. É a beleza ou a bondade de algo; seu amor ou o amado. Na criatura é a inteligência e o sentido, é o espírito nascido da sílaba Phur. A palavra ou sílaba Phur é a Prima Matéria, penetrando o terceiro princípio em si mesmo, o Macrocosmo de onde nasce a essência ou o reino (terrestre) elemental; mas, no primeiro princípio é a essência da geração mais interna, de onde Deus, o Pai, desde a eternidade dá nascimento a Seu Filho. No HOMEM também é a luz que nasce do espírito sideral em outro centro do Microcosmo, mas no Spiraculum é um espírito-alma no centro interior. É a luz de Deus, que por si só, possui aquela alma que está no amor de Deus, pois ela é iluminada e soprada pelo Espírito Santo”. (Três Princípios…, II 7).

“Todo o poder do Pai se expressa nas qualidades do Verbo, ou seja, o Filho de Deus. O mesmo verbo, ou o mesmo som, expressado pelo Pai expressa do Salniter, ou os poderes do Pai, e do Mercurius ou som do Pai. Assim, o Pai expressa o verbo de si mesmo, e o mesmo som é a glória de todos os seus poderes; depois que ele é expresso, não mais está contido nos poderes do Pai, mas soa e toca na totalidade do pai em todos os poderes. Esse poder expressado pelo pai tem tal força que o som do verbo imediatamente e rapidamente penetra por toda profundeza do Pai, e sua força é o Espírito Santo, pois, o verbo pronunciado permanece como uma glória ou um mandamento majestoso diante do rei; mas o som, emanando através do verbo, executa o mandamento do Pai pronunciado por Ele através do Verbo, e aqui ocorre o nascimento da Santíssima Trindade. O mesmo ocorre no HOMEM ou no anjo. O poder na totalidade de seu corpo possui todas as qualidades como em Deus o Pai”. (Aurora VI 2).

“Assim, cada criatura possui seu próprio centro para sua própria expressão ou o som do verbo formado em si mesmo, tanto nos seres temporais como eternos; tanto no HOMEM racional como no irracional; pois o primeiro Ens foi pronunciado do som de Deus, pela sabedoria, de seu centro no fogo e luz e foi formado no Fiat, e entrou em “compactação”. O Ens emana do eterno, mas a compactação emana do temporal; portanto, em todas as coisas há algo eterno oculto no tempo”. (Mysterium Magnum, XXII 2).