PARÁBOLAS EVANGÉLICAS — A CIZÂNIA (Mt XIII, 24-30, 36-43)
EVANGELHO DE JESUS: Mt 13:24-30; Mt 13:36-43
CITAÇÕES DOS PADRES DA IGREJA — nosso site francês
Roberto Pla: EXEGESE DA CIZÂNIA
Evangelho de Tomé – Logion 9
A cizânia é alegoria de todas as vestimentas ou “riquezas” que crescem aderidas à boa semente, e refere-se aos tipos de homens que durante sua vida resultam incapazes de pôr a semente neles semeada em situação de dar fruto Parábola do Semeador.
Quando no evangelho de Mateus explica Jesus a significação da parábola da cizânia e o campo, diz que “o campo é o mundo e a boa semente são os filhos do Reino”. A verdade é que com bons ou maus resultados, pois estes dependem do grau de aceitação e expressão levados a cabo por cada consciência, a semente é sempre o Filho do homem, o qual é a um tempo e sempre a semente e o semeador, dado que o Filho do homem é, em definitivo, a única realidade possível de vida eterna, o único “espírito que dá vida” (1Co 15,45).
É este “espírito”, com efeito, a única fonte de vida que dispõe tudo mais, pois é ele que vivifica tudo o que é cognoscível no mundo, que rediz, o mundo. Sob sua aparência natural, o todo visível que contemplamos não é outra coisa mais que a palha “vivificada” pelo sopro invisível do espírito de Deus, quer dizer sem vida própria, por mui ilustre e convincente que dita palha apareça ante a imaginação de certas mentes religiosas.
É este “espírito”, com efeito, a única fonte de vida que dispõe tudo mais, pois é ele que vivifica tudo o que é cognoscível no mundo, que rediz, o mundo. Sob sua aparência natural, o todo visível que contemplamos não é outra coisa mais que a palha “vivificada” pelo sopro invisível do espírito de Deus, quer dizer sem vida própria, por mui ilustre e convincente que dita palha apareça ante a imaginação de certas mentes religiosas.
Daí que quando não se acerta a discriminar fielmente a semente se está sempre no perigo de confundir a “palha vivificada” — a que por sua natureza está predestinada para o queimador — com um verdadeiro filho do Reino. A palha forma parte do mundo, mas o Reino não é deste mundo; por isso a palha é visível, mas o fruto tem-se que descobri-lo sob a envoltura de palha, porque não é manifesto senão oculto e sua distinção em nossa consciência só pode ser o resultado de uma percepção sutil, de não fácil aquisição.
O pior dessa planta não vinda do Pai não é somente que não deixa ver a realidade, senão que interfere na investigação acerca da luz, dado que o efeito de sua presença é a o de fazer possível pensar erroneamente que a única fecundidade das terras consiste em que que cresça a cizânia. Por esse motivo diz Jesus que seu juízo neste mundo é duplo: “que os que não veem, vejam”, o que exige a purificação “passiva”, a que vem com o Batismo do fogo do Espírito que “em nós está”, e que este juízo deve ir precedido de outro segundo o qual “os que veem se tornam cegos”, pois esta é a primeira purificação, a do batismo pela água, quer dizer, a dissolução ativa de todos os condicionamentos, mediante a constante conversão — metanoia — destes, ao ser eles o que impedem que a luz resplandeça sobre a alma.