palingenesía: renascimento, transmigração das almas
(metempsychosis é uma palavra muito tardia)
Que Pitágoras sustentou tal doutrina é assegurado pelo seu contemporâneo Xenófanes (frg. 7), e há o posterior e mais duvidoso testemunho (D. L. VIII, 4-5) de que ele recordou quatro das suas próprias reencarnações anteriores. Que a qualidade das reencarnações está ligada a uma escala ética é óbvio pelo orfismo e por Empédocles (frg. 115, 117, 127, 146, 147). Platão ouviu falar desta doutrina (Ménon 81a), e no Fédon 70c-72e incorpora-a nas suas provas da imortalidade da alma e, num contexto mais órfico, no Fedro 249a e no Timeu 42b-c, onde os renascimentos sucessivos estão ligados à pureza moral. A sua apresentação mais elaborada encontra-se no «mito de Er» na Republica 614b-621b. Para a noção errada de Heródoto quanto às suas origens, ver Hist. II, 123.
As pressuposições filosóficas da palingenesia estão intimamente ligadas à natureza e separatibilidade da alma, ver psyche; o seu uso epistemológico pode ver-se em anamnesis, e alguns dos seus aspectos religiosos em kathodos. (FEPeters)
(do gr. palin, de novo, e gênesis, nascimento), ressurreição, renascimento. — Esse termo, empregado sobretudo pelos estoicos (para designar o retorno periódico e eterno dos mesmos acontecimentos) e por Platão (que descreve, no Fedro, a perpétua reencarnação das almas humanas que não realizaram uma vida suficientemente perfeita), é atualmente empregado em sociologia pelos teóricos da história humana como “ciclo” e “retorno periódico”: tal é notadamente a teoria dos “ciclos de cultura”, expressa por Spengler em O declínio do Ocidente, 1922) e por Toynbee. (Larousse)
PALINGENESIA = RENASCIMENTO, REGENERAÇÃO
Ao que lhe disse Jesus: Em verdade vos digo a vós que me seguistes, que na regeneração, quando o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, sentar-vos-eis também vós sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. (Mt 19:28)
…não em virtude de obras de justiça que nós houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou mediante o lavar da regeneração e renovação (anakainoseos) pelo Espírito Santo, (Tit 3:5)
Substantivo composto de palin (outra vez) e genesis (nascimento, origem). Se refere comumente a vários tipos de renovação: retorno ou restauração de algo; a volta às circunstâncias anteriores; a terminação de um cativeiro; a restauração da saúde. A noção original não se referia ao nascimento humano.
Usado pelos estoicos no contexto cósmico: renascimento do cosmos após uma conflagração mundial (ekpyrosis).
Plutarco usa na descrição dos mitos de Dionísio e de Osíris, e em sentido individual para o renascimento de almas (anabiosis)
AT ocorre com frequência, assim como no judeu helênico (Philon). (Pierre Riffard)
Julius Evola: THEOSOPHIA PRACTICA
Para poder analisar o processo de palingenesia é preciso observar como o corpo natural tenebroso é segundo Gichtel, formado e constituído. Nosso autor segue Boehme e ensina que a Divindade compreende, por assim dizer, ao mesmo tempo si mesma e seu contrário: ela não é somente Sim, ela também é Não; não somente Luz, mas também Trevas (Fogo, Ardor). No princípio, estas duas potências divinas se confundiam, elas se harmonizavam e se equilibravam uma a outra. O homem, pela “queda”, rompe este equilíbrio e dá preponderância à segunda das potências que se destaca, se constitui por ela mesma, e em lugar de se temperar graças a primeira, entre em conflito com ela e tenta absorvê-la. O Fogo, uma vez separado, se torna desejo e devora por seu ardor a umidade oleosa, de sorte que a luz se apaga e que o fogo deixa então um depósito negro. É desta mesma maneira que se produz a separação da matriz de Luz ou de Água viva e a corrupção do corpo luminoso paradisíaco ao qual se substitui, durante o sono, o negro corpo terrestre, sede do apetite insaciável, da doença e da morte — morte interiormente, a alma se tornou o “inferno” onde age a corrupção terrestre.
palingenesía: renascimento, transmigração das almas
(metempsychosis é uma palavra muito tardia)
Que Pitágoras sustentou tal doutrina é assegurado pelo seu contemporâneo Xenófanes (frg. 7), e há o posterior e mais duvidoso testemunho (D. L. VIII, 4-5) de que ele recordou quatro das suas próprias reencarnações anteriores. Que a qualidade das reencarnações está ligada a uma escala ética é óbvio pelo orfismo e por Empédocles (frg. 115, 117, 127, 146, 147). Platão ouviu falar desta doutrina (Ménon 81a), e no Fédon 70c-72e incorpora-a nas suas provas da imortalidade da alma e, num contexto mais órfico, no Fedro 249a e no Timeu 42b-c, onde os renascimentos sucessivos estão ligados à pureza moral. A sua apresentação mais elaborada encontra-se no «mito de Er» na Republica 614b-621b. Para a noção errada de Heródoto quanto às suas origens, ver Hist. II, 123.
As pressuposições filosóficas da palingenesia estão intimamente ligadas à natureza e separatibilidade da alma, ver psyche; o seu uso epistemológico pode ver-se em anamnesis, e alguns dos seus aspectos religiosos em kathodos. (FEPeters)
(do gr. palin, de novo, e gênesis, nascimento), ressurreição, renascimento. — Esse termo, empregado sobretudo pelos estoicos (para designar o retorno periódico e eterno dos mesmos acontecimentos) e por Platão (que descreve, no Fedro, a perpétua reencarnação das almas humanas que não realizaram uma vida suficientemente perfeita), é atualmente empregado em sociologia pelos teóricos da história humana como “ciclo” e “retorno periódico”: tal é notadamente a teoria dos “ciclos de cultura”, expressa por Spengler em O declínio do Ocidente, 1922) e por Toynbee. (Larousse)