Jean-Yves Leloup — UMA ARTE DA ATENÇÃO
PRESENÇAS REAIS
Que ligação entre YHWH, «Aquele que É», o Inominável, o Inefável e sua Shekinah, sua Presença, sua Manifestação?
Na tradição cristã, encontra-se esta questão em Gregório Palamas quando distingue de um lado a essência de Deus incompreensível, da qual nada se pode dizer — o abismo do Pai, abismo da Origem, «a Origem que falta» —, e de outro lado a origem que se manifesta — o que se dá ao mesmo tempo a pensar, a saborear, a viver, a amar. Palamas fala então das energias divinas «o incriado em sua criação»: Sua presença ou Suas «presenças reais».
Gregório Palamas faz a diferença entre a essência e a energia. O domínio da Presença, é o domínio da energia. O Ser se torna presente por sua energia, e os dois grandes raios da divindade inominável, segundo os Antigos, são o Filho e o Espírito. O Filho, «Emanuel», um dos Nomes da Presença: «Deus conosco», Deus que se torna próximo: a encarnação, a manifestação; o Espírito Santo, é «nós com Deus». Há portanto dois modos de Presença: o Ser que se dá, e nossa resposta ao Ser que se dá.