Hinduísmo: Condições de Existência Corporal [VPRJ]

Jean Tourniac — VIDA PÓSTUMA E RESSURREIÇÃO NO JUDEU-CRISTIANISMO [VPRJ]

Precisões sobre as condições de existência corporal no Hinduísmo

VIDE TEORIA DOS CINCO ELEMENTOS resumida neste capítulo por Jean Tourniac.

  1. Necessária retomada das descrições do “Sankhya” de Kapila, conforme desenvolvidos por René Guénon em seu livro “ESTUDOS SOBRE O HINDUÍSMO“.
  2. Cinco essências concebíveis idealmente mas incompreensíveis ou inacessíveis pois “fora da manifestação“. Seriam “ideias principiais” que assim se repartem, do mais denso ao mais sutil:
    • éter primordial homogêneo
    • ar
    • fogo
    • água
    • terra
    • Tratam-se de “causas” primordiais dos cinco elementos “substanciais” da manifestação física, as quais, a princípio, destas “causas” constituem, em suma, as modificações exteriores. Sua expressão “física” se efetua nas cinco condições da manifestação corporal.
    • No esoterismo hebraico e por razões que concernem por sua vez as possibilidades do estado póstumo, os conceitos monoteístas e natureza das teofaniasaparições divinas —, o Fogo vem na segunda posição, em lugar do Ar que passa para terceira posição (vide A Coroa Real de Solomon_ibn_Gabirol. O símbolo do fogo está em relação direta com Deus Ele mesmo, “fogo devorante”: pois o nosso Deus é um fogo consumidor. (Heb 12:29)
  3. Em um segundo ponto de vista, a existência corporal está submetida a cinco condições:
  4. Um corpo é uma forma material viva no tempo e espaço e o mundo físico concerne o domínio desta manifestação corporal.
  5. As condições da existência corporal encontram necessariamente sua correspondência entre cinco sentidos e os cinco elementos
    • éter, mais sutil de todos, desdobra-se em todo o espaço físico, no exterior e no interior; sua diferenciação engendra os outros elementos e se produz por “movimento elementar” a partir de um ponto inicial qualquer no meio cósmico indefinido. Protótipo do movimento vibratório da matéria física, que se propaga ao redor de seu ponto de partida em modo isotrópico, “quer dizer por ondas concêntricas em vórtice helicoidal seguindo todas as direções do espaço, o que constitui a figura de uma esfera indefinida jamais se fechando”.
      • O movimento assim descrito supõe um espaço de deslocamento e também o tempo; espaço-tempo são “efeitos”, por meio do qual o movimento se manifesta. O efeito movimento e os efeitos espaço-tempo se encontram, como todos os outros efeitos primários e secundários, nas “causas essenciais” “que contém potencialmente a integralidade de todos os seus efeitos e que se sintetizam na causa total e suprema, concebida como a Potência Universal, ilimitada e incondicionada”. Tal é a exposição de Guénon a respeito do Sankhya.
      • O movimento em ato supõe que uma “substância“, matéria passiva, seja mexida, recebe o movimento, de alguma maneira, e o “materialize”. Ora as “reações” da matéria passiva à ação do movimento “desenvolvem nela diferentes qualidades sensíveis correspondendo ao Elementos”.
      • Assim a matéria em movimento sofre e encarna a atividade; “esta atividade da matéria em movimento constitui a manifestação da vida” no domínio considerado.
      • O que logo vem ao espírito, quando se imagina a apreensão do fenômeno “atividade”, é que esta atividade se traduz a princípio pela aparição da “forma” que ela dá a matéria, até então informe e em um estado “homogêneo e indiferenciado” como é a princípio o Éter primordial“.
      • É portanto definitivamente o movimento que determina a forma em modo corporal (ou físico), e, precisa Guénon, “assim como toda forma procede, por diferenciação, da forma esférica primordial, todo movimento pode se reduzir a um conjunto de elementos dos quais cada um é um movimento vibratório helicoidal, que só se diferenciará do vórtice esférico elementar na medida que o espaço não seja mais encarado como isótropo”.