EVANGELHO DE TOMÉ — Logion 31=>LOGION 32<=Logion 32
Jesus disse: uma cidade construída sobre uma alto monte e fortificada, não pode cair, nem permanecer escondida. (Roberto Pla) EVANGELHO DE JESUS: Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte (Mt 5:14; vide Candeia Acesa)
Roberto Pla A cidade que aqui se fala é, sem dúvida, a Jerusalém celestial profetizada por Ezequiel e reconhecida pelo autor do Apocalipse de João.
Esta é a Cidade Santa que serve de morada a todas as “gotas de luz”, quer dizer, ao homem pneumático cuja denominação simbólica e global no evangelho é a de “grãos de trigo”, na suposição de que todos eles são espigas de grãos bem purificadas e arremessadas na era de suas próprias vidas.
Se se diz que esta cidade está fortificada é pela colina do Templo onde se alça a chamada “fortaleza de Sião”, que domina a cidade e a preside por ser a Casa de Deus. Nela nasce a fonte de luz donde emana como Palavra divina, toda a luz que resplandece nas “gotas”. E se se diz que esta cidade “não pode cair, nem permanecer escondida”, é porque seu patrimônio é ser a Vida eterna, e também, porque a luz, como a sabedoria, “é reconhecida por suas obras”.
Tudo isso explica Jesus em seu evangelho, subjetivando-o, quando afirma: “Vós sois a luz do mundo”. Com isto intenta dizer a todos os que o escutaram e aos que durante muitos séculos o escutaram depois, que na essência de si mesmo tem cada homem um hóspede de luz que há que descobrir. Jesus revela que ele vai baixar do Céu da Cidade Santa, tal como o via também, pouco depois, o autor do Apocalipse de João, como se o céu estivesse finalmente (como assim é) aposentado no coração do homem.
Quando agrega Jesus que “uma cidade situada no alto do monte, não se pode ocultar”, menciona ao mesmo tempo duas razões distintas: por seu brilho excepcional, a luz da cidade não permanecerá oculta para ninguém que a busque com tenacidade e com zelo, enquanto, se invoca a obrigação que a cada homem corresponde, em sua qualidade de ser depositário da luz sagrada, de voltar-se pela metanoia até sua própria lâmpada escondida sob a cama, até descobri-la e pô-la sobre o velador, “para que ilumine a todos”, além de iluminá-lo a si mesmo, que isto é por adendo (vide Candeia Acesa).