Pla
Os discípulos disseram a Jesus: Diga-nos a que é semelhante o reino dos céus. Ele lhes disse: é semelhante a um grão de mostarda, a menor de todas as sementes; mas quando cai sobre a terra cultivada, produz uma grande árvore e se converte em abrigo para os pássaros do céu.
LOS DISCIPULOS DIJERON A JESUS: DINOS A QUE ES SEMEJANTE EL REINO DE LOS CIELOS. EL LES DIJO: ES SEMEJANTE A UN GRANO DE MOSTAZA, LA MAS PEQUEÑA DE TODAS LAS SEMILLAS; PERO CUANDO CAE SOBRE LA TIERRA CULTIVADA, PRODUCE UNA GRAN RAMA Y SE CONVIERTE EN ABRIGO PARA LOS PAJAROS DEL CIELO.
Puech
20. Les disciples dirent à Jésus : Dis-nous à quoi le Royaume des deux est semblable. Il leur dit : Il est semblable à un grain de sénevé, la plus petite de toutes les semences; mais, quand il tombe sur la terre cultivée, il produit une grande branche et il devient un abri pour les oiseaux du ciel.
Suarez
1 Les disciples dirent à Jésus : 2 dis-nous à qui est semblable le royaume des cieux. 3 II leur dit : 4 il est semblable à une graine de moutarde, 5 la plus petite de toutes les semences ; 6 mais, quand elle tombe sur la terre travaillée, 7 elle produit une grande tige 8 qui devient un abri pour les oiseaux du ciel.
Meyer
(1) The disciples said to Jesus, “Tell us what heaven’s kingdom is like.” (2) He said to them, “It is like a mustard seed. (3) <It> is the smallest of all seeds, (4) but when it falls on prepared soil, it produces a large plant and becomes a shelter for birds of heaven.” [Cf. Matthew 13:31–32 (Q); Luke 13:18–19 (Q); Mark 4:30–32]
Suarez
Mt 13.31-32 // Mc 4.30-32 // Lc 13.18-19
Le Royaume, réalité transcendante, se révèle à nous de façon progressive. Pour nous faire comprendre son cheminement, Jésus parle en paraboles. Celle de la graine de moutarde qui devient un arbre nous permet de mesurer — avec l’œil intérieur — ce qui se passe en nous. Les canonistes reprennent la parabole. Seulement, fidèles à eux-mêmes, ils la grossissent d’ajouts empruntés à l’A.T., à la fois dans Ez (17.23) : … tous les oiseaux du ciel s’abriteront à l’ombre de ses branches et à Dn (4.8,18) : L’arbre grandit, devient puissant…·, dans ses branches nichent les oiseaux du ciel.
La suppression du v. 6 de Ts : mais, quand elle tombe sur la terre travaillée relève probablement de la raison évoquée précédemment (cf. log. 9, § Recours a l’Évangile selon Thomas).
Roberto Pla
Com a parábola do grão de mostarda pleiteia o evangelho uma breve imagem comparativa para ajudar a discriminar o mais fielmente possível algumas particularidade concretas do reino de Deus (Mateus sendo o único que, como o logion, emprega a denominação “reino dos céus”); mas por causa de sua simplicidade expositiva, ocorre com esta parábola o mesmo que com muitas outras perícopes testamentárias: que poucos estimam necessário submeter a nova revisão um juízo aceito de antemão por influxo de uma tradição milenar. No entanto, a experiência demonstra que nos relatos evangélicos não há um só logion fácil de interpretar em sua última e profunda verdade, até o ponto que se pode dizer que quem opina que os textos evangélicos são simples de entender, é porque é tão profunda sua ignorância deles que nem sequer sabe que não os entende.
O número de figuras de linguagem e de matizes sutis de que dispõem os “escribas” do evangelho parece, na verdade, inesgotável, razão pela qual se aconselha a persistência em uma incansável solicitude analítica se é que se quer sair de uma interpretação incompleta ou, às vezes, errônea.
Fiel a sua proposição comparativa, confirma muito claramente a parábola a semelhança e fecundidade de crescimento do grão de mostarda e da semente do reino de Deus no homem, quando ambos caem em terra cultivada; mas a força expressiva das imagens suscitadas pelo relato, desde a simples semente até as grandes ramas povoadas de aves, absorve a atenção tão intensamente que ao final, o que escuta se esquece de que a descrição proposta não era a da peculiar árvore da mostarda e sua representação mundana, senão a do reino de Deus.
Para salvar esta desviação habitual seguiremos sistematicamente os três pontos em que se decompõe a parábola com rigor estritamente comparativo, usando P, para parábola e R, para reino.
1P: O grão de mostarda é a menor de todas as sementes
1R: O homem pneumático, nascido do céu, é um desconhecido para a consciência do primeiro homem, o Adão, alma vivente, que explica Paulo (1Co 15, 45-49). A semente é comparada ao homem espiritual, eterno, o qual é como recordou Jesus, “a pedra que os construtores desprezaram” (Maus Lavradores).
2P: Quando cai na terra cultivada (esta semente) produz uma grande rama.
2R: O cultivo da semente consiste em crer no Filho do homem, enquanto semente verdadeira semeada em nosso interior. A imagem do homem terrestre que levamos, deve converter-se em imagem do homem celeste. Ao final, a pedra desprezada se descobre como pedra angular.
3P: Se converte a árvore em abrigo (ninho) para os pássaros do céu.
3R: Esta é a proposição que ainda não foi respondida desde sua posição verdadeira de pássaros do reino de Deus, senão que sempre se tentou a resposta desde os pássaros do céu terrestre.
Esta habitação de toda classe de pássaros que segundo a parábola morarão à sombra da rama da árvore, foi interpretada tradicionalmente, segundo os fundamentos proféticos de Ezequiel e Daniel em seu sentido de restauração da vertente manifesta da era messiânica inaugurada por Jesus.
-* No monte alto de Israel o plantarei; e produzirá ramos, e dará fruto, e se fará um cedro excelente. Habitarão debaixo dele aves de toda a sorte; à sombra dos seus ramos habitarão. (Ez 17:23)
-* Beltessazar, chefe dos magos, porquanto eu sei que há em ti o espírito dos deuses santos, e nenhum mistério te é difícil, dize-me as visões do meu sonho que tive e a sua interpretação. (Dn 4:9)
Isso supõe interpretar que todos os povos pagãos e gentios convertidos e agrupados com seus descendentes sob o impulso da Boa Nova, aparecem figurados nos “pássaros do céu”.
Ninguém teria que objetar a esta interpretação se não fosse porque com ela a mente exegética ficasse presa na árvore explicando-a e sua rama, quando o que Jesus pretende com sua parábola não é explicar a árvore e seus acontecimentos terrenos históricos, senão iluminar a percepção e o entendimento do reino de Deus por meio da imagem da árvore.
Na verdade, os pássaros do reino do céu não são os pássaros do céu; nem sequer são do céu “que não passa” os “adãos de alma vivente” só superficialmente agrupados, senão unicamente os “adãos de espírito que dá vida”, o homem segundo, nascido do céu, reunidos como pássaros celestes verdadeiros em um único “ninho”, quer dizer, feitos “perfeitamente Um” (Jo 17,23) na grande rama do reino de Deus.