Endechas XLIII

EfremENDECHAS
Endechas, San Efrén, Apostolado Mariano, serie Los Santos Padres n° 14, Sevilla, España, sin fecha, 94 p., traducción y prólogo del P.A. Sebastián Ruiz, ISBN: 84-7770-182-2.

Contribuição e tradução de Antonio Carneiro das páginas 83 e 84

XLIII — Cruz Reparadora!
Vieram os apóstolos a anunciar-nos que com tua morte havia sido reparada a nossa; rogamos-te que eles mesmo voltem ao teu tribunal intercedendo compassivos por nossa salvação.

Cristo Rei da glória, que recolheste aos irmãos que perdemos: protege-nos com tua mão contra a morte que, desembainhada a espada, ameaça nossas cabeças; mas aquele divino Espírito, com quem nos revestimos no batismo, abra as portas de tua misericórdia para que, admitidos nos umbrais, atestemos a magnitude de teus méritos. Enquanto, que deplorem os anciãos sua desgraça, pois tão frequentes são os falecimentos, que os jovens, enterradores dos anciãos, reclamam coveiro; e se a morte leva os jovens, o que fica para os velhos além da vergonha de carecer de sepultura?

Demos a mão à toda outra preocupação e que nosso único cuidado seja rogar a Deus, e não seja que seu furor nos tire toda solicitude naquela vingança que Ele executou contra os de Sodoma, aqueles, distraídos com outros negócios, não quiseram se preocupar com um só: o de pedir a clemência de Deus nas orações e promessas.

No templo louvam os sacerdotes, com os hinos e salmos que o Espírito Santo lhes ensinou, à tua divina Majestade; rogo-te e suplico-te, dulcíssimo Deus, que não permitas que essas melodias sagradas que te cantam se mudem em endechas funerárias de seus companheiros.

Santa Cruz ! Tu que erigiste igrejas e templos magníficos em tua honra, levanta o de nossa frente e devolve-nos todos os membros, triturados, pulverizados. Os moradores abandonaram seus lares e estes ficaram sujos, e seus corpos, impotentes para suportar a dor, soltaram a alma.

Cruz Reparadora do Salvador da vida,

Banidora da morte, Tu, casa limpa e bem conservada,

Guarda ao mundo puro, intacto sem danos.

Pai omnipotente, que nos selaste com a verdade:

Conserva em nós a herança de teu Filho,

Segundo tua promessa fiel,

Refazendo o corpo

Que formaste do barro.

Concede-nos, Deus, o que com lágrimas te pedimos; não deixe de ouvir nossas súplicas; cumpre segundo tua desmedida compaixão e, aplacado, dá à teus servos a paz e a saúde.