TEMPO — DIA


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Mestre Eckhart: SERMÃO X


René Guénon: PORTAS SOLSTICIAIS

No dia, a metade ascendente vai da meia-noite ao meio-dia, e a metade descendente do meio-dia à meia-noite. A meia-noite corresponde ao inverno e ao norte, e o meio-dia ao verão e ao sul. A manhã corresponde à primavera e ao leste (lado do nascer do Sol), e a noite ao outono e ao oeste (lado do pôr-do-sol). Assim, as fases do dia, tal como as do mês, mas em escala ainda mais reduzida, reproduzem analogicamente as fases do ano. O mesmo acontece em geral com um ciclo qualquer, que, seja qual for sua extensão, se divide sempre de forma natural de acordo com a mesma lei quaternária. Segundo o simbolismo cristão, o nascimento do Avatara ocorre não só no solstício de inverno, mas também à meia-noite, ficando assim em dupla correspondência com a “porta dos deuses”. Por outro lado, de acordo com o simbolismo maçônico, o trabalho iniciático realiza-se “do meio-dia à meia-noite”, o que não é menos exato se considerarmos esse trabalho como um caminhar que se efetua da “porta dos homens” para a “porta dos deuses”; a objeção que se poderia fazer, em razão do caráter “descendente” desse período, pode ser resolvido pela aplicação do “sentido inverso” da analogia…
…pode-se dizer que se a “culminação” do Sol visível ocorre ao meio-dia, a do “Sol espiritual” deve ser considerada simbolicamente como ocorrendo à meia-noite. E por isso que se diz que os iniciados aos “grandes mistérios” da Antiguidade “contemplavam o Sol à meia-noite”. Desse ponto de vista, a noite representa não mais a ausência ou a privação da luz, mas seu estado primordial de não-manifestação, o que corresponde, aliás, estritamente à significação superior das trevas ou da cor negra como símbolo do não-manifestado. E é nesse sentido também que devem ser entendidos certos ensinamentos do esoterismo islâmico, de acordo com os quais “a noite é preferível ao dia”. Pode-se notar, além disso, que se o simbolismo “solar” possui uma relação evidente com o dia, o simbolismo “polar” possui, por seu lado, uma certa relação com a noite. É ainda muito significativo, a esse respeito, que o “sol da meia-noite” tenha literalmente, na ordem dos fenômenos sensíveis, sua representação nas regiões hiperbóreas, isto é, exatamente onde se situa a origem da tradição primordial.

Roberto Pla: Evangelho de Tomé – Logion 113

No que respeita à palavra de “Dia” há que entender que desde um ponto de vista oculto não se usa para designar com ela uma determinação de tempo, senão uma gradação, ou trânsito de Luz, entendida esta em sua acepção superior de vida eterna e fonte de conhecimento.

Este sentido vem explicado e autorizado pelo primeiro redator sagrado do Gênesis, posto que ali disse: “Chamou Deus à luz dia” (Gn 1,5). Desde então, muitos autores da escritura utilizaram livremente essa acepção oculta, quer dizer: Dia = Luz, naquelas expressões que requeria o texto, e só respeitaram o significado de duração temporal — quer dizer, um dia humano, terrestre, de 24 horas, ou às vezes divino, de “mil anos”, como uma medida indefinida — para as narrações de ordem manifesto.

Distinguir se um relato pertence à vertente oculta ou à manifesta, forma parte do trabalho hermenêutico, às vezes não fácil, que corresponde ao exegeta fazê-lo; e não está de todo justificado que em um capítulo tão decididamente oculto — por tema e por voo alegórico — como é o capítulo 13 de Marcos, andem ainda agora os teólogos, depois de quase vinte séculos, a voltas com a determinação temporal de uns “dias” que somente podem ter sentido justo desde o conceito de luz-conhecimento.

Por outra parte, os autores da escritura empregam uma técnica nada complexa para a aplicação do sentido oculto do substantivo “Dia”. De qualquer forma, talvez convém que seu modos de emprego e suas significações sejam explicados com um certo sistema, ainda que sua exposição seja breve, porque é seguro que não necessita ter muita extensão uma análise técnica, dadas as limitações que nessa ordem nos fixamos no presente escrito.

A totalidade das expressões ocultas com sentido oculto empregadas pelos quatro evangelistas canônicos quanto a palavra Dia, podem ser agrupadas em quatro blocos diferentes: “Dia do Sábado”; “De noite ou de dia”; “dia seguinte”; “dias do Filho do Homem”.


GURDJIEFF: RELATOS DE BELZEBU A SEU NETO

Además, estos meses se hallan divididos en treinta partes conocidas con el nombre de «días».

Cada uno de estos «días» coincide con el tiempo empleado por el planeta para efectuar una «rotación completa» sobre sí mismo, en conformidad con las referidas leyes cósmicas.

Te diré, de paso, que siempre habrás de tener presente que también le llaman «día» al momento en que la atmósfera de su planeta — tal como sucede generalmente en todos los demás planetas en que, como ya te he dicho antes, se materializa el proceso cósmico «Ilnosoparniano» — tiene lugar el proceso «trogoautoegocrático» que nosotros llamamos «kshtatsavacht»; a este fenómeno cósmico también lo suelen llamar «luz solar».

En cuanto al otro proceso, es decir, el proceso inverso, que nosotros llamamos «Kldatzacht», recibe el nombre de «noche» y con ella relacionan la idea de «oscuridad».