JOÃO CLÍMACO — A ESCADA DIVINA
Títulos dos capítulos (degraus) retirados de antiga tradução em espanhol, com anotações de Fr. Luis de Granada. Textos de alguns capítulos apontam para ESTA VERSÃO EM ESPANHOL
A Escada foi escrita, então, por alguém que, depois de viver grande parte de sua vida monástica como um eremita, tinha sido confiado, em sua idade avançada, o cuidado pastoral de uma grande comunidade; é o trabalho de um solitário escrevendo para cenobitas. A audiência que João tinha em vista é monástica. Ele começa seu livro entretanto, com um clara afirmação do cuidado amoroso de Deus para com toda humanidade. A salvação é oferecida a todos igualmente:
Deus é a vida de todos os seres livres. Ele é a salvação dos crentes e descrente, dos justos e injustos… de monges ou daqueles vivendo no mundo, dos educados e dos iletrados, dos saudáveis e dos doentes, dos jovens ou dos mais velhos. Ele é como o transbordamento de luz, o vislumbre do sol, ou as mudanças de clima, que são as mesmas para todos sem exceção. «Pois Deus é não respeitador de pessoas» (Rom 2,11).
Para cristão casado João insiste que o matrimônio não é um obstáculo para a salvação:
Faça o que quer que seja bom para ti. Não fale mal de ninguém. Roube ninguém. Não diga mentira. Não despreze ninguém. . . . Demonstre compaixão ao necessitado. … Esteja satisfeito com o que tuas próprias esposas pode te prover. Se fazes tudo isto, não estarás longe do reino do céu.
Mais adiante na obra, indica que a pureza é de maneira alguma o monopólio daqueles que nunca casaram, e cita como prova o exemplo do apóstolo Pedro, «que tinha uma sogra e que no entanto recebeu as chaves do reino».
Mas, tendo insistido deste modo sobre a universalidade do amor salvador de Deus, João torna claro que ele mesmo está escrevendo especificamente para monges. Isto precisa ser lembrado por um leitor moderno. No entanto, isto acarreta que A Escada não é de interesse para aqueles no mundo? Certamente não. De fato tem sido lida com enorme benefício por milhares de cristãos casados;e, qualquer que seja a intenção original do autor, não há nada de surpreendente nisso. Monasticismo, como São Basílio Magno observa, nada mais é que «a vida de acordo com o Evangelho». Seja monástico ou casado, todo o batizado está respondendo ao mesmo chamado do Evangelho; as condições exteriores de sua resposta podem variar, mas o caminho é essencialmente um só. (excertos traduzidos da introdução de Kallistos Ware á tradução inglesa)
A ESCADA SANTA (RESUMO)
- PRIMEIRO DEGRAU
- SEGUNDO DEGRAU: DA NECESSIDADE DE SE DESPOJAR DAS AFEIÇÕES E DOS CUIDADOS PELAS COISAS DO MUNDO
- TERCEIRO DEGRAU : DA FUGA DO MUNDO
- QUARTO DEGRAU : DA BEM-AVENTURADA E SEMPRE LOUVÁVEL OBEDIÊNCIA
História de um ladrão penitente
Outros traços de virtude
História de Isidoro
História de Lourenço
História de um ecônomo
História de Abba Ciro
História de Macedônio
História do ecônomo do monastério
História de São Menas
As duas armadilhas do demônio
História de São Acácio
História de João o Sabaita, ou de Antioquia - Quinto degrau : Da verdadeira e sincera penitencia
- Sexto degrau : Do pensamento da Morte
- Sétimo degrau : Da tristeza que produz a Felicidade
- Oitavo degrau : Da Doçura que triunfa a Cólera
- Nono degrau : Do ressentimento
- Décimo degrau: Da maledicência
- Décimo-primeiro degrau: Do falatório e do silêncio
- Décimo-segundo degrau: Da Mentira
- Décimo-terceiro degrau: Do aborrecimento ou acedia
- Décimo-quarto degrau : Da gula
- Décimo-quinto degrau : Da castidade.
- Décimo-sexto degrau : Da avareza e da pobreza
- Décimo-sétimo degrau : Da insensibilidade da alma ou da morte do coração
- Décimo-oitavo degrau : Do sono, e do canto público dos salmos
- Décimo-nono degrau : Das vigílias do corpo, da maneira pelas quais elas produzem as vigílias do espírito, e da maneira pelas quais é preciso praticá-las
- Vigésimo degrau: Da timidez pueril
- Vigésimo-primeiro degrau: Da vanglória, tão variada em suas formas
- Vigésimo-segundo degrau: Do louco orgulho
- Vigésimo-terceiro degrau: Dos inexplicáveis pensamentos de blasfêmia
- Vigésimo-quarto degrau: Da doçura, simplicidade, inocência e da maldade
- Vigésimo-quinto degrau: Da humildade que dá a morte a todas as paixões
- Vigésimo-sexto degrau: Do discernimento nos pensamentos, os vícios e as virtudes
Do discernimento judicioso
Breve recapitulação do que precede - Vigésimo-sétimo degrau : Do repouso do corpo e da alma, ou da vida eremita e solitária
Os diferentes aspectos da vida eremita - Vigésimo-oitavo degrau: Da oração, santa e fecunda fonte de virtudes ; do recolhimento do espírito e do repouso do corpo que lhe são necessários
- Vigésimo-nono degrau: Do céu terrestre, quer dizer da paz da alma, que a torna semelhante a Deus no aperfeiçoamento e nele procurando a ressurreição antes da ressurreição geral
- Trigésimo degrau: Da reunião das três virtudes teologais, a fé, a esperança e a caridade