Circunvolução

RITOS — CIRCUNVOLUÇÃO

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Isso tem relação direta com a questão do sentido das “circunvoluções” rituais nas diferentes formas tradicionais. De acordo com a modalidade “solar” do simbolismo, esse sentido é o que acabamos de indicar: a “circunvolução” realiza-se assim mantendo-se sempre à direita o centro em torno do qual gira. Segundo a modalidade “polar”, realiza-se no sentido inverso da primeira, tendo-se portanto o centro à esquerda. No primeiro caso está a pradakshina tal como é utilizada nas tradições hindu e tibetana. O segundo caso encontra-se, em particular, na tradição islâmica. É interessante observar que o sentido dessas “circunvoluções”, que vão respectivamente da esquerda para a direita e da direita para a esquerda, corresponde também à direção da escrita nas línguas sagradas dessas mesmas formas tradicionais. Na maçonaria, em sua forma atual, o sentido das “circunvoluções” é “solar”; mas parece ter sido ao contrário, ou seja, “polar”, no antigo ritual “operativo”, de acordo com o qual o “trono de Salomão” estava aliás colocado ao ocidente e não ao oriente.

O MEDIADOR

Un ejemplo característico de estas acciones rituales es la circumambulación del Emperador en el Ming-tang; como tendremos que volver más adelante sobre ello con algunos desarrollos, nos contentaremos, por el momento, con decir que este Ming-tang era como una imagen del Universo1 concentrada en cierto modo en un lugar que representaba el «Invariable Medio» (y el hecho mismo de que el Emperador residiera en ese lugar hacía de él la representación del «hombre verdadero»); y lo era a la vez bajo el doble aspecto del espacio y del tiempo, ya que el simbolismo espacial de los puntos cardinales estaba puesto allí en relación directa con el simbolismo temporal de las estaciones en el recorrido del ciclo anual. Ahora bien, el techo de este edificio tenía un forma redondeada, mientras que su base tenía una forma cuadrada o rectangular; así pues, entre ese techo y esa base, que recuerdan las dos partes superior e inferior de la concha de la tortuga, el Emperador representaba bien al Hombre entre el Cielo y la Tierra. Esta disposición constituye por lo demás un tipo arquitectónico que se encuentra de una manera muy general, con el mismo valor simbólico, en un enorme número de formas tradicionales diferentes; uno puede darse cuenta de ello por ejemplos tales como el del stûpa búdico, el de la qubbah islámica, y muchos otros todavía, así como tendremos quizás la ocasión de mostrarlo más completamente en algún otro estudio, ya que este tema es de los que tienen una gran importancia en lo que concierne al sentido propiamente iniciático del simbolismo constructivo.

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Para se impregnar da radiância que se desprendia do ser ou do objeto onfalos, se realizava — geralmente três vezes em seguida — o grande rito da circunvolução, que foi propagado por toda parte pela teocracia neolítica, e que, por toda parte, deu nascimento às danças em círculo (os três saltos ao redor do fogo sagrado, em seguida por cima do fogo sagrado, provêm igualmente daí). Estes ritos se realizaram a princípio no cercado sagrado estabelecida no pico da montanha; girava-se ao redor do ser ou do objeto onfalos; a triplicidade do giro ou da volta tinha por ponto de partida o fato que os personagens sagrados, que se mantinham junto do onfalos e no qual se hipostasiava a substância transcendente deste, eram frequentemente em número de três (tríade teocrática, copiada pela tríade lunar do matriarcado.

Esta circunvolução (anfidromia grega, o parekrama da Índia, etc.) devia sempre para ser dotada de virtude, se efetuar pela direita, no sentido das agulhas de um relógio, ou seja, apresentando o lado direito ao onfalos. Ela se conformava assim ao deslocamento do sol, e por aí se harmonizava com o giro do cosmo. Esta circunvolução pela direita constitui a dextratio dos latinos, a epidexia dos gregos, a paradakshina da Índia, o dessel da Irlanda, o tawaf dos Árabes, etc. etc. Ela faz lembrar a suástica que simboliza o movimento do conjunto do mundo fenomenal ao redor da energia dinâmica, polo fixo das coisas.

A circunvolução pela esquerda se opõe, ao contrário, à marcha normal do universo, e se religa à funesta sauástica; é o prasavya (rotação ao inverso) da Índia, o witherskins (marcha contra o sol) dos Celtas da Escócia, etc… Em lugar de conduzir ao meio-dia, depois para o oeste, ela sobre direto para o norte, quer dizer não faz radiar o mana divino sobre o conjunto do mundo.





  1. De igual modo que la tortuga, al simbolismo de la cual estaba vinculado, así como lo veremos, por la figuración del Lo-chou que proporcionaba su plano.