Pierre Deghaye — Nascimento de Deus
A SABEDORIA
O Deus de Boehme se revela no cumprimento de suas obras. O teósofo descreve esta revelação progressiva e que chamamos a manifestação divina. Ora, é pela Sabedoria e nela que Deus se manifesta. A Sabedoria está no princípio das vias divinas e no seu termo. Seu perfil se precisa pouco a pouco, e com ela, aquele de Deus da qual ela é o espelho. Para conhecê-la, deveremos então seguir de novo o caminho da manifestação divina.
A Sabedoria aparece desde o momento que Deus se chama verdadeiramente Deus. É aí que está o princípio que é aquele que Deus aparece segundo sua Sabedoria. Em seguida, num momento que é um segundo princípio, nascerá a natureza eterna. Então, em um primeiro tempo, a Sabedoria será ocultada, e logo Deus ele mesmo. Na raiz da natureza eterna, são as trevas que reinam. Em seguida a Sabedoria se manifestará nesta natureza portada a sua perfeição. A luz brotará nas trevas.
O ciclo septiforme da natureza eterna desemboca sobre a primeira criação, aquela dos anjos. A carne dos anjos, quintessência da natureza eterna habitada pela Sabedoria, é o primeiro céu. A Sabedoria aí é soberana. Em seguida, quando Lúcifer perde seu esplendor, a Sabedoria está de novo invisível. Ela era este esplendor. No entanto Adão toma o lugar do anjo caído. Então a Sabedoria irradia de novo no corpo celeste do primeiro homem. Uma vez ainda, ela se afasta, de pois do pecado de Adão. Ele retornará para iluminar a carne celeste do Cristo e seu corpo universal.
A Sabedoria personifica a presença divina, oculta ou manifestada. Ela se mostra plenamente quando o tempo da revelação está consumido.
Iremos seguir então a dinâmica da manifestação divina tomando-a em sua fonte.