Chouraqui
24 Sur quoi l’homme abandonne son père et sa mère: il colle à sa femme et ils sont une seule chair.
Nothomb
2.24 Portanto, cada um (ish) deixará seu pai e sua mãe e se unirá a cada uma (isha) e eles se tornarão uma única carne.
Este versículo é frequentemente citado como a “fonte bíblica” para a “instituição do casamento”. Mas por que apenas o casamento, que não tem mais lugar no Éden do que a paternidade, a procriação, o nascimento, a morte, enfim, a “condição humana” evocada aqui em sua totalidade, logo após a abusiva nomeação de esposa. Trata-se evidentemente de um glosa mas muito oportunamente na minha opinião inserida no relato neste lugar. Ela ressalta que, ao contrário da opinião comum e da tradição, o drama da Queda não começa com o aparecimento da “serpente”. É o Homem masculino que cedeu primeiramente à atração de sua própria lógica, substituindo ao “eu” e ao “tu” de sua relação natural no jardim com seu “alter ego” o “ele” e o “ela” impessoais, a “essa-aí” e finalmente o “isso”. Se a Queda ainda não foi consumada, é pelo menos começada, e esta glosa a anuncia com lucidez.
Confirma também que o evento que os futuros indivíduos da “condição humana” serão convidados a comemorar, ou a imitar no “casamento”, não é a suposta extração de uma “costela” de Adão para produzir Eva, mas a primeira união carnal entre dois seres conscientes, tão prodigiosa, que Deus ele mesmo é reputado aí ter presidido no jardim.
Leo Schaya
Assim, Deus fez vir até Adão todas as almas do paraíso, envelopadas da substância adâmica mesma, até aquela que representava a imagem própria do homem: Eva, que era ao mesmo tempo ele e outro que ele, a fim de se unir a ele e de ser «uma só carne», um só corpo luminoso, com ele. Ela vinha recuperar com ele a unidade do Ser e, por aí, a Unidade do Andrógino divino, da Essência e da Substância, do Santo, bendito seja, e de sua Shekhinah. Para se unir na terra, como estão unidas no céu, «todas as formas das almas destinadas a nascer aqui em baixo se mantêm diante de Deus por pares; quando elas descem neste baixo mundo, o Santo, bendito seja, as une de novo» (Zohar I 91b). Em definitivo, «tudo o que tem lugar neste mundo é o efeito do Mistério supremo» (ibid.), o Mistério do Uno, que também é o Mistério do Homem. É porque neste Mistério Adão era uno com todas as coisas de acima e de abaixo, que conhecia também seus nomes; ; e — dissemos que íamos voltar a isso — no paraíso terrestre, não se tratava apenas dos nomes de todos os “animais” (hayoth, palavra que, no singular — hayah — significa também o ” vivente”), mas de toda “alma vivente” (nephesh hayah). Esta última expressão é usada pelas Escrituras tanto para os animais quanto para o homem a quem Deus “soprou nas narinas o fôlego da vida, e Adão se tornou um ser vivente (ou uma “alma vivente”, nephesh hayah)” (Gen., II, 7.) Assim, embora esta expressão também designe animais (Gn., I, 20, 21, 24, 30), seu significado geral diz respeito a “o que é animado”, e seu significado espiritual “que vive de Vida Eterna”, tal como o homem antes de sua queda e o homem que se levantou dela.
Fabre d’Olivet
24. Voilà pourquoi l’homme intellectuel, Aîsh, doit quitter son père et sa mère, et se réunir à sa compagne intellectuelle, Aîshah, sa faculté volitive ; afin de ne faire avec elle qu’un seul être sous une même forme.
LXX
(2:24) ενεκεν τουτου καταλειψει ανθρωπος τον πατερα αυτου και την μητερα αυτου και προσκολληθησεται προς την γυναικα αυτου και εσονται οι δυο εις σαρκα μιαν
Vulgata
(2:24) quam ob rem relinquet homo patrem suum et matrem et adherebit uxori suae et erunt duo in carne una