Paul Vulliaud dá a seguinte explicação desta passagem do Zohar consagrada à palavra “Amém”: “Hecal (palácio) é do mesmo valor numérico que Adonai. O Tetragrama YHWH se oculta neste palácio porque é pronunciado: Adonai. O adágio rabínico é bem conhecido: não se deve pronunciar o Nome somente em seu templo (palácio). Observemos que as letras hebraicas de YHWH-Adonai equivalem ao número 91, assim como a palavra Amém. Nesta passagem Amem se relaciona à sefira Yesod que é o órgão pelo qual se opera a conjunção de Tiphereth e de Malkuth (o Esposo e a Esposa). Yesod corresponde a “Todo” (Kol), segundo o que está escrito em I Paralip XXXI, 11 — todo aos céus e sobre a terra. A passagem relativa à conjunção dos nomes divinos é notável. A combinação de nomes sagrados tem sua aplicação, com efeito, na vida piedosa dos Cabalistas. Entrar no mistério, conhecer o mecanismo de sua composição é um dos elementos mais curiosos dos estudos a respeito do misticismo em geral… Os dois nomes de YHWH e Adonai designam, o primeiro, a misericórdia e o segundo o poder. Eles formam as combinação Yahadonai, os cabalista simbolizam o amor divino como um rio que se escoa sem cessar superabundante e que enchendo os cursos dos dois rios: a misericórdia e o poder. Mas ao mesmo tempo a expressão Yahadonai exprime o desejo do homem piedoso de estar em união com Deus, e ao mesmo tempo ainda, ela é uma profissão da Unidade divina. Ela é a afirmação da fé (Amém ou Omem). Em todas as circunstâncias da vida, qualquer que seja, o místico pronuncia esta composição de letras quer dizer que ele opera a ligação dos nomes sagrados, Ao mesmo tempo e sempre, pois há simultaneidade nestes atos de piedade, tendo as noções da misericórdia, do poder e da Unidade divina presentes a seu espírito que está unido a Deus, o devoto tem viva a noção de justiça divina. As quatro letras de Adonai são suscetíveis de 24 transposições. Estas letras formam o substantivo Dina (julgamento). Elas figuram os 24 tribunais para as 24 horas do dia e da noite. Tudo isto é muito fecundo em observações. Há uma que não se poderia negligenciar de exprimir: não se trata do ensinamento segundo o qual um piedoso silêncio constitui a suprema adoração de Deus. Não tenho necessidade de aditar que este silêncio não é vazio de todo intelectualismo…”
Amém Vulliaud [JTTL]
- “O olho que Deus me vê é o olho que O vejo” [MEHT:126-127]
- « N’éteignez pas l’esprit »
- «Apathie» et connaissance
- A base do platonismo
- A Caridade Profanada [JBCP]
- A confusão do psíquico e do espiritual [JBCP]
- A Consciência de Existir [PNHI]
- A Criação em Deus [LSCD]
- A cura do filho lunático (Mt 17,14-21)
- A esperança cristã da imortalidade na eternidade [VPRJ]