THYMOS — THYMIKON = ASPECTO IRASCÍVEL DA ALMA


EVANGELHO DE JESUS:
E todos, na sinagoga, ouvindo estas coisas, se encheram de ===ira=== (thymikon). (Lc 4:28)

Porque receio que, quando chegar, não vos ache como eu quereria, e eu seja achado de vós como não quereríeis; que de alguma maneira haja pendências (eris), invejas (zelos), ===iras=== (thymoi), porfias (epitheiai), detrações (katalaliai), mexericos, orgulhos (psysiouseis), tumultos (akatastasiai); (2Co 12:20)

Porque as obras da carne (sarx) são manifestas, as quais são: adultério, prostituição (porneia), impureza (akatarsia), lascívia (aselgeia), idolatria (eidololatria), feitiçaria (pharmakeia), inimizades (ektrai), porfias (eris), emulações (zelos), ===iras=== (thymos), pelejas (thymoi), dissensões (eritheiai), heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. (Gal 5:19-21)

thymon — estar enfurecido
Então Herodes, vendo que tinha sido iludido pelos magos, irritou-se muito (thymon), e mandou matar todos os meninos que havia em Belém, e em todos os seus contornos, de dois anos para baixo, segundo o tempo que diligentemente inquirira dos magos. (Mt 2:16)


Segundo Christophe Andruzac, a história do pensamento ocidental — e o pensamento grego é a este respeito o mais característico — manifesta uma constante da humanidade: a sede de um conhecimento perfeito, este «thymos» fundamental frequentemente se expandiu em experiência religiosa. A tradição dos Hesíodo, Parmênides, Sócrates, Platão, etc., a chamou a Sophia, a Sabedoria, e o esforço especulativo e conceitual da inteligência que chamamos a «filosofia» dela é uma via de acesso; esta tensão da inteligência é mantida por um «thymos» que é um «amor desta Sabedoria» — segundo a etimologia mesmo. A inteligência filosófica da Grécia Antiga esta tencionada para uma experiência do divino.


Frequentemente se manifesta pelo ódio ou pela raiva, mas pode ser melhor reconhecido como um poder provocador de sentimentos veementes. Pode ser usado positivamente, como, por exemplo, no rechaço de ataques demoníacos ou na fervorosa devoção à Deus. Descontrolado leva a auto-indulgência que desordena pensamentos e ações.

Tradução francesa
“Ardor”, designando a segunda das três partes da alma: a energia que torna ativo o amor eros do incriado ou do criado.

Jean-Claude Larchet: TRATAMENTO DAS DOENÇAS ESPIRITUAIS — O PODER IRASCÍVEL DA ALMA