Téofano, o Recluso — Conselhos aos Ascetas
A perfeição e a guarda dos pensamentos
Macário dizia: “Há os que dizem: o Senhor não reclama dos homens mais do que frutos visíveis; no que toca o interior, ele mesmo o põe em ordem”… e tomava distância dos que se expressavam deste modo: “Não é assim. Cada qual, pelo contrário, deve ganhar o combate e fazer a guerra contra seus pensamentos do mesmo modo que se protege contra o homem exterior. Pois o Senhor te pede para indignar-se contra ti mesmo e lutar contra teu próprio sentir e não aprovar complacentemente os maus pensamentos.”
Os domínios do ascetismo cristão não se limitam ao corpo, mas também incluem o “homem interior”. Sem o ascetismo espiritual, de nada valeria o ascetismo corporal; o primeiro dá sentido ao segundo. Contrariamente ao que pensam certos solitários, a renúncia monástica por excelência é precisamente a guarda dos pensamentos. Porque, como se lê em um dos Apotegmas, “também os filósofos jejuam e vivem em castidade; só os monges vigiam seus pensamentos”.
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