Teodoro o Grande Asceta

PHILOKALIA — TEODORO DE EDESSA (século VII)

Viveu sob o reino de Heraclius e de Constantino Pogonate, por volta do século IX. Sustentou seu combate espiritual no monastério de São Sabbas (próximo a Jerusalém), depois foi bispo na cidade de Edessa. Na Philokalia os textos inseridos não são de sua autoria (Cem capítulos — uma compilação — e Theoretikon — uma extrapolação). Mais que uma soma de atestações pessoais, a antologia filocálica é a transmissão milenar de uma experiência comum, e o testemunho de uma progressão.

O texto “Cem Capítulos” é composto de livres paráfrases sobre textos de Evagrio: uma apologia do monge, votada à beleza e à beleza da origem, ao respeito fiel do pai espiritual, à pobreza, ao silêncio, à memória da morte, à lembrança de Deus, à oração pura, a herança do Reino, à luz “muito doce” onde se reúnem a solidão e a fraternidade para selar uma e outra no coração do “santo amor”. Há aí como uma soma de ensinamentos fundamentais que transmite desde o século V a via hesicasta: logo menos um plágio literário que o exercício mesmo da transmissão.

Quanto ao Theoretikon, ou discurso “sobre a contemplação”, este toma a ascese (askesis) para elevá-la à incandescência da deificação (theosis). A humildade (tapeinophrosyne) é a princípio como que integrada nisto que é denominado “a tensão total e contínua para a beleza (kallos) primeira”. O conhecimento cristão (gnosis) é assim sobrenatural por definição. Só recebe a beleza das criaturas para remontar ao mesmo tempo em ação de graça para a causa, e se comprazer no encantamento e a adoração do Criador. Ela é votada a este esplendor englobante que o Theoretikon denomina “fluxo divino” ou ” círculo que começa pelo mesmo e acaba pelo mesmo”.

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