A Oração do Mensageiro Paulo é uma oração adorável, com aparentes características valentinianas. Para os valentinianos, Paulo era um mensageiro especial, e eles sustentavam que Paulo era o mestre de Teudas e Teudas o mestre de Valentinos. A oração começa com uma meditação sobre a intimidade com Deus, que é a mente, o tesouro, a plenitude e o repouso para quem está orando: “Meu redentor, me redima, eu sou seu. Eu vim de vós”. A oração então pede autoridade, para que o corpo possa ser curado, a alma redimida e a mente receba “a plenitude da graça”. Por fim, a oração pede iluminação em palavras que lembram o Evangelho de Tomé Logion 17 e 1 Coríntios 2:6, e termina com uma doxologia e um amém final. A referência na última seção da oração ao “deus animado ou ao deus psíquico”, bem como aos “olhos dos anjos” e aos “ouvidos dos regentes ou arcontes”, lembra os textos valentinianos e outros textos gnósticos.
A Oração do Mensageiro Paulo também é o primeiro texto do Códice I de Nag Hammadi, que pode muito bem ser um livro valentiniano. Foi copiada na folha de rosto do códice, provavelmente após o escriba ter copiado o restante dos textos desse códice. A oração foi composta em grego, mas não se sabe exatamente quando, onde e por quem. É atribuída a Paulo, como pseudônimo, no título no final do texto.