PHILOKALIA-TERMOS — AGAPE — AMOR CRISTÃO
EVANGELHO DE JESUS: João 5:42; João 13:35; João 15:9-13; João 17:26
Um dos quatro termos gregos — os outros são philia, eros e storgué — que podem ser traduzidos para o português como “amor”. Não é um termo clássico, embora sua forma verbal apareça ocasionalmente em Plutarco e em Xenofonte. Na Septuaginta, é usado catorze vezes em relação ao amor sexual (Jr 2,2 etc.) e duas como contraposição a ódio (Ecl 9,1). No Livro da Sabedoria, é utilizado para descrever o amor de Deus (3,9) e o amor à sabedoria (6,18). A carta de Aristeias (229) considera-o alicerce de força da piedade. Nos evangelhos, é o termo mais importante para expressar o amor. Esse amor é a base da relação entre o Pai e o Filho dentro da Trindade (Jo 17,26) e também constitui a atitude fundamental de Deus para com os homens, manifestada de maneira primordial no fato de o Filho encarnar-se para morrer na cruz e assim expiar os pecados do gênero humano (Jo 3,16). Como sinal de gratidão, o dever do ser humano é manifestar esse amor-ágape a Deus (Mt 22,37) e a seu próximo, incluindo os inimigos. Esse amor — novo mandamento deixado por Jesus — constitui o maior distintivo da conduta cristã (Jo 13,34; 15,12) e deve ser semelhante ao amor de Deus (Mt 5,43-48). W. Barclay, Palabras...; D. Flusser, o. c.; J. Klausner, Jesús de Nazareth, Buenos Aires 1971; E. Schweizer — A. Díaz Macho, o. c. (César Vidal Manzanares)
PADRES DO DESERTO Essa humildade evangélica, que não é feita de palavras ou de atitudes externas ou de psicologia humana, é tipicamente dom e experiência contemplativa, mas para os Padres era mais ou menos verificável por alguns sintomas que se podem perceber nas relações com os demais. Concebiam a humildade, na prática, como uma qualidade da caridade fraterna, inseparável dela, como um de seus fundamentos que a tornam possível. Se tudo tem que ser resolvido no crescimento de amor, a humildade é a luz que ilumina as razões do amor.
Assim, a humildade tem que ver com a caridade no modo de falar dos outros (os ausentes, diziam os Padres). Tem que ver com os juízos internos que fazemos dos demais, e sobretudo com a carga de misericórdia que pomos em nossos juízos. A humildade se revela na paciência com que aceitamos as ofensas e prontamente as perdoamos. A humildade também se mostra, para os monges do deserto, na liberdade e no desapego das próprias ideias, e portanto na disposição para escutar, para ser iluminado pelos outros, para transformar. (A SABEDORIA DO DESERTO — SEGUNDO GALILEA, Paulinas)
Anders Nygren: EROS E AGAPE