Mechthilde de Magdeburg — A luz cascateante da Divindade O peixe na água não pode se afogar, o pássaro nos ares não pode cair, o ouro não é destruído pelo fogo mas recebe dele brilho e escarlate. Deus deu a todas as criaturas o meio de seguir sua própria natureza. Como então poderia eu resistir a minha natureza? Por necessidade tudo deixei para entrar em Deus que é meu Pai por natureza, meu Irmão por sua humanidade, meu Esposo por amor, e eu sou sua desde antes que o tempo tenha começado. Crês que disto não faço a experiência? Eis o que diz Nosso Senhor: — Permanecei, Dama Alma. — Qual é vosso desejo, Senhor? — Que sejas nua. — Senhor, como isso pode me acontecer? — Dama alma, vois sois tão co-naturada em mim que nada pode ser interposto entre eu e vós. Jamais nenhum anjo não recebe mesmo por um só hora a honra que vos é conferida por toda eternidade. Eis porque deveis rejeitar estas duas coisas: medo e vergonha, assim como todas as virtudes exteriores. Anão ser aquelas que portais por natureza no interior de vós que é preciso desejar ressentir eternamente: estas virtudes são vosso nobre desejo e vossa fome insaciável que eu satisfarei eternamente por minha superabundância infinita.
Hadewijch — Carta 6 E mantenha vosso coração acima de toda coisa que é menos que Deus mesmo, se queres se tornar o que ele vos destina: ele que para vós a paz perfeita na integridade de vossa natureza.
Marguerite Porete Esta Alma é dama das Virtudes, filha de Deidade, irmã da Sabedoria e esposa de Amor.