Segundo Aristóteles, entende-se privação em vários sentidos: 1) “quando um ser não tem um dos atributos que deve possuir naturalmente; por exemplo, diz-se de uma planta que não tem olhos”. 2) “Quando devendo encontrar-se naturalmente uma qualidade num ser ou no seu gênero, não a possui; assim, é muito diferente o fato de se encontrar desprovido de vista o homem cego e a toupeira; para esta, a privação é contrária ao gênero animal; para o homem, é contrária à sua própria natureza normal”. 3) ” Quando um ser que deve possuir naturalmente uma qualidade a não tem; assim, a cegueira é uma privação, mas não se diz de um ser que é sempre cego, mas só que o é quando, tendo atingido a idade em que deveria possuir a vista, a não tem”. 4) “Chama-se cego a um homem que não possui a vista nas circunstâncias em que a deveria ter”. A privação opõe-se, pois, à posse, mas só é privação autêntica no último caso, isto é, quando não exista a qualidade de que se trata, concorrendo todas as circunstâncias necessárias para que exista. Para outros aspectos do problema da privação ver o artigo nada. (DFW)