PHILOKALIA-TERMOS — PNEUMATIKOS = ESPIRITUAL
EVANGELHO DE JESUS: Rom 1:11; Rom 7:14; Rom 15:27; 1Co 2:12-16; 1Co 3:1; 1Co 9:11; 1Co 10:3-4; 1Co 12:1; 1Co 14:1; 1Co 14:37; 1Co 15:44-46
Segundo o léxico do NT de Walter Bauer, desde os pré-socráticos é usado com o sentido de “pertencendo ao vento ou sopro”. Em Estrabão, em Cleomedes e em Philon é assim usado. Predominantemente em Paulo Apostolo no sentido de “pertencendo ao espírito, espiritual”.
Refere-se à “vida interior de um ser humano” em [wiki base=”pt”]somatikos[/wiki]. Em Hierocles to pneumatikos tes psyches okema = o veículo espiritual da alma (v. psychanodia); também em Philon.
Na grande maioria dos casos refere-se ao divino pneuma; “causado por” ou “preenchido com o (divino) Espírito, pertencendo ou correspondente ao (divino) Espírito”, em Philon.
Como adjetivo de Jesus; em sua pré-existência 2 Clemente sarkikos te kai pneumatikos, de carne e (ao mesmo tempo) de espírito; em Paulo Apostolo do deuteros anthropos em 1 Cor 15:47: “O primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu”.
Como regra é usado com relação a coisas impessoais…
ó pneumatikos anthropos em 1 Cor 2:15 se afirma em contraste com psychikos anthropos. o último é uma pessoa que nada mais tem que uma ordinária alma humana; o primeiro possui o pneuma divino, não ao lado de sua alma natural, mas em lugar dela; isto o capacita a penetrar nos divinos mistérios. Este tratamento de psyche e pneuma em contraste um com o outro é também encontrado no misticismo helenístico (v. Hermetismo).
Como substantivo neutro refere-se a coisas ou matérias espirituais em contrate com ta sarkika, coisas terrenas, em Paulo Apostolo; é característica das pessoas ortodoxas enquanto ta sarx é dos heréticos.
Como substantivo masculino refere-se a “possessão do Espírito, aquele que possui o Espírito (“prophetes”), aqueles plenos de espírito”
Também pode se referir ao que pertence aos maus espíritos, ta pneumatika tes ponerias, as forças espirituais do mal (Efésios 6:12).
Hans Jonas
Nesta vida os pneumáticos, como os possuidores da gnosis são chamados, são postos aparte da grande massa da humanidade. A iluminação imediata não só faz o indivíduo soberano na esfera do conhecimento (assim a ilimitada variedade de doutrinas gnósticas) mas também determina a esfera da ação. De um modo geral, a moralidade pneumática é determinada pela hostilidade para com o mundo e o desprezo por todos os apegos mundanos. Deste princípio, entretanto, duas conclusões contrárias poderiam ser sacadas, e ambas encontram seus representativos extremados: o asceta e o libertino. O primeiro deduz da posse da gnosis a obrigação de evitar maior contaminação pelo mundo e portanto reduzir o contato com ele ao mínimo; o último deriva da mesma posse o privilégio de liberdade absoluta.
René Guénon: O DEMIURGO