GNOTHI SEAUTON = CONHECER-SE A SI MESMO, AUTOCONHECIMENTO, CONHECIMENTO DE SI MESMO
Assim como o caminho místico na antiga Índia era chamada de “Caminho do Autoconhecimento”, ou a própria essência do pensamento religioso e da verdadeira filosofia grega, de onde vem a expressão, é sintetizada na fórmula “Conheça a si mesmo”, assim também o auto-estudo desempenha um papel central no Hesicasmo. este aspecto da espiritualidade cristã foi raramente reconhecido pela Igreja e poucos teólogos enfatizaram sua importância. Entretanto na Philokalia encontramos: “Queres conhecer Deus? Aprende a conhecer a ti mesmo” (Evágrio). Na tradição sufi também encontra-se uma forte ênfase, especialmente em Ibn Arabi em suas considerações sobre um dito do Profeta: “Aquele que conhece a si mesmo, conhece seu Senhor”.
PHILOKALIA
Jean-Claude Larchet: TERAPÊUTICA DAS DOENÇAS ESPIRITUAIS
Esto no sólo es verdadero para la primera especie de cenodoxia. En la segunda, igualmente, el hombre manifiesta un conocimiento delirante, sobre todo de sí mismo. «La vanagloria — escribe s. Juan Clímaco — es una pasión mentirosa que nos representa completamente distintos de lo que en realidad somos» En efecto, por ella el hombre se atribuye cualidades y virtudes que no posee y no ve los defectos y las pasiones que en realidad lo habitan. Pero se ilusiona igualmente cuando se glorifica de las virtudes que posee verdaderamente. En efecto, por una parte se considera como fuente y propietario de esas virtudes, cuando de hecho son don de Dios, y fundamentalmente no le pertenecen más que a Él. Por otra parte, como lo subraya s. Juan Clímaco, en el momento en que el hombre se gloría de sus virtudes deja, por este mismo hecho, de ser virtuoso, y así se envanece de lo que ya no posee.
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El conocimiento verdadero de sí consiste, para el hombre, en saber que no es nada por sí mismo, independientemente de Dios. En este sentido dice s. Juan Crisóstomo que «nadie se conoce más perfectamente que el que cree que no es nada, absolutamente». El orgulloso que, de todas las maneras que acabamos de presentar, piensa ser algo por sí mismo y concibe la exaltación, da pruebas de la más total ignorancia de sí, lo que hace decir a s. Juan Crisóstomo que «el orgulloso es desconocido para sí mismo». (…) Hasta podríamos llegar a decir a ese respecto que, verdaderamente, el orgulloso delira, o en todo caso, como lo dice s. Pablo mismo, se ilusiona. «El que se cree ser algo cuando no es nada, se engaña a sí mismo» (Gál. 6, 3). Al ignorar lo que es y percibiendo de manera delirante su propia realidad, el orgulloso no podrá tener sino un conocimiento falseado de los demás seres.
Ysabel de Andia: MYSTIQUES D’ORIENT ET D’OCCIDENT
O fruto do discernimento espiritual e da luta contra as paixões é o «conhecimento de si», disto que nos é «próprio», por oposição ao que nos é «estrangeiro»: é isso a «natureza». Este discernimento faz também aparecer uma distinção entre isto sobre o que Satã tem alcance, esta franja de nosso psiquismo que são nossas emoções ou nossa imaginação, e o refúgio inviolado, o «coração», santuário ou castelo interior, onde ele não tem o direito de penetrar: é isso o «coração» onde Deus mora.
Assim ao termo da purificação do coração, parece que o coração não pode ser alcançado se não se encontra Deus que aí habita; se não se permanece na periferia, na superfície de si mesmo, sem jamais conhecer o «lugar do coração». É preciso portanto passar da exterioridade à interioridade, da multiplicidade à unidade e da alteridade à identidade para encontrar o coração.
PERENIALISTAS
Segundo Christophe Andruzac, os modos de ser são diversos. Quando um ser não existe senão ao estado de princípio, ele não tem esse próprio; não existe senão como objeto do conhecimento divino que abraça a eternidade de um único olhar. O esse que em um momento dado o Ser Primeiro lhe dá, não é uma «parte» dele mesmo: o Ato Puro nada perde dele mesmo nem não se «aliena» em nada dando a cada ser seu esse próprio. Ao nível do ser (no plano ontológico, se nos atemos a este termo), ninguém pode retornar ao estado principial inicial. No entanto, por sua contemplação metafísica (o ato perfeito da vida do Noûs), o Sábio pode de certa maneira participar do conhecimento do que é conhecido pelo Criador. Este conhecimento estritamente compreendido não é outro que este «algo de divino» comunicado quando do «tigein» do Noûs. Arquétipo ou exemplar de todo ser no seio do Divino, o Si não é outro senão o conhecimento esterno que o Criador tem de todo ser. A «Realização», segundo René Guénon, é devir de certa maneira seu próprio Si; é mais precisamente, pela contemplação metafísica, buscar experimentar o conhecimento luminoso do qual o Criador nos conhece e conhece o resto do universo: eis o que finaliza perfeitamente o homem. Ibn Arabi escreve: «Quem conhece seu Si conhece seu Senhor». O «gnothi seauton» socrático («conhece-te a ti mesmo») não o teria entrevisto?
René Guénon: ESTUDOS EXPERIMENTAIS
Ananda Coomaraswamy: GNOTHI SEAUTON
Jean Borella: DETERMINAÇÕES CARIDADE — EU MESMO E EU OUTRO
SUFISMO
Ibn Arabi: AQUELE QUE CONHECE A SI MESMO CONHECE SEU MESTRE