Do latim forma (no sentido próprio, molde de sapateiro), esta palavra serve para traduzir os termos gregos eidos, morphe e ousia. Na escolástica — em referência à problemática aristotélica —, a forma não é a aparência externa das coisas, é um princípio que determina a matéria e dela faz uma essência determinada (forma dat esse rei). Neste contexto, opõe-se à forma substancial, que determina a essência de uma matéria, e a forma acidental, que dá a uma coisa já existente uma determinação suplementar, sem dela modificar a natureza. O nascimento da mecânica que transtornou a ontologia tradicional, considerou restrito o uso do termo, que significa frequentemente a figura externa (grego skhema) ou a estrutura dos corpos. (Notions philosophiques)

Anthony Damiani: ASTRONOESIS

Do significado da palavra eidos, grego para Ideias, como «a forma ou figura, o aspecto característico que uma coisa apresenta à visão…» (Findlay), temos o sentido de Ideia como o modo que o Uno é olhado, ou parece para, a contemplação ou a visão. Anthony interpreta «sucessivas impressões» do Noûs em Enéada V.3.11, e sua descrição como um «olho cheio de determinação», como se referindo às Ideias. As Ideias são facetas poderosas da Inteligência Divina, não meros conceitos ou pensamentos finitos. No pensamento neoplatônico, as Ideias provêm uma ponte entre uma visão da Realidade como uma unidade absoluta, e uma visão da realidade como um completo relativismo de aparências.