ATO — FATO

A “vida ativa” do ser humano se manifesta em dois domínios: o do atuar, voltado para ação, e o do fazer, voltado para o labor ou o trabalho, ou, como denominava Darcy Ribeiro, o «fazimento». Domínios reconhecidos, desde a Antiguidade, como do actum e do factum, e regidos respectivamente pela Prudência (uma das virtudes mais enaltadas àquela época), e pela Arte ou Técnica (ambas originalmente derivadas do mesmo termo grego techne) (Roger Lipsey).

Do ponto de vista da natureza de uma situação humana qualquer, ambos os domínios são de igual importância: no campo do fazer, regido pela Arte, a perfeição do “arte-fato” é o objetivo final, e no campo do agir, regido pela Prudência, a finalidade a que se destina o “arte-fato” é de suma relevância. Embora operando aparentemente de forma independente, estas duas consciências (da qualidade e da finalidade) se unificam e se harmonizam no e pelo ser humano, por meio de uma terceira, que na Idade Média se denominava sindérese, a “reta vontade”.