CORPO — CARNE

VIDE: SARX; SOMA; HOMEM-CARNE

PHILOKALIA
Gregório do Sinai: 137 sentenças diversas

9. Pois a origem da carne é a corrupção. Comer, evacuar, se enfeitar e dormir, se pavonear e dormir, é naturalmente o próprio das feras e das bestas. Tornados pela desobediência semelhantes às bestas, decaímos dos bens dados por Deus, e que nos eram próprios. De seres de razão, nos tornamos como bestas. De seres divinos, nos tornamos como feras.


PERENIALISTAS
Frithjof Schuon: O ESOTERISMO COMO PRINCÍPIO E COMO VIA
Quem diz homem diz forma; o homem é a ponte entre a forma e a essência, ou entre a “carne” e o “espírito”.
A não ser que se pretenda que sejam cristãs, como se fez quanto às “Dissertações” de [wiki base=”pt”]Epicteto[/wiki], ou a não ser que se conceda à inteligência dita “natural” um papel honroso, como se fez quanto a Aristóteles; neste caso, a “carne” torna-se “natureza”, o que é melhor que nada, mas está sempre abaixo da verdade. Se há uma “sabedoria segundo a carne” é, certamente, e no mais alto grau, este pensamento especificamente moderno em que o irracional passa por supra-racional, matando o racional.
Aliás, para uma perspectiva voluntarista e penitencial, que vê o mal sobretudo na paixão da carne, é grande a tentação de ver a queda no ato sexual; na verdade, é impossível a causa da queda estar numa lei positiva da natureza; ela está unicamente no fato de afastar os bens naturais de sua Fonte divina, de vivê-los fora de Deus e de atribuir a si a sua glória e o seu usufruto.
Certamente, a carne foi amaldiçoada em virtude da perda da graça divina, mas apenas de um determinado ponto de vista, o da descontinuidade existencial e formal e não do ponto de vista da continuidade espiritual e essencial.
A castidade pode ter por finalidade não apenas resistir à influência da carne, mas também, de modo mais profundo, escapar da polaridade dos sexos e reintegrar a unidade do pontifex primordial, do homem como tal. Certamente, ela não é uma condição indispensável para esse resultado, mas é um sustentáculo claro e preciso, adaptado a determinados temperamentos e a determinadas imaginações.


FILOSOFIA
Michel Henry: ENCARNAÇÃO — O CORPO E A CARNE