VIDE: ALMA VIVA; VIVENTE; ADAM
O primeiro homem, Adão, tornou-se alma vivente; o último Adão, espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, senão o animal; depois o espiritual. O primeiro homem, sendo da terra, é terreno; o segundo homem é do céu. Qual o terreno, tais também os terrenos; e, qual o celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do terreno, traremos também a imagem do celestial. (1Cor 45-49)
Roberto Pla: Evangelho de Tomé – Logion 15; Evangelho de Tomé – Logion 30; Evangelho de Tomé – Logion 38; Evangelho de Tomé – Logion 40; Evangelho de Tomé – Logion 47; Evangelho de Tomé – Logion 56
Paulo Apóstolo faz seu este ensinamento da vivificação da alma e o repete em várias ocasiões, inclusive quando dá aos coríntios sua definição sobre os dois “adãos” que foi tão mal entendida. O Apóstolo diz: “Foi feito o primeiro homem, Adão, alma vivente; o último Adão, espírito que dá vida”.
Levados pela importância que para as teses da antropologia manifesta — a qual propunha um homem dicótomo, de alma e corpo — tinha que o primeiro homem, segundo a Escritura, não fosse o espírito feito à imagem de Deus no sexto dia, senão a alma plasmada pelas mãos de YHWH-Deus no Paraíso (Gen 2,7), poucos parecem ter reparado em que o essencial do texto paulino era a diferença que se aponta entre dar vida e ser vivente.
Quando se dá a vida é, em puro sentido neotestamentário, porque se tem a vida em propriedade, para sempre. Ao contrário, ter vida por vivificação credita uma maneira transitória de ser vivente que não exime de ser mortal, quer dizer, não libera de morrer quando a vivificação conclui.
Por outra parte, dado que o espírito se revela como o Ser real do Adão último, o Adão completo, se indica na definição paulina a glorificação da imortalidade que aguarda à consciência psíquica se se essencializa a si mesma, por virtude da fé no Cristo preexistente, no Espírito de Deus, até o ponto de união com ele, e alcançar assim seu verdadeiro e eterno Ser pneumático.