HILDEGARD DE BINGEN — O LIVRO DAS OBRAS DIVINAS
Segundo Bernard Gorceix, a primeira visão, após o Prólogo, pode ser considerada como uma introdução que anuncia o desenvolvimento: ela nos apresenta a vida ígnea, a vida universal que rege Deus, o mundo dos anjos, mas também aquele dos homens, e que tem um nome: amor. O reino do primeiro círculo, da visão II à visão IV inclusiva, forma a primeira parte da exposição: ela tem por tema o cosmos, cujo estudo da composição ocupa a segunda visão, em seguida o homem; a terceira visão descreve o firmamento e a vida humoral; a quarta a mais longa parte do texto, as correspondências eminentemente complexas do mundo, do corpo, da vida espiritual. O reino do segundo círculo, quanto a ele, apresenta na quinta visão as manifestações da justiça divina. O reino do quadrado, da visão VI à visão IX, é inteiramente consagrado à descrição da cidade de Deus e das energias, que a protegem e que a animam. A visão X, enfim, recorda a preeminência do amor, antes de resumir as diferentes fases da história do mundo. Em resumo: vida divina (I), universo criado e homem (II-IV), justiça divina (V), cidade de Deus (VI-IX), história (X). Trata-se de uma «suma teológica em imagens» que nos apresenta, em um plano visionário muito elaborado, o LIVRO DAS OBRAS DIVINAS.
DESTAQUES: PRÓLOGO; I