BÍBLIA DAS ORIGENS — RELATO DOS SEIS DIAS
Terceiro Dia: (Gen 1:9-13)
Versículos: Gen 1,9; Gen 1,10; Gen 1,11; Gen 1,12; Gen 1,13
Emmanuel: Pour commenter la Genèse
Eis a duração e a extensão, mas ainda não a terra. O seco surgirá somente oa terceiro dia da criação, quando, pela palavra do criador, as águas que estão acima do céu estarão reunidas em um só lugar para permitir à terra aparecer.
Deus traça a separação entre a luz e a obscuridade no primeiro dia, entre a água e a água no segundo dia. Mas no terceiro dia não faz nenhuma separação; simplesmente ordena que as águas se reúnam em um só lugar (Gen 1,9) para que o seco possa aparecer. Não é uma separação entre a terra e a água, é a aparição da terra pela retirada das águas. Similarmente, depois do Dilúvio, as águas se retirarão de sobre a terra.
O terceiro dia é ainda aquele da vegetação que, segundo a palavra do criador, se espalha sobre toda a face da terra, assim como canta o salmista: «Faz germinar a erva para o gado e as plantas para as necessidades do homem (Salmo 104). É a princípio a aparição da erva que cobrirá como um manto de verdura toda a superfície da terra; é em seguida o nascimento das plantas de toda espécie, com o trigo e os legumes; é enfim a aparição das árvores frutíferas e das florestas.
Roberto Pla: Evangelho de Tomé – Logion 113
Se se estudam os treze primeiros versículos do Gênesis se vê que neles se explica a parte da obre criacional que se se desenvolve no âmbito de três dias. Em verdade, a criação é um processo descendente mediante o qual o Espírito de Deus se manifesta em três Reinos distintos e cada Reino é um Dia.
Dos três Reinos, o primeiro foi a Luz, que por certo, não foi criada senão “nomeada”. Por isso se diz que a Luz, a Palavra “Haja Luz”, é ingênita, pois já existia e estava em Deus desde antes da criação. A única obra de Deus a este respeito foi separar a Luz (sabedoria, e portanto, fonte de conhecimento e Vida eterna) das trevas (não conhecimento, não vida), que cobriam de antemão as superfície do abismo, quer dizer, o espaço incondicionado e abstrato. Depois, segundo diz o redator sagrado, chamou Deus à luz “dia))” e às trevas chamou “noite” (vide Noite e Dia). E entardeceu (noite) e amanheceu (dia) o dia dia (luz) primeiro.
Na constituição de “1”. Este segundo Reino foi a primeira das duas criações de Deus no “princípio” e consistiu em uma divisória infranqueável colocada no meio das águas. Assim ficaram separadas as águas de baixo, das de cima do firmamento. Estas águas foram o entardecer (noite) e amanhecer (dia), do dia segundo.
No anthropos que logo se construiu, as águas, o segundo Reino, foram as duas fontes de vida (perecedora), e eram fontes porque gozavam de uma vida que não era sua senão que a recebiam da luz, a qual a possuía de Deus por direito próprio. Por isso era mortal sua vida e não eterna como a da luz. As águas de abaixo, foram chamadas nefes e as de acima ruah, e elas são o sopro de vida dos homens.
Rûah consiste em ser água (vida) dotada para ascender ao conhecimento e à vida eterna que a chega da luz. Por estar encima do firmamento é possível para ((ruah conseguir esta ascensão à unidade; mas nefes jamais poderá sobrepassar esse limite imposto por Deus e que tem sobre ela. Para os cristãos posteriores, estas águas receberam a denominação de alma.
O terceiro Reino foi constituído pelas águas terrestres (mares) e a terra (solo seco) e este é o Reino que agora chamamos “material”, porque foi a “mãe” de todos os corpos. Até este Reino chegou também o Espírito de Deus em sua longa descida e dotou a todos os corpos de vida mais ou menos desenvolvida, segundo a espécie, mas sempre por “empréstimo”, quer dizer, perecedora, a partir de uns centros de vida imortal que o redator sagrado chamou sementes. E estas águas (mares) e esta terra (solo seco) com sementes, foram o entardecer (noite) e amanhecer (dia), do dia (luz) terceiro.
No anthropos que logo se construiu, os corpos do terceiro Reino foram designados o corpo passível por ser uma mescla dda matéria do terceiro Reino e da nefes, as águas inferiores do Reino segundo.
Assim é como se distinguiram os três Dias ou Reinos, que no mundo objetivo se designarão pelo elemento constitutivo: o fogo, a água e a terra respectivamente, e no anthropos, criado depois, foram a Luz (espírito), a alma e o corpo.
Homem”, que logo veio, a luz, o primeiro Reino, é a imagem de Deus, o Filho oculto, não descoberto, em cada homem, disperso na totalidade deles tal como o universal se dispersa no individual. A luz é na lâmpada de cada homem a vida eterna; mas o homem verdadeiro é a luz, não a lâmpada.
O segundo Reino foi o firmamento, ao qual segundo diz a escritura, chamou Deus “céus ↩