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LOGIA JESUS

EVANGELHO DE JESUSDITOS DE JESUS

No que diz respeito aos textos, há primeiro os logia (sing. logion) canônicos. Eles representam as palavras de Jesus, consignadas nos livros reconhecidos pela Igreja; mas, já a essa altura, os esoteristas sustentam que Jesus praticava a disciplina do arcano ao reservar suas palavras, concedendo-lhes um sentido oculto. Em seguida temos os logia reconhecidos; algumas palavras, ainda que não figurem no Novo Testamento, são julgadas históricas pelos historiadores, e elas podem falar do mistério do Reino dos Céus. Há ainda os logia ditos 'apócrifos'; aqui o confronto parece inevitável: para a Igreja, 'apócrifo' significa 'falso'; para o esoterista, 'apócrifo' significa 'oculto'. Esses logia são textos fabricados ou ditos miraculosamente conservados por meios selados? Por fim, há os logia gloriosos; aqui fala Jesus ressuscitado, ou Jesus preexistente, ou o Cristo eterno. Ao lado dos logia encontram-se também os agrapha, testemunhos sobre Jesus que não figuram no Novo Testamento.

A ideia-chave é a da "tradição não-escrita transmitida a um grupo restrito a partir dos apóstolos" (Clemente de Alexandria, Stromata, VI, 61, 3). wp-pt:Epifânio, por sua vez, protesta: "Todo seu erro e o fundamento de seu erro vêm de alguns apócrifos, e notadamente do Evangelho dos egípcios, segundo o título atribuído por alguns. Encontram-se muitas reflexões desse naipe, como se se tratassem de misteriosas confidências do Salvador que teria revelado a seus discípulos que o Pai, o Filho e o Espírito Santo eram uma única pessoa" (Panarion, 62, 2).

O mais célebre dos apócrifos é o Evangelho de Tomé, que se inicia da seguinte forma: "Eis as palavras ocultas que Jesus o Vivo proferiu e que foram transcritas por Dídimo Judas Tomé". Esse Evangelho data, segundo os teólogos oficiais, do século II; comporta 114 logia, dos quais vários canônicos. O livro existe numa versão copta; foi descoberto em 1946, no Egito, em Nag-Hammadi. (Excertos de Pierre Riffard, O ESOTERISMO)