Apostolado — Começo da subida a Jerusalém — A pobreza de espírito (Mt X, 9-10; Lc X, 4-7) Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre, em vossos cintos; nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de alparcas, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento. (Mt 10:9-10)
a) O obreiro que trabalha na messe, pode oficiar em três altares diferentes, de ouro, de prata e de cobre. De ouro, que é a região do espírito, para “prová-lo”, tal como pediu Zacarias que se fizesse; de prata, que é a vida da alma, com fins de purificação; e de cobre, para limpeza e saúde corporal e perpetuação da espécie. Esta classificação ternária responde às três regiões cósmicas do Gênesis, segundo a Luz, a água e a terra. O que diz Jesus é que de tais coisas se provê sempre o trabalhador por dispensação gratuita, natural. Ao alegar multiplicação de bens sob os cintos, se segue um impulso de cobiça até a riqueza que pugna com a confiada pobreza do bem-aventurado.
b) Para subir ao monte da Jerusalém celestial, não se necessita outra coisa que beber na fonte de sabedoria que emana das fontes do Filho do Homem, e tal água de vida não leva em alforges, porque se simplifica em “o-que-se-é”. Por isso, não há que revestir-se com outra túnica feita com “o-que-não-se-é”; nem levar sandálias que não servem para endereçar os passos da alma; nem buscar apoio na informação alheias, ou nas cerimônias; pois o verdadeiro Mestre sempre “está aqui”, no interior. Ele é o Homem, o Filho do Homem.
c) O Filho do Homem não falha jamais, e provê incansável, a quem crê nele e o escuta e cumpre sua palavra, tudo o que o “trabalhador” necessita para aceder ao lugar santo.