epithymetikon

EPITHYMETIKON = ASPECTO APETITIVO DA ALMA, DESEJO


CONCUPISCIBLE (to epithimitikón): una de las tres potencias del alma, y, según la filosofía griega, es la potencia del deseo. Según natura, lo concupiscible fue puesto en el hombre como una potencia que le hacía tender a Dios. Obnubilado por el pecado, éste tiende a acercarse a las cosas creadas, buscando su posesión (ver también irascible).

Segundo o excelente TERMOS FILOSÓFICOS GREGOS de F.E. Peters, editado pela Fundação Calouste Gulbenkian, a desiderativa é uma das três partes da alma, conforme indicado na divisão tripartite da alma formulada por Platão na REPÚBLICA IV, 434d-441c.

Esta distinção não acatada por Aristóteles (DE ANIMA 432a-b), é sustentada por Plotino (ENÉADA I, 1, 5 E 6).

Para Platão é uma parte perecível da alma que se localiza abaixo do diafragma, segundo o Timeu 70d-e.

Aristóteles, no De anima 414b, faz da epithymia uma das três operações da faculdade desiderativa da alma dotada de sentidos. Seu objeto é o agradável.


Versão francesa
Desejo: designando a primeira das três partes da alma; a tensão que leva o amor do criado para o não criado, ou do criado para si mesmo.

Versão inglesa
Os autores da Philokalia veem do mesmo modo que Platão, uma divisão tripartite da alma, combinando este aspecto juntamente com o aspecto inteligente (logistikon), e com o aspecto irascível ou concupiscível (thymikon).


Theosophia
Jacob Boehme: Pierre Deghaye — DESEJO


Roberto Pla: Evangelho de Tomé – Logion 112

A ideia generalizada, primária, sustentada hoje por muitos, é que aqueles que desejam o carnal vivem segundo a carne, e aqueles que desejam o espiritual, segundo o espírito, o qual é, segundo eles, liberdade. A isto agregam outros que o desejo é como a fome e aplicam a regra não discutida de que a satisfação do carnal sacia o apetite de carne, o qual é, em definitivo, saúde física e mental.

Tudo isso parece verdadeiro, mas dado que o desejo é uma forma de dependência, ou a engendra, posto que cria adição, não resulta menos certo que a liberdade em depender da carne acresce a interdependência, a tal grau, que ao final apaga a liberdade da alma e destrói a liberdade da carne. Por outra parte, a dependência do desejo, tão relacionado com as exigências repetitivas da memória, não sacia o apetite, senão que o incrementa.

O problema desta interdependência da carne e da alma o viu Paulo Apostolo porquanto em sua epístola aos romanos, dá uma explicação inversa, contrária a ideia primária, ingênua, que hoje sustentam muitos, pois chega a dizer: “Os que vivem segundo a carne, desejam o carnal, mas os que vivem segundo o espírito, o espiritual”.

A opinião de Paulo é, em definitivo, a mesma que expõe o logion, e o que em consequência, havia de dizer aqui: o desejo é energia da alma e não pode ser emudecido pela vontade, nem é possível viver sem ele, pois é a consequência da vida. Mas o desejo não é inteligência, senão força e não estabelece por si mesmo direção prévia nenhuma. É a alma segundo seu viver, suas ideias e influências, a que cria a direção do desejo. Depois, a carne e a alma são meros executores da direção criada pelo desejo, e esta é sua mútua dependência, ou sua liberdade.

Não é verdade que a satisfação do desejo esgota a dependência do desejo, ainda que seja certo que de momento a amortiza, como a ingestão do álcool apazígua as necessidades imediatas do alcoólatra; senão que a penetração inteligente, vigilante, na natureza do desejo, permite descobrir sua origem e seus fins, quer dizer, compreender o desejo.

A compreensão dos motivos do desejo, não anula o desejo, nem a destruição dessa energia da alma resulta possível ou recomendável, mas a compreensão converte o desejo em fonte de conhecimento, posto que canaliza até a liberdade, até a não interdependência da carne e da alma, nas sendas propostas pela inteligência.

Uma carne e uma alma que não dependem uma da outra, senão que se compreendem entre si, não são carne e alma cativas para o pranto, porque estão livres para viver segundo o espírito e escutar as prontas respostas que este as envia então, tal como o recomendava Jesus.