Mestre Eckhart — Termos e Noções
Tradução em inglês
Mathew Fox
Excertos de seu estudo sobre os sermões de Mestre Eckhart, “Passion for Creation: The Earth-Honoring Spirituality of Meister Eckhart”
É importante apontar que Eckhart não era um cartesiano ou um racionalista. A razão como o templo de Deus não significa um lado do cérebro que é analítico ou o domínio de anotações acadêmicas. Como Schürmann coloca, o que é significado pelo conceito tomista de mens é “uma disposição fundamental para conhecer e amar, e o vestígio espiritual da vida divina no homem”. Por isto uma palavra melhor que razão, sugere Schürmann, pode ser “espírito”. A razão aqui mencionada é um “conhecimento interior pela intuição”. É a razão intuitiva, não a razão discursiva. Caputo coloca deste modo: “Quando Eckhart fala da “pequena centelha” de razão, ele não se refere à faculdade de raciocínio discursivo, o poder que move de premissas à conclusões e que usa conceitos e representações”. Ao invés, Eckhart fala de um “poder que nada tem em comum com mais nada”, um poder que “é tão alto e nobre que apreende Deus em seu próprio ser nu”. Este poder é a “base da liberdade” o qual “apreende Deus nu, como ele é, despido de bondade e ser. Bondade como um vestimento sob o qual Deus está oculto”, mas a razão intuitiva não necessita tais intermediários. É neste fundamento da mente que, em sua raiz, as pessoas são divinas. Mas temos que fazer contato com esta centelha divina pelo esvaziamento de nós mesmos ou o desapego. E então conheceremos a unidade que já existe.