Dia Seguinte

DIA SEGUINTE
No dia seguinte, depois de saírem de Betânia teve fome, (Mc 11:12; FIGUEIRA INFRUTÍFERA)

No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. (Jo 1:29; João Batista)

No dia seguinte João estava outra vez ali, com dois dos seus discípulos (Jo 1:35)

No dia seguinte Jesus resolveu partir para a Galileia, e achando a Felipe disse-lhe: Segue-me. (Jo 1:43)

No dia seguinte, a multidão que ficara no outro lado do mar, sabendo que não houvera ali senão um barquinho, e que Jesus não embarcara nele com seus discípulos, mas que estes tinham ido sós (Jo 6:22)

No dia seguinte, as grandes multidões que tinham vindo à festa, ouvindo dizer que Jesus vinha a Jerusalém, (Jo 12:12)

Outras locuções a considerar:

“o dia de amanhã”: Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal. (Mt 6:34)

“o dia de hoje”: Então eles, tendo recebido o dinheiro, fizeram como foram instruídos. E essa história tem-se divulgado entre os judeus até o dia de hoje. (Mt 28:15)

dia todo”: Igualmente, cerca da hora undécima, saiu e achou outros que lá estavam, e perguntou-lhes: Por que estais aqui ociosos o dia todo? (Mt 20:6)

“nesse mesmo dia”: Nesse mesmo dia, iam dois deles para uma aldeia chamada Emaus, que distava de Jerusalém sessenta estádios; (Lc 24:13)


Gnosticismo
Roberto Pla
Evangelho de ToméLogion 113
Por meio da locução “no dia seguinte” costumam expressar os evangelistas em signo oculto o que se poderia designar como um passo, ou medida de luz no processo de cumprimento da obra salvífica. Segundo refere Marcos, “no dia seguinte” de sair de Betânia, e antes de entrar em Jerusalém, sentiu Jesus fome (de justiça), e ali maldisse à figueira estéril (FIGUEIRA INFRUTÍFERA) — à alma seca em espírito, que não aportava seu fruto no tempo e hora em que o Cristo interior o pede —. É a fome “nova” de Jesus o que dá significação à exigência de luz crescente para o novo “dia”, o seguinte, Jesus quer se enfrentar com “poder” novo em Jerusalém.

Segundo o método hermenêutico empregado pelo autor do quarto evangelho, o processo de aproximação à luz (acesso a Jerusalém), se mede e explica por meio de uma sucessão de “páscoas” (vide PÁSCOA) onde estas tomam seu verdadeiro sentido de “salto”, ou “trânsito” a outra margem ou Reino.

Se funda este sentido, claro, na travessia do mar Vermelho selada pela tradição dos israelitas; mas na linguagem oculta joanica o “trânsito” se traduz em um ato supremo de conhecimento que distingue ao homem “chamado”, ou consciência de alma vivente, do homem “eleito”, convertido para sempre em espírito que dá vida. A este lado, nesta margem, restam os homem que são do mundo, e do outro lado se situam os que são como aqueles de quem Jesus disse: “Aos elegê-los, os saquei do mundo” (Jo 15,19).